O modelo tradicional das negociações do Governo com os congressistas era o do "atacado".
Nesse modelo o Governo negocia com as lideranças partidárias o loteamento ministerial e transfere para essas a adesão dos votos partidários.
De um lado os deputados contam com a lideranças partidárias para ter o atendimento dos seus pleitos e, por outro, as lideranças precisam da garantia dos votos dos liderados, para negociar com o Governo.
Esse modelo, caracterizado como de "loteamento político", de "troca-troca" ou "é dando que se recebe", foi sendo progressivamente criticado pela opinião pública, em função da perda do sentido ideológico ou programático dos partidos e dos políticos, com as disputas concentradas em verbas e cargos. Passou a ser uma das principais críticas dos renovadores e foi uma das principais promessas de Jair Bolsonaro, dando grande sustentação à sua eleição.
De outra parte, a maioria das lideranças partidárias, protagonistas do "troca-troca" não foram reeleitos.
Na formação ministerial, Jair Bolsonaro cumpriu a sua promessa e não o organizou segundo loteamento partidário. Adotou um outro loteamento, mas não no formato de "troca-troca" com as lideranças partidárias.
(cont)
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