O ex-capitão e ex-deputado federal Jair Bolsonaro poderá se manter inteiramente fiel (ou preso) à sua visão de mundo tradicional, que o levou à Presidência da República, buscando - em função da autoridade conquistada - torná-la a visão hegemônica do país.
Terá o apoio dos seus seguidores, mas enfrentará muitas forças contrárias, algumas "dentro de casa".
A principal será ao alinhamento irrestrito a Donald Trump que terá a reação contrária da ala militar, da area econômica e do agronegócio.
A ala militar tem dado indicações de contrariedade à visão de considerar a grande mídia tradicional como inimiga.
A coerência de Jair Bolsonaro com as suas visões ampliaria o apoio popular, fortalecendo a sua atuação no sentido da sua implantação e hegemonização.
Ele passaria a ser visto como um novo líder político da direita, consistente com as suas idéias, e reconhecido mundialmente.
O apoio popular deixaria pouco espaço para a oposição ideológica, sem força política para evitar a Reforma da Previdência, das leis de regulação dos costumes, ou da escola sem partido. A ala militar, tomando consciência do apoio popular, daria o suporte institucional.
O cenário oposto é de que a sua persistência, passa a ser entendida como teimosia, ou incapacidade de mudança para enfrentar as reações negativas. O governo viveria uma situação de crises constantes e sucessivas, alimentadas pela mídia tradicional, com um jornalismo investigativo voltado a encontrar deslizes do governo ou dos seus apoiadores.
Bolsonaro acirraria o confronto, enquanto a máquina administrativa fica imobilizada e o Governo não conseguiria o quorum necessário para aprovar a Reforma de Previdência.
A deterioração da situação econômica e do mercado de trabalho, levam a ala militar a instar Bolsonaro a "pedir para sair".
Com o apoio majoritário da população a qual entende que o General Mourão está mais preparado e é uma solução mais adequada para o Brasil.
Diante das circunstância de estar Presidente, morando e despachando em palácios modernos, leva Bolsonaro a aceitar a liturgia presidencial, atender aos ritos e não mais se expor de sandálias e camiseta de time de futebol, para audiências públicas. Moderará o uso da rede social, deixando de ser inteiramente polêmico.
Ao longo do mandato irá ampliando a sua visão de mundo, incorporando novas perspectivas.
Mas não estará livre de recaídas.
(cont)
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