Os impactos nos cenários futuros do jacobinismo lava jato

Há um processo da radicalização entre forças em confronto, diante da opinião pública, cada qual buscando maior apoio para as suas posições e suas jogadas.
De um lado, claramente, está um grupo de jacobinos do Lava-Jato que busca o apoio popular para derrubar o time instalado no Supremo Tribunal Federal, para continuar a sua cruzada contra os políticos corruptos. 
Os onze do STF estão divididos, com uma parte sob cerrado ataque e contrataque dos jacobinos. Outra livre dos ataques e até apoiados por aqueles. E estão evitando se posicionar. Os jacobinos mais radicais querem "fechar o Supremo", eliminando todos os Ministros, não importando se bons ou ruins. 
Os jacobinos do lava-jato, abrangem juizes de instâncias inferiores e procuradores que empoderados pela Constituição de 88, se colocam como "justiceiros" para "acabar de vez com todos os corruptos". Contando com o apoio de parte da opinião pública, principalmente a opinião virtual que usa intensamente a rede social e se difunde entre a opinião publicada. Contam com uma região de ativistas com intenso uso das redes sociais para mobilizar o apoio popular.
A reação política é, na maioria, contra os jacobinos, mas os bolsonaristas mais radicais se unem aos jacobinos do lava jato. É um dos apoios virtuais mais importantes, mais ativos e intensos. 
O Presidente Bolsonaro já se manifestou a favor da luta dos jacobinos, mas não a eles. 

A partir do embate aberto, agora em etapa de "mata-mata" podemos desenhar os seguintes cenários prospectivos em relação ao confronto jacobinos do lava-jato x ministros do STF.

  1. Os jacobinos vencem, com a não concessão do habeas corpus a Michel Temer, e passam a agir mais amplamente denunciando e prendendo políticos. 
  2. Os jacobinos perdem e se retraem. Não só suas decisões são revistas em instâncias superiores,  como são repreendidos. 
  3. Os jacobinos perdem na primeira prisão de Temer, mas persistem e conseguem prender Temer em um dos outros processos, em que está sendo investigado ou denunciado.

No afã de prender todos os "corruptos de sempre", os jacobinos, além dos seus discursos inflamados, passaram a usar a autoridade formal para "atropelar" os ritos processuais, usados pelos réus para postergar as prisões e condenações, em nome dos resultados reivindicados pela opinião publicada. Tomando, agressivamente, as iniciativas, com flagrantes provocações, para conquistar a opinião publicada e virtual, constrangem os magistrados das instâncias superiores, a terem coragem de tomar decisões, favoráveis aos reus. Qualquer medida a favor deles será denunciada e difundida seja pelas redes sociais, como pela mídia tradicional, como ataque ao "lava-jato". Diante da pressão da opinião publicada, aqueles magistrados confirmam as decisões dos jacobinos de 1ª instância. Os suspeitos seguem presos, e os jacobinos, animados pelo suporte, ampliam a atuação com novas decretações de prisões.
Repetem, com sucesso, o mesmo processo adotado pelo então juiz Sérgio Moro que, com o apoio das instâncias superiores, predeu e condenou diversos dos mais importantes empresários brasileiros, assim como políticos, que foram rejeitados pelas urnas, ou perderam o cargo, por decisão dos seus pares. Condenou e mandou prender o ex-Presidente Lula, apesar dele ter mantido certo apoio popular.
Nenhum ex-governador ou parlamentar não reeleito estará livre de ser preso a qualquer momento. Basta que um procurador, em conjunto com um juiz, implique com aquele. 

No segundo cenário as decisões de 1ª Instância são revogadas nas instâncias superiores, acompanhadas por admoestações pelas decisões. 
Manifestações do meio jurídico e da mídia tradicional contra os supostos abusos de poder e as precipitações de decisões, sem o devido fundamento superam as manifestações públicas a favor dos jacobinos, que ficam restritos às  manifestações nas redes sociais. 
As mobilizações públicas, não conseguem reunir adesões significativas nas avenidas. 
As reações às ações dos jacobinos, acabam por enfraquecer  a Lava-Jato, com a perda do apoio governamental.
Com a redução do apoio popular, o Congresso retoma e aprova as medidas contra o abuso de poder, assim como os projetos de "mordaça", enfraquecendo o Ministério Público. 

O terceiro cenário é de resultados temporários e alternados. Michel Temer livra-se da prisão antecipada, mas continuará sendo investigado, denunciado, sendo condenado, em diversos inquéritos. Acabará por ser preso. 
Haverá um recuo temporário da "Lava Jato". Mas ela segue nas investigações e volta, mais à frente, com mais consistência.
Com o recuo temporário e à prioridade dada à aprovação da Reforma da Previdência, nenhuma medida legislativa mais drástica é adotada: nem as políticas anticrime propostas por Sérgio Moro, como os projetos de controle do abuso de poder.
Essa retomada só ocorre a partir de 2020. 

(cont)



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