O Senado é a casa dos líderes políticos. Nela estão os principais líderes dos partidos, assim como os políticos mais influentes, os ditos "caciques".
Com a insatisfação da população com os políticos, as eleições legislativas de 2018 promoveram uma ampla derrubada dos caciques, mas ainda alguns conseguiram sobreviver, com a sua reeleição. Os mais significativos foram 3 Senadores do MDB: Renan Calheiros, Eduardo Braga e Jader Barbalho. A eles se soma Fernando Bezerra Coelho, com mandato até 2023. Todos do MDB.
O PSDB não conseguiu a reeleição de nenhum dos seus caciques, notadamente Aécio Neves e Cássio Cunha Lima, mas mantém 3 importantes líderes, com mandato até 2023: José Serra, Tasso Jereissatti e Antonio Anastasia.
O PT também perdeu as suas grandes lideranças no Senado, só tendo conseguido as reeleições de Humberto Costa e Paulo Paim.
O DEM não conseguiu a reeleição do seu ex-Presidente José Agripino.
Ainda dentro do "centrão" Magno Malta do PR não foi reeleito, mas Ciro Nogueira do PP, conseguiu ser reeleito.
A queda dos caciques atuais, em parte, será substituída por outros veteranos líderes que retornam ao Senado, como Jarbas Vasconcelos (MDB-PE), Esperidião Amin (PP-SC)e Jayme Campos (DEM-MT).
Dentro de um processo tradicional de rodízio político três ex-governadores chegam ao Senado, como Jaques Wagner (PT, ex-governador da Bahia), Cid Gomes (PDT, ex-governador do Ceará) e Confúcio Moura (MDB, ex-governador de Rondônia).
Mas Beto Richa (PSDB, ex-governador do Paraná) e Marconi Perilo (PSDB, ex- governador de Goiás), alcançados por denúncias não conseguiram ser reeleitos. A ex-Presidente Dilma Rousseff, também não foi eleita.
A maioria dos novos é de políticos de carreira, com passagem pela Câmara dos Deputados (18), Assembleias Legislativas (5), Prefeituras Municipais ou Câmaras Municipais (4).
Alguns são mais conhecidos, como Marcelo Castro (MDB -PI), Major Olimpio (PSL- SP), Mara Gabrilli (PSDB - SP), Arolde de Oliveira (PDS- RJ), Flávio Bolsonaro (PSL - RJ), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Rodrigo Pacheco (MG) e Marcos Rogério (RO), ambos do DEM. A maioria é integrante do baixo clero. A "derrubada" dos caciques deu maior oportunidade à promoção dos deputados.
Dois ex-Prefeitos Municipais de Municipios importantes, Nelsinho Trad, ex-Prefeito de Campo Grande (MS) e Vanderlan, ex-Prefeito de Senador Canedo, da Região Metropolitana de Goiânia (GO) chegam ao Senado, juntamente com 2 ex-vereadores, notadamente Jorge Kajuru, polêmico comentarista esportivo.
Os veteranos, assim considerados os que carregam pelo menos uma eleição política vitoriosa, foram 34 candidatos, representando 74% dos novos e 42% do total de Senadores.
É, sem dúvida, uma significativa renovação de quadros, mas não uma efetiva renovação política. A safra dos novos é da mesma qualidade das anteriores. A maior parte é de promoção de parlamentares da Câmara dos Deputados, das Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais para o Senado Federal.
A efetiva renovação política ocorreu com os novatos, aqui dividida em duas categorias: os que já concorreram, anteriormente a um cargo eletivo, sem sucesso, em geral de vereador, e os que nunca haviam concorrido a alguma cargo eletivo. Os primeiros, aqui caracterizados como "seminovatos" são 5 e os inteiramente novatos 7.
Essa categorização indica uma efetiva renovação política no Senado, muito abaixo do que os números gerais mostram. Os novatos são representam 26% dos novos e 15% do total de Senadores.
A renovação mais importante foi qualitativa, com a não reeleição de tradicionais caciques, como Romero Jucá (MDB), Eunicio de Oliveira (MDB), José Agripino (DEM), Armando Monteiro (PTB), Cássio Cunha Lima (PSDB), Jorge Viana (PT) entre outros. Aécio Neves (PSDB) e Gleise Hoffmann (PT) não voltam ao Senado, mas foram eleitos para a Câmara dos Deputados.
Da "tropa de choque" da defesa de Dilma Rousseff, no Senado Federal, pouco sobrou. Além da citada Gleise Hoffmann, Vanessa Graziottini e Lindbergh Farias, não foram reeleitos, Fátima Bezerra, com mandato até 2023, foi eleita Governadora do Rio Grande do Norte e não retorna ao Senado em 2019. Kátia Abreu, tendo concorrido como Vice-Presidente na chapa do PDT, com Ciro Gomes, também não retorna. Apenas Humberto Costa, voltará, reeleito por Pernambuco.
Entre os novatos, apenas duas Senadoras são do PSL, mas há aderentes de outros partidos.
(cont)
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