A renovação do Congresso Nacional é um desejo coletivo, mas não vai ocorrer, em outubro de 2018, também por decisões coletivas.
Uma coisa é o desejo, outra a ação. Na hora do voto, a maioria irá votar em quem ele acha que irá atender aos seus interesses, para melhorar a sua vida na sociedade.
O eleitor irá votar num "despachante" que intermedie a obtenção de melhorias na sua comunidade, o acesso aos serviços públicos ou a benefícios individuais, condições mais favoráveis para as suas atividades etc
Quanto maior a sua dependência do Estado, maior é a sua percepção de necessidade de um bom despachante, de um bom intermediário para atuar junto ao Governo, ao Congresso e até ao Judiciário.
O eleitor vota nesse representante dos seus interesses junto ao Estado, porque tem uma visão de mundo limitada sobre o interesse coletivo: é a visão restrita à comunidade em que vive ou da sua corporação: "até onde a vista alcança".
Não se limita a comunidades pobres, formada por eleitores com baixo nível educacional. Inclui comunidades ricas, como existem, principalmente, em São Paulo, assim como corporações profissionais, algumas formadas por pessoas bem formadas, como o da Magistratura, corporações econômicas, etc.
Este é o diagnóstico da doença que leva a um Congresso predominantemente fisiológico, em que se promove a troca mútua de interesses coletivos restritos.
Vai ser publicado em livro, como "provocação" para dois desenvolvimentos: um pela academia para explicar mais ampla e profundamente o histórico das causas da doença. Ou para contestar o diagnóstico.
Outro, por uma criação coletiva para vencer a doença.
O mais importante não é começar pela resposta. Mas pela pergunta certa. Porque qualquer resposta à pergunta errada será ineficaz.
O objetivo de um bom diagnóstico é chegar à pergunta certa.
Os eleitores brasileiros elegem e reelegem despachantes dos seus interesses coletivos, mas restritos, em função de uma visão de mundo "até onde a vista alcança".
Como ampliar essa visão restrita por visões mais amplas nas quais o eleitor vislumbre que a melhoria da sua vida decorra de soluções nacionais e não locais ou corporativas?
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