Vocação ditatorial

Ao longo da sua vida política Jair Messias Bolsonaro mostrou a sua vocação ditatorial, admirando ditadores, torturadores e outros de forma explicita e assumida. O seu principal exemplo é o tenente coronel Hugo Chaves que tentou um golpe de Estado, foi preso e depois retornou, sendo eleito pelo povo venezuelano Presidente e reeleito democraticamente, mas depois impôs uma ditadura e reeleições forjadas.
Não é pois nenhum segredo, tampouco ele esconde as suas propensões. Acusá-lo de ser um aprendiz de ditador também só o afeta nos termos. Ele considera a sua propensão autoritária como normal e um dado positivo, não negativo. Considera uma demonstração de força e determinação. E com isso ganha muitos adeptos.
Também não significa, necessariamente que, ele se eleito, vá se tornar um ditador. Mas o risco que tente é grande. 
A Câmara dos Deputados que será eleita será praticamente a mesma atual, com baixo índice de renovação real. A sua principal característica é o pragmatismo, que os detratores chamam de fisiologismo.
Os deputados serão eleitos pela sua promessa de defender interesses coletivos e corporativos, junto às autoridades federais. Não serão por representação ideologica ou programática. Para poder atender ao seu eleitorado "trocarão" emendas, cargos e outras questões pelos votos pedidos pelo Governo. 
Bolsonaro tem feito campanha contra esse processo e ao se deparar com a realidade, terá que ceder e conceder ou inaceitar e ver repelidas as suas propostas. 
Com a eventual inaceitação virá à tona a sua vocação natural e, assumindo que teria o apoio da sociedade, pela votação obtida, tentará colocar em prática, medidas autoritárias. No extremo propor o fechamento de um Congresso que não será dócil a ele. 

(cont)

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