sábado, 2 de janeiro de 2021

Líder da oposição

 Aparentemente o Brasil não tem um líder de oposição política. As pessoas estão muito focadas no Governo Federal, numa oposição ao Presidente da República ou no seu partido.

Com um Presidente da República personalista, nunca partidário, que se recusa a governar, de cuidar dos desafios nacionais, Governadores de Estado e Prefeitos Municipais, assumiram a responsabilidade de enfrentar a pandemia do novocoronavirus, com a adoção de medidas restritivas, para conter a contaminação e organização emergencial dos seus sistemas de saúde pública, para atender às demandas de internações da população do seu Estado ou Municipio, cuidar da saúde dos adoecidos pela COVID 19, e conter ou reduzir o número de mortes pela doença.

Os Governadores e Prefeitos que assumem a governança enfrentam um grande opositor político, contestando, combatendo as suas medidas restritivas, que ademais tem soluções simplistas, baseadas em crenças e não em comprovações científicas, para curar os doentes. Jair Bolsonaro, o atual Presidente da República prefere não governar e assumir a liderança da oposição aos Governos Estaduais e Municipais. 

Neste final de ano, nesse exercício de oposição política, criou ou aproveitou todas as oportunidades, com cobertura midiática, para incentivar a desobediência civil, promovendo aglomerações proibidas, sem os devidos cuidados sanitários. Ao contrário, como opositor, contesta tais cuidados e atribui todas as responsabilidades e consequências dos seus atos às próprias pessoas. Quem ache que a doença não é perigosa, ou quer assumir os riscos, que o façam. Já os impactos sobre terceiros é de responsabilidade desses: "cada um que cuide de si e não espere que o outro cuide de você". 

Com a sua presença pessoal em eventos proibidos ou desacatando ostensivamente as medidas sanitárias, mantém a fidelidade dos seus seguidores e devotos e tem ganhado adesões adicionais. 

Assegura, assim, a sua reeleição em 2022. Não para assumir o Governo, mas para liderar a oposição aos seus desafetos ou concorrentes.

Em síntese, na área federal não temos governo, só oposição. 

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