Jair Bolsonaro, eleito pela primeira vez, deputado federal, pelo Rio de Janeiro, em 1990, desde a sua posse em 1991, sempre teve como sua primeira prioridade, a sua reeleição, no que foi bem sucedido, sendo reeleito, por 6 vezes. Só não concorreu à reeleição em 2018, por ter se candidatado à Presidência, no que foi igualmente bem sucedido.
Associando posições ideológicas bem definidas - defendidas com plena convicção - com uma eficaz atuação como despachante de interesses corporativos, pavimentou o seu caminho político sempre voltado para a reeleição no pleito seguinte, sem correr riscos na manutenção do seu mandato de deputado, encoberto na falta de visibilidade do baixo clero da Câmara dos Deputados.
Buscar a reeleição sempre foi da natureza intrinseca da sua pessoa, ao longo da carreira política.
Não seria diferente na Presidência da República. Desde o dia em que tomou posse, no início de 2019, está voltado para a sua reeeleição em 2022. Nunca desceu do palanque, seja virtual, como presencial.
Incorporou outros temas e posições para ganhar adeptos. Nunca foi "terrivelmente evangélico", mas se associou a lideranças das denominações, o que lhe proporcionou mais de 400 mil votos na sua última reeleição para deputado federal, em 2014, no Rio de Janeiro.
Nas eleições de 2018, ao perceber duas grande ondas ou tendências as incoroporou na sua campanha, associando-se à principal liderança, de cada uma delas: Sérgio Moro, do combate à corrupção e Paulo Guedes, da economia liberal.
Na Presidência da República, percebeu que - diferentente do baixo clero - está permanentemente sob os holofotes, com dificuldade de esconder as suas vulnerabilidades que colocam em risco a governabilidade e o seu próprio mandato.
Tendo que alcançar as medidas que favoreçam a sua reeleição e ainda assegurar o seu mandato, já abandonou o cerrado combate à corrupção e está em vias de deixar o liberalismo econômico "guedista". Sempre movido pelo objetivo da sua reeleição em 2022.
Não será diferente, com relação à mudança do cenário norte-americano, com a provável derrota de Donald Trump. Este, derrotado nas urnas, tentará ganhar no "tapetão" e até a batalha final, contará com o pleno apoio e lealdade de Jair Bolsonaro.
Mas se confirmados, os resultados, Bolsonaro fará prevalecer o seu pragmatismo, inteiramente voltado para a reeleição, em 2022, em relação a quatro pontos principais:
- gasto público acima do teto;
- politica (anti) ambiental;
- política de relações externas;
- vacinação em massa, preventina à COVID-19.
Em 2021 deverá preservar o teto, apesar das pressões dos aliados politicos, para poder gastar mais em 2022.
Na questão ambiental o cenário mais provável é do reforçar a delegação da gestão da área, para a ala militar, sob comando do Vice-Presidente Hamiliton Mourão, ainda que preservando a manuntenção de Ricardo Salles, no Ministério do Meio Ambiente, para encobrir a militarização da área.
Sem a liderança de Trump, mudará as relações com a China e com a Comunidade Européia.
O Brasil corre maior risco de ser um pária internacional com a improvável reeleição de Trump - no tapetão - do que com Biden.
Sem Trump, Bolsonaro tenderá a restabelecer as relações com os paises europeus, buscando apoio institucionais e financeiros para a maior preserva ção da Amazônia e do Pantanal, minimizando o discurso de risco à soberania.
Em 2018, provavelmente os "pró-ambiente" votaram majoritariamente em Bolsonaro, sem perceber claramente, os seus propósitos e compromisso com os predadores ambientais. Votaram em Bolsonaro, em função de outros temas da sua agenda, principalmente o combate à corrupção.
Em 2022, os "pró-ambiente", mais conscientes, tenderiam a votar contra Bolsonaro, caso mantida as políticas atuais.
Para Bolsonaro o que importa é saber o tamanho desse eleitorado e o quanto esse pode influir no resultado das eleições.
Eles são uma pequena tribo, em termos quantitativos, mas barulhentos que conseguem mobilizar os seus integrantes tribais internacionais, para uma pressão sobre o Governo, ou uma imensa comunidade nacional?
A visão de Bolsonaro é que ambinetalistas dinamarqueses, noruegueses, frances, alemães, ingleses, japoneses e outros, podem fazer discursos contra o Brasil, mas não são eleitores no Brasil. Não tem voto. A preocupação de Bolsonaro é o quanto a "piralha" pode influenciar o voto dos piralhos e piralhas brasileiras. Por que estes já terão alcançado a idade para serem eleitores.