A indicação do filho Eduardo para a
Embaixada Brasileira em Washington faz parte de uma estratégia para fortalecer
a direita no mundo e ter Eduardo como o líder sulamericano dessa direita.
Não é uma estratégia estudada, mas
intuitiva e baseada numa percepção equivocada de Bolsonaro de uma oportunidade
histórica. Para ele a oportunidade está na vacância da Embaixada do Brasil nos
EUA, no seu alinhamento irrestrito com Trump, na aparente simpatia deste com o
pai e com o filho e do fato de que Eduardo completou a idade mínima. Para Jair, o momento é agora ou não se sabe
quando. Talvez nunca.
Só que a sua visão de oportunidade
não coincide com a da sociedade e do Congresso.
Não articula os apoios dentro do
Congresso, por acreditar que a pressão popular será suficiente para convencer
os parlamentares a votar a favor das suas propostas, uma vez que foi eleito
pelo povo. É o vencedor.
Mas esse mesmo povo elegeu 513
deputados federais e 54 Senadores, em 2018.
Bolsonaro, com mais uma declaração
infeliz, carregada de preconceito, se indispôs com os Governadores e os
políticos do Nordeste. Os quais foram igualmente eleitos e são também
vencedores.
Pelo
seu simplismo de raciocínio, desconsiderou que só o Nordeste conta com 24
senadores. São votos importantes para aprovar ou rejeitar a indicação de
Eduardo.
Bolsonaro
acha que na Presidência ele deve continuar sendo o homem simples, de
conhecimentos limitados, como sempre foi, adotando os preconceitos e reações
emocionais das pessoas simples. Porque foi eleito dentro dessas condições.
Não é o que acha o Congresso pala
maioria dos seus integrantes. Eles também são vencedores. Os perdedores não
chegaram lá.
São os representantes do povo no Congresso
que tentam impedir que, o modelo Bolsonaro de governar, leve o país a uma
deterioração sucessiva e que ele vá deixar o país numa situação muito pior do
que encontrou.