quarta-feira, 3 de julho de 2019

Uma cultura de fofocas


A sociedade brasileira está propensa a dar maior atenção às fofocas, às "briguinhas" da política e fatos eventuais inusitados do que a questões estruturais de impacto nacional mais amplo. 
A viagem de Bolsonaro ao Japão, acabando por aceitar as imposições dos líderes europeus, para manter o respeito às questões ambientais, aos indígenas e ao trabalho decente, completando as negociações para o Acordo Comercial UE-Mercosul, tem amplas implicações futuras no seu Governo e para o Brasil.
Mas foi e ainda é ofuscado pelo episódio da prisão de um militar com 39kg de cocaina dentro do avião presidencial reserva. É uma questão policial, sem maior relevância nacional. Mas é destaque na mídia brasileira.
Mais que o noticiário sobre o acordo.  Este não é tema para "conversa de botequim".

O amanhã do Brasil está no seu agronegócio voltado para o mundo. Não mais numa indústria voltada para o mercado interno, protegido pelo Estado.

O grande sonho de Roberto Simonsen, ainda nos anos quarenta do século passado, em tornar o Brasil do Futuro, numa potência industrial mundial, acalentado por muitos brasileiros, incluindo este que vos fala, está sucumbindo por incompetência.

Ao longo desses 70 anos tivermos alguns acertos e muitos erros, nos momentos presentes, que comprometeram o futuro que se tornou o hoje. 

Mas, mais uma oportunidade histórica, se coloca diante do Brasil. Um novo rumo. Podemos acertar, como errar, mais uma vez.

A oportunidade pode ser perdida se o  fechamento do acordo EU-Mercosul, ficar num triunfalismo midiático e não foi efetivamente assumido pelo Governo e pela sociedade brasileira.

O "país do futuro", será novamente adiado se continuar ficando preso a ontem. O amanhã será a repetição do ontem. 

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