Logo após os 100 dias, depois de uma queda na aprovação do Governo e na confiança do Presidente, mas ainda em vantagem, Bolsonaro tentou segurar ou evitar uma virada dos adversários.
Afastou os que pretenderam tutelá-lo e adotou por decreto, uma série de medidas para cumprir as suas promessas de campanha, e se mostrar um efetivo Presidente.
"Fui eleito por 58 milhões de votos ". "aqui quem manda sou eu". "Quem não gostar, peça para sair".
Os parlamentares foram também eleitos, no conjunto, com cerca de 100 milhões de votos e não podem ser demitidos por uma "canetada" do Presidente. Não são subordinados do Presidente e o tem contestado.
O Presidente tem perdido sucessivas derrotas no embate com o Congresso e voltou a buscar no apoio popular a força para o confronto.
A recente pesquisa do IBOPE, mostra que o Governo mantém o apoio da sua torcida.
Mas o Presidente, pessoalmente, está em baixa e seu prestígio passou de 46 pontos positivos no início do Governo para o negativo em 2 pontos.
Isso se reflete no índice de confiança do Presidente, que ainda era de 6 pontos positivos em abril e virou negativo em 5 pontos em junho. Uma perda de 11 pontos, em dois meses.
O efeito político dos resultados da pesquisa está no comportamento do Congresso.
A leitura política é que Bolsonaro mantém o apoio da sua base, mas vem perdendo o apoio dos aderentes.
A pesquisa indica uma crescente dificuldade para a uma concretização dos cenários favoráveis ao Presidente.
Para evitar o cenário radical do "Jânio ou Dilma", isto é, da renúncia ou impeachment", por mais que "esperneie", e resista em ser tutelado vai ter que aceitar o cenário "Rainha da Inglaterra".