Jair Bolsonaro crê intima e fortemente que os quase 58 milhões de votos que recebeu em outubro de 2018 lhe dão autoridade pessoal para cumprir as promessas que - supostamente - todos esses eleitores apoiaram.
E faz uso da sua caneta para tal. Como fez com o decreto de flexibilização das armas.
Diante da resistência ou oposição do Congresso em aceitar esse poder, busca a mobilização dos grupos de apoiadores para pressionar os parlamentares.
A maioria dos Senadores optou por resguardar as suas atribuições constitucionais e aprovou a revogação do referido decreto.
Para evitar que seja revogado também na Câmara dos Deputados, Jair Bolsonaro vem reforçando o seu relacionamento direto com o "seu povo" e foi à tradicional Marcha por Jesus: realizada anualmente em São Paulo, levando às ruas milhares de evangélicos.
A politização de um amplo movimento de rua, que é baseado na mensagem de "paz e amor", com a proposta de "guerra", ainda que contra os bandidos, leva ao risco de "cair no vazio".
Teria sido uma mensagem imprópria e inoportuna.
Além disso, para organizar o apoio, filiou-se a lideranças de igrejas de menor porte, abandonando ou não buscando Silas Malafaia, o líder da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, a denominação que tem o maior número de adeptos e a maior participação na bancada evangélica, a bancada da bíblia.
Não estavam no palanque, ao lado do Pastor Marco Feliciano, um dissidente e desafeto de Malafaia, os principais representantes deste: Sóstenes Cavalcante e Silas Câmara.
Jair Bolsonaro, pela sua personalidade, não é um agregador, mas um separador. Como tal corre o risco de nem a unanimidade da bancada evangélica conseguir para brecar a revogação do decreto das armas, na Câmara.
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