sábado, 13 de março de 2021

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está julgado, porque os julgamentos foram anulados por incompetência. 

Continua como réu, só que agora será julgado em Brasilia. Mesmo que condenado em primeira instância, para que se torne inelegível, dependerá de decisão colegiada do TFR, o que não será rápido.

Permanece a pendência da anulação por suspeição de Sérgio Moro, cuja conclusão do julgamento poderá ultrapassar a outubro de 2022, diante dos interesses políticos conflitantes entre Bolsonaro e as lideranças do Centrão.

Lula será candidato à Presidência da República, como fato consumado e reconhecido pelos agentes políticos e pelo eleitorado. O seu nome fará parte das pesquisas de intenção de votos. A evolução da aceitação e rejeição dele, determinará o comportamento dos demais candidatos.

As circunstâncias serão bem diferentes em relação a 2018.

Cinco são os principais itens da pauta eleitoral: saúde, economia, (des)emprego. politica social e corrupção.

Jair Bolsonaro, no quadro atual não ocuparia a primazia em nenhuma das circunstâncias, superado por Mandetta no combate à pandemia; por Sérgio Moro, no combate à corrupção; por Lula na política social. Esta fraco na economia e no combate ao desemprego.

Seria equivalente a uma competição de pentatlo. Bolsonaro sabe bem que para vencer não precisa ser o primeiro em alguma das modalidades. Basta ser o segundo ou até o terceiro em todas, desde que o vencedor de uma delas, seja muito fraco em outras. O que vale é a soma dos pontos. 

A ele interessaria a diversidade de candidatos e não a 

polarização com um candidato, para vencer no 

conjunto.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Petrobras - retomada militar

 A Petrobrás, desde sua criação, sempre foi vista pelo Exército, com o apoio das demais armas, como estratégica do ponto de vista da segurança e da soberania nacional.

O Brasil precisava ter o controle da disponibilidade de combustíveis para abastecer os seus tanques, aviões e outros equipamentos bélicos. Não poderia ficar na dependência de terceiros países. Esses poderiam, um dia, se tornar inimigos ou associados dos inimigos. 

Na América do Sul, os países vizinhos sempre foram dominados por ditaduras de direita. A Venezuela, com Hugo Chavez quebrou essa hegemonia conservadora e outros países a seguiram. O Brasil, desde a primeira eleição de Fernando Henrique caminhou na direção do centro esquerda, com o PT avançando no rumo extremo, mas com visões distintas sobre a Petrobras.

FHC reduziu a importância estratégica de soberania da Petrobras, iniciando o processo de internacionalização da empresa e fundamental instrumento para a captação de recursos externos para investimentos no Brasil.

A Argentina, vista sempre como um inimigo bélico potencial, teve uma inflexão com Macri, mas que pouco durou, com o retorno do peronismo. O Brasil, com a eleição de Bolsonaro, assumiu uma declarada posição de direita,  liberal na economia e conservador nos costumes.

Com o restabelecimento da democracia, após 22 anos de regime militar, o comando da Petrobras passou para os civis, funcionando como um braço operacional das políticas governamentais. 

Dado o relevante peso dos combustíveis no custo de vida, sempre foi usado, circunstancialmente, para conter a inflação.

Com o governo petista e Dilma Rousseff, como a suposta competente técnica nas questões de energia, sob apoio do Presidente Lula, assumiu o controle da Petrobrás e com os sucessivos "mal feitos" quase a quebrou.

Paulo Guedes retomou a visão da Petrobras, como instrumento de captação de recursos internacionais, dentro de uma visão liberal. Para isso, ainda na fase de formação do governo, puxou para si, o comando da Petrobras, indicando seu colega da linha liberal,  Roberto Castelo Branco, antes que a área militar ou política apresentassem o seu candidato.

Castelo Branco buscou a implantação de uma gestão voltada para resultados econômicos, privilegiando o interesse dos investidores. 

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Afinal entrou em campo

  Jair Bolsonaro, em campanha aberta pela sua reeleição em 2022, desde a posse, estava no campo ou na pista, sozinho sem adversários declarados. Todos os eventuais concorrentes são suposições dele, Bolsonaro e da mídia. A percepção de Bolsonaro é prática, ele desenvolve ações para a desconstrução do suposto concorrente futuro. João Dória seria o único concorrente.

Todos os demais são suposições de analistas, alguns políticos e difundido pela mídia que tem interesse em transformar a suposição em notícia.

Agora Lula resolveu se manifestar, tentando assumir a liderança de uma oposição do campo da esquerda. Manteve-se fora do campo, esperando por decisões judiciais que o livrassem de vez dos processos, alegando suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Cansou de esperar e anunciou o ingresso na campanha, colocando o "bloco na rua", com ele como candidato e se inviabilizado juridicamente, Fernando Haddad no seu lugar.

Guilherme Boulos a liderança emergente da esquerda reagiu negativamente, afirmando que essa deve apresentar projeto e não nomes.

Ele está certo, do ponto de vista da teoria política, assumida pela elite, mas Lula, mais pragmático sabe que o povo vota, majoritariamente,  em nomes e não em propostas. 

O nome traz em si uma proposta que é absorvida ou não pelo eleitor.

O nome Lula é associada à sua proposta básica, nem sempre compreendida e aceita pela teoria, mas bem absorvida pelo povo: melhorar a sua capacidade de consumo.

O bolsa-família não foi desenvolvido apenas como projeto social, mas como um projeto consumista (Não confundir com comunista) e deu suporte à eleição e reeleição de Lula e ainda as eleição e reeleição de Dilma. 

O projeto Lula foi contaminado pelo vírus da corrupção e gerou uma forte reação do eleitorado que elegeu Jair Bolsonaro, em 2018.

Já o PT e Fernando Haddad são mais afeitos à teoria politica e tem como bandeira principal o combate à desigualdade social.

Haddad, o "Andrade" não tem perfil pessoal para assumir o projeto Lula. O único que tem tal condição é o próprio Lula.

Na prática, sem Lula, o PT não tem nada.

O campo da esquerda terá nova liderança. Por enquanto, Ciro Gomes e Guilherme Boulos, com alguma densidade eleitoral. Flávio Dino, perdeu as eleições municipais de 2020, no Maranhão, não sendo um candidato viável. É uma ilusão assumida pela elite esquerdista paulista seduzida pelo seu discurso. 

Lula, mesmo com uma declaração extemporânea, obriga a esquerda entrar em campo ou na pista, para se organizar para a disputa em 2022. Sob intensa artilharia dos sectários bolsonaristas.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

E depois?

 As eleições para a presidência da Câmara Federal são pelo voto secreto. A menos do deputado que resolva mostrar o seu voto, antes de colocar na urna, para mostrar ao Governo, à liderança partidária e aos seus eleitores o seu voto.

As cabines com as urnas eram tão apertadas que não permitiram as fotos. 

O seu voto passa a ser difundido pela narrativa do autor. Acredite quem quiser. Traidor nunca se acusa.

Já as votações dos projetos de lei, medidas provisórias, propostas de emendas constitucionais e outras medidas como a conclusões de CPIs, andamento de pedidos de impeachment são abertas. 

Nesse caso, as cobranças do Governo e da liderança partidária, de um lado e dos seus eleitores, de outro, podem não ser coincidentes, colocando o deputado federal num dilema. 

O seu objetivo primordial é sempre a sua reeleição em 2022. Tudo o mais, para ele, é secundário.

Para alimentar a sua campanha pela reeleição, precisa das emendas parlamentares. Se votar contra as medidas de interesse do Presidente, pode ter trancada ou retardada a liberação e o pagamento das suas emendas. Sem o dinheiro das emendas não consegue o atendimento ao seu eleitorado, descumpre promessas e corre o risco de não ser reeleito. 

Por outro lado, eventual enfraquecimento da popularidade do Presidente, o que as pesquisas vem indicando, com perda de apoio pela continuidade da posição negativista em relação à pandemia, colocando em risco da sua reeleição, pode se tornar um fardo para o deputado federal, diante do seu eleitorado. 

Se o seu eleitorado for predominantemente de sectários bolsonaristas, o apoio ao Presidente será um ativo.

Ao contrário, se a maioria do seu eleitorado tiver posição desfavorável, ele preferirá ficar com esse do que com o Presidente. 

As pesquisas nacionais, como as do IBOPE e DATAFOLHA são indicativos importantes, mas insuficientes para cada deputado federal.

Como temos reiterado aqui, o deputado federal não é eleito nacionalmente, como o Presidente da Republica, mas estadualmente. Na maioria dos casos, local, distrital ou regionalmente.

Precisará fazer pesquisas específicas.

As pesquisas realizadas para as eleições municipais nas principais capitais, já mostravam uma rejeição à gestão de Bolsonaro maior do que o nacional.

O aumento de rejeição na cidade de São Paulo pode levar a movimentos de rua de grande porte. A mobilidade urbana será prejudicada.  Difundidos, amplamente pela mídia tradicional, pode influir nas percepções dos demais eleitores brasileiros.

Não há nenhuma garantia de que o Congresso vá aprovar a pauta econômica liberal de Guedes, que os empresários ainda esperam para a retomada plena da economia

O Presidente da Câmara dos Deputados tem o poder monocrático de trancar pedidos de impeachment, assim como determinar a pauta dos projetos, mas não tem o mesmo poder para aprovar ou reprová-los. Dependem de decisão colegiada e ele precisa desenvolver uma ampla articulação, com a participação da Presidência, para formar maiorias.

As eleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco farão o cenário politico de 2021 menos turbulento, com eventual andamento de processo de impeachment, o que prejudicaria ainda mais a recuperação da economia. 

A abertura de um processo de impeachment significaria mais um ano inteiramente perdido na economia.

Porém o trancamento dos pedidos não eliminaria a sangria do Presidente. 

Os opositores seguiriam indignados e fazendo muito  barulho pela mídia, promovendo alguns movimentos de rua, além dos sucessivos panelaços, mas a maioria da população, tomando a vacina, nas suas duas doses, irão preferir voltar o quanto antes à normalidade, não se envolvendo na turbulência política.

Serão condescendentes com os impropérios do Jair, com o seu agoverno, adotando a racionalização de que ele foi legal e legitimamente eleito e que deve completar o mandato.

Grande parte do empresariado mantém a esperança da aprovação, das reformas estruturais.

Arthur Lira não conduzirá o processo por convicção ou entendimento pessoal das propostas, mas inteiramente pela necessidade política e eleitoral. 

Será melhor bem sucedido do que Rodrigo Maia? 

As atividades econômicas serão retomadas em tempo menor?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Até onde a vista alcança

 Nesta terça-feira, dia 2, a série “Biblioteca – Informação viva, conhecimento aplicado” do IE, traz de forma online a palestra sobre o livro: ATÉ ONDE A VISTA ALCANÇA – INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA. Para participar, basta se inscrever no https://bit.ly/2KVD3iW

. Esperamos por você. #bibliotecaie

https://www.facebook.com/321771947903614/posts/3751092014971573/?substory_index=0

O Brasil, um pais territorialmente imenso, de mais de 8,5 milhões de km2, população de cerca de 210 milhões de pessoas, com grande diversidade de renda e condições de vida e quase 148 milhões de eleitores registrados como aptos a votar nas últimas eleições (2020), não se consolidou - como nos EUA - a formação de poucos partidos políticos para unificar a visão de mundo comum dos diversos segmentos da sociedade. 

A visão de mundo é como as pessoas enxergam o ambiente em que vivem, partindo das condições concretas que o cercam, gerando vivências e experiências pessoais, ao que as demais pessoas que elas ouvem dizem, ao que está no noticiário, aos discursos dos políticos e demais líderes - empresariais, comunitários, corporativos e outros - dizem e às informações transmitidas pela educação formal.

Os partidos políticos deveriam ser a instituição da sociedade que reune, organiza e consolida as visões de mundo, existentes dentro da sociedade, o que não ocorre no Brasil, com raras exceções.

Dai resulta uma ampla fragmentação das visões de mundo, determinando ou influenciando o comportamento eleitoral das pessoas.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O apoio empresarial a Bolsonaro - cenários alternativos

 Grande parte do empresariado brasileiro votou em Jair Bolsonaro, em 2018, motivado pela fobia pelo PT, segundo eles um governo "quase-socialista" com ampla intervenção do Estado nas atividades econômicas e praticando uma "enorme roubalheira" dos cofres públicos.

A sua preferência inicial era por Geraldo Alckmin, mas denúncias de participação em esquemas de corrupção no Governo de São Paulo o enfraqueceram, reforçando a visão de fraqueza pessoal para enfrentar a agressividade do PT.

Jair Bolsonaro reunia duas condições de agrado dos empresários: aderiu a uma pauta pró-empresa na economia com a redução da interferência estatal nas suas atividades e propugnou a eliminação completa da concussão, isto é, da extorsão praticada por agentes públicos.

O seu programa priorizava outras questões, como a armação da população, combate ao "politicamente correto" - defendida pela esquerda - principalmente no que ele entendia como ofensa aos valores tradicionais da família brasileira.

Para os empresários, representavam "danos colaterais" sem prejuizo dos objetivos principais: liberalismo econômico e combate à corrupção.

Depois de um primeiro ano de embate com os demais Poderes, tentando ganhar mais poder autoritário, conseguindo apenas a aprovação de meia reforma previdenciária, mas aceita pelos empresários, como melhor de nada e quando a macroeconomia dava sinais de retomada, após uma longa crise, o Brasil foi alcançando - em cheio - pela pandemia do novo coronavirus - o SARS - COV 2, causador da COVID 19, que já provocou a morte de mais de 200 mil brasileiros.

Bolsonaro sempre se posicionou a favor das reivindicações empresariais, colocando-se contra às restrições de funcionamento de atividades econômicas, tanto da indústria, como nos serviços. Não conseguiu levantar, através do Governo Federal as restrições estabelecidas pelos Governos Estaduais e Municipais, por decisões judiciais.

Mas manteve o apoio empresarial. Com este apoio, mais dos sectários do bolsonarismo, manteve um comportamento de contestação e rebeldia, promovendo aglomerações, sem uso de máscara, debochando ou minimizando a gravidade da doença, opondo-se à vacinação, opondo-se à compra das vacinas  CORONAVC, caracterizando-as como a "vacina chinesa de Dória", declarando que não tomará nenhuma das vacina contra o coronavirus e propugnando o tratamento precoce com a cloroquina.

Teve um reforço no apoio popular pela aprovação de um auxílio-emergencial, no valor de R$ 600,00 mensais, mas a partir do final de 2020 passou a acumular fatores adversos que estão minando o apoio empresarial.

A  flexibilização das restrições à movimentação das pessoas e ao funcionamento das atividades econômicas, por parte dos Governos Estaduais e Municipais, para atender às reivindicações e pressões empresariais no período de festas e de maiores compras pelos consumidores levou a um novo surto de contaminações e de óbitos, 

As tentativas dos Governos de restabelecer as restrições, alguns mais radicais, provocou a reação contrária, contestações e movimentos  de rua dos comerciantes e demais empresários. opondo-se às medidas, pressionando os governantes a voltar atrás, mantendo as flexibilizações. 


...

Em Manaus, diante da pressão empresarial, o Prefeito recuou e deu margem a um surto, criando a maior crise sanitária brasileira da era COVID-19.

Ainda em dezembro de 2020, as primeiras vacinas ficaram prontas, para uso experimental, começando a ser aplicada em diversos países, enquanto no Brasil o estoque de vacinas COVID 19 já em território nacional dependia de aprovação da ANVISA. 

A disputa política de Bolsonaro e Dória, atrasou o inicio da vacinação, mas afinal foi iniciada nesta semana começando a contagem dos prazos a partir do quais o Brasil poderá considerar controlados os efeitos do coronavirus e voltar à normalidade, ainda que um "novo normal".

A esperança dos empresários é que a economia volte a funcionar normalmente e eles possam voltar a produzir mais, investir mais, empregar mais e lucrar mais. 

Com a retomada da economia, como os empresários vão se posicionar em relação a Jair Bolsonaro? Podemos desenhar 3 cenários básicos:

  • manutenção do apoio;
  • "em cima do muro";
  • passar a apoiar a sua saída.
No primeiro cenário, apesar de considerar as resistências, desencontros e atrasos, aceitam que ele teve coragem de mudar, assumiu o comando da vacinação nacional e livrou o Brasil da sua mais grave ameaça, sem qualquer denúncia ou indício de corrupção, de desvios de recursos públicos, que teriam ocorrido em governos estaduais e municipais. Vão manter a avaliação de que o Governo é ótimo ou bom, nas pesquisas, reforçando a imagem de apoio popular. A racionalização pessoal é de que se fosse um governo petista, todo o processo teria sido acompanhado, por um grande desvio dos recursos públicos. Todo os recursos federais destinados à vacinação e geridos diretamente pelo Governo Federal chegaram aos destinatários, não podendo o Presidente ser responsabilizado por desvios praticados por outros entes federativos.

No segundo cenário, os empresários aceitam a versão de que Bolsonaro teve coragem de mudar e, como Presidente da República, assumiu o comando nacional da vacinação, sem abrir mão das suas convicções pessoais, promovendo a normalização do funcionamento da economia, ainda que de forma lenta e com baixo rendimento. Aceitam a mudança de comportamento como um sinal positivo, mas não suficiente para avaliar o seu governo como ótimo ou bom. A esperança e confiança na reabertura total da economia, não os leva a negativar a avaliação como ruim ou péssima. Ficam no regular, deixando a variação das avaliações por conta dos outros. Os empresários ficam "em cima do muro".

O terceiro cenário é caracterizado pela insatisfação dos empresários com a situação da economia brasileira, estagnada e sem segurança de retomada, no curto prazo. Com a vacinação iniciada, se não ocorrerem novos percalços, a "imunidade de rebanho" só seria alcançada em meados de 2022. Só então o consumo das famílias, principal motor da economia, voltaria a se dinamizar, pela retomada de confiança dos consumidores. As flexibilizações nas restrições, com a reabertura de mais atividades econômicas, promovidas pelos Governos Estaduais e Municipais, teriam indicadas uma baixa recuperação, na economia, mas um alto impacto negativo nas condições sanitárias. 
Os empresários passam a aceitar e assumir a narrativa de que Bolsonaro, com a sua posição negativista, de cura com remédios familiares, atrasando o planejamento e as providências preliminares para efetivar a vacinação em massa, o quanto antes, atrasou o processo de vacinação, comprometendo a retomada da economia. 
Mesmo iniciado o processo, a sua continuidade está sob risco, pela dificuldade ou obstáculos colocados pela China ou Índia, os principais supridores de insumos para as vacinas, em decorrência de erros na visão estratégica, em relação a esses países. 
Perceberam que o escudo da suposta proibição do STF de tomar as providências cabíveis era falsa. Bolsonaro percebeu - tardiamente - que o comando supremo da vacinação nacional é do Governo Federal. Retardou a vacinação e a retomada da macroeconomia, mesmo com os alertas de Paulo Guedes de que a vacinação era o único meio para assegurar a recuperação da economia.
Isso os levará a - predominantemente - reprovar a atuação do Governo, votando no péssimo ou ruim, nas pesquisas. Ajudaria a ampliar a imagem de desaprovação popular do Presidente.
Diante desse quadro, alguns dos empresários bolsonaristas, mudariam de posição, passando apoiar a sua saída precoce. Entendem que a sua permanência compromete a velocidade na retomada da economia. 












 


sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Tudo muito simples

 A Ford Motors Co tem unidades de montagem e produção de auto-peças, tanto no Brasil, como na Argentina, instlando a sua cadeia produtiva, regional e não nacionalmente.

Os carros de entrada, montados no Brasil são vendidos na Argentina, como nacionais, tanto quanto o Focus, comprados pelos brasileiros, como produto nacional, é montado na Argentina.

A Argentina tem uma economia dolarizada, o que significa que quando o Brasil importa da Argentina, paga com um dólar acima de R$ 5,00, apenas com vantagens tarifárias em relação a uma compra dos EUA.

Com a globlização e mundialização das cadeia produtivas, todos os carros montados, em qualquer país, tem um baixo índice de nacionalização. Todos os países se especializam em alguma das partes, onde são mais competitivos e importam dos demais o que é mais vantajoso. 

A Ford do Brasil, como as demais montadoras aqui instaladas, fazem grandes importações e os custos dos seus carros estão sujeitos às variações cambiais.

Com a sua produção voltada quase totalmente para o mercado interno, o preço precisa subir enquanto a renda ou remuneração do potencial comprador fica estável.

Para não elevar demasiadamente os preços, o que afetaria o nível de venda, a empresa absorve a diferença, como prejuizo tolerável e temporário.

Quando a variação é excessiva ou excessivamente demorada o prejuizo se torna intoleravel e a empresa prefere parar a produção e deixar de vender do que continuar absorvendo os prejuizos. É uma das razões da Ford, para o fechamento das suas fábricas no Brasil.

Mas por que mante a produção na Argentina? Porque ela vende no equivalente ao dolar e a renda dos compradores também. As variações são relativamente menores, os prejuizos mais toleráveis.

Simpes assim.

A solução está na dolarização da economia? Não

A solução é evidente e está sendo praticada pelo agronegócio. Aumentar as exportações. 

A conformação produtiva e comecial do agronegócio faz com que os seus negócios sejam dolarizados. Mas tem impactos internos quando produtos de exportação são vendidos também no mercado interno.É o caso da carne.

Mas não é o caso do arroz e do feijão em que os aumentos são dos aproveitadores, que nem importam, tampouco exportam. 

Mais simples ainda.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Líder da oposição

 Aparentemente o Brasil não tem um líder de oposição política. As pessoas estão muito focadas no Governo Federal, numa oposição ao Presidente da República ou no seu partido.

Com um Presidente da República personalista, nunca partidário, que se recusa a governar, de cuidar dos desafios nacionais, Governadores de Estado e Prefeitos Municipais, assumiram a responsabilidade de enfrentar a pandemia do novocoronavirus, com a adoção de medidas restritivas, para conter a contaminação e organização emergencial dos seus sistemas de saúde pública, para atender às demandas de internações da população do seu Estado ou Municipio, cuidar da saúde dos adoecidos pela COVID 19, e conter ou reduzir o número de mortes pela doença.

Os Governadores e Prefeitos que assumem a governança enfrentam um grande opositor político, contestando, combatendo as suas medidas restritivas, que ademais tem soluções simplistas, baseadas em crenças e não em comprovações científicas, para curar os doentes. Jair Bolsonaro, o atual Presidente da República prefere não governar e assumir a liderança da oposição aos Governos Estaduais e Municipais. 

Neste final de ano, nesse exercício de oposição política, criou ou aproveitou todas as oportunidades, com cobertura midiática, para incentivar a desobediência civil, promovendo aglomerações proibidas, sem os devidos cuidados sanitários. Ao contrário, como opositor, contesta tais cuidados e atribui todas as responsabilidades e consequências dos seus atos às próprias pessoas. Quem ache que a doença não é perigosa, ou quer assumir os riscos, que o façam. Já os impactos sobre terceiros é de responsabilidade desses: "cada um que cuide de si e não espere que o outro cuide de você". 

Com a sua presença pessoal em eventos proibidos ou desacatando ostensivamente as medidas sanitárias, mantém a fidelidade dos seus seguidores e devotos e tem ganhado adesões adicionais. 

Assegura, assim, a sua reeleição em 2022. Não para assumir o Governo, mas para liderar a oposição aos seus desafetos ou concorrentes.

Em síntese, na área federal não temos governo, só oposição. 

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...