A centralização de recursos nas mãos do Governo Federal, associada à maior facilidade na formação e manutenção de partidos politicos, promoveu a expansão do "despachantismo", isto é, a eleição de deputados federais como despachantes de interesses comunitários, somados aos despachantes de interesses corporativos.
O deputado despachante é, em geral, um populista com carreira anterior de atendimento direto às necessidades ou problemas da população. É popular, por ser conhecido e admirado na comunidade e populista por transformar a sua aceitação em alavanca para obter e ampliar os votos.
O seu eleitorado é um ativo pessoal. Dessa forma ele não precisa do partido político, a menos para registro da sua candidatura. É o partido político que precisa dele e dos seus votos, para eleger a sua bancada, em função das regras eleitorais.
O deputado-despachante tem independência e se entrar em choque com a direção partidária, simplesmente, na primeira oportunidade ou janela, muda de partido.
Nas eleições de 2018, sem o financiamento empresarial e com as campanhas financiadas, essencialmente pelos fundos públicos controlados pelas direções partidárias, a perspectiva era de uma maior dependência dos candidatos dos partidos. Mas muitos foram eleitos com pouco ou nenhum apoio financeiro do partido. Foram eleitos em função da sua popularidade nos seus redutos eleitorais.
As direções partidárias não tem o controle sobre o voto dos despachantes filiados ao seu partido. Por isso não podem garantir ao governo o voto deles. A menos de contrapartidas a cada um deles.
Por essa razão não assumem nenhum compromisso de fechar questão. Não mandam nos votos dos seus partidários. E se ameaçar de punir por infidelidade partidária eles mudam de partido. Simples assim
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