Se o poder que temos não presta é porque o povo o elegeu.
Então antes de discutir qualquer reforma política na superestrutura institucional é preciso responder a duas questões básicas:
- porque o povo elege um poder ruim, um poder podre, um poder imprestável?
- no que as medidas propostas de reforma política vão alterar ou melhorar as escolhas do povo?
A reforma política é proposta pela elite, por acadêmicos, organizações da sociedade que tem uma visão idealizada da realidade e representam, do ponto de vista eleitoral, uma pequena fração do total. Enquanto essa elite não conseguir alcançar "corações e mentes" dos demais eleitores, pouco vai mudar. Ou vai mudar para ficar tudo na mesma.
A visão da elite é que a vontade do povo é sequestrada pelos políticos. Que o povo é enganado pelas mentiras dos políticos, iludidos pelos meios de comunicação. O que é falso.
A relação dos candidatos a deputados com seus eleitores é mais direta, "olho no olho". A menos do eleitorado das grandes cidades, onde esse contacto é limitado.
Pode se assumir que os 2/3 dos deputados federais, os que escandalizaram a elite brasileira, com as suas manifestações primárias na declaração de voto a favor ou contra o impeachment, foram eleitos na relação pessoal com os eleitores. A culpa não é da mídia. É do povo que o elegeu.
Para que ocorra efetivamente uma reforma política, a elite precisa superar os seus preconceitos e reformar visões equivocadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário