Esperança, honestidade e "austeridade" serão os pilares da agenda eleitoral de 2018.
A agenda é do eleitor, antes de ser do candidato ou partido. Estes serão bem sucedidos (ou não) nas suas campanhas se souberem captar os anseios do eleitor e lhe levar a mensagem sensível em relação a esses pontos.
Na agenda do eleitor "esperança é a perspectiva de uma vida melhor". Não é chegar ao topo, mas uma melhoria em relação à sua vida atual.
Honestidade é o que ele espera do candidato. Que não tenha pecha de ladrão, que não mostre indícios de que vá roubar no exercício do cargo.
Austeridade é o bom uso dos recursos públicos, para que esses possam chegar de forma mais abundante ao cidadão. Talvez possa ser caracterizado como "não desperdício de recursos públicos", simplesmente não desperdício, mas para efeito da agenda, desperdício.
*republicado
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
sábado, 30 de setembro de 2017
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
Uma conjugação difícil de se repetir
Em meio ao recrudescimento da crise política, o sucesso da licitação da concessão de 4 usinas prontas da CEMIG mostrou uma conjugação especial de ações governamentais.
De um lado, as "autoridades econômicas" comandadas por Henrique Meirelles, buscando colocar as contas públicas em ordem, mesmo repetindo erros anteriores. Usar receita de capital para cobrir despesas de custeio é um enorme erro, que vai se refletir mais adiante.
O Governo atual está pagando por erro semelhante, feito desde o Governo Fernando Henrique.
O principal fato político é que a bancada estadual de Minas Gerais na Câmara, a segunda maior em número de deputados - perdendo apenas para São Paulo - tentou até o último momento evitar o leilão e pelo menos manter uma das usinas com a CEMIG.
Essa bancada tem dois cargos cruciais para o Governo Temer: a Vice-Presidência da Câmara dos Deputados e a Presidência da Comissão de Constituição e Justiça, onde ocorre a primeira avaliação da denúncia contra o Presidente junto ao STF.
Supostamente, Temer precisa do apoio desses dois deputados mineiros e dos votos da bancada mineira para barrar o andamento da denúncia. Pois, apesar de toda "chiadeira", pressões e outras ações o Presidente manteve o apoio às autoridades econômicas e o néo peemedebista, Fernando Coelho Filho. Apostou no sucesso do leilão de todas as usinas e ganhou. Além do esperado. Mas pode perder os votos da bancada mineira além de eventual escolha de relator do processo da denúncia, favorável à aceitação, como ocorreu com a primeira.
Deve ter feito as contas e achou que poderia correr o risco. Talvez não contasse com o revés de Aécio, no STF, que mexe mais uma vez com a bancada mineira, embora agora como repercussão maior, envolvendo todo o Senado Federal.
Qualquer que seja o desfecho, é importante perceber que a dita agenda econômica, com diversas medidas já aprovadas e ainda com a reforma da previdência pendente, não segue o seu curso pelas suas virtudes intrinsecas ou pelo apoio do mercado.
Cada medida é negociada e "comprada" de forma hábil, da qual Michel Temer é o mais preparado e experiente e sem escrúpulos.
Meirelles sabe muito bem que não conseguiria dar curso às reformas, sem Temer ou mesmo Lula, para fazer a parte suja. Não aceitou e não aceitaria ser Ministro de Dilma, dada a incompetência e inapetência pela articulação política com terceiros, da ex-Presidenta. Joaquim Levy aceitou e se deu mal.
Sem fazer os acordos com um Congresso, profundamente anti-ético, nenhuma autoridade econômica conseguirá fazer as reformas.
Não existe uma agenda Meirelles (o lado bom e bonito) diverso da agenda Temer (o lado feio). Não existe uma eventual candidatura Meirelles, descolada do Governo Temer.
De um lado, as "autoridades econômicas" comandadas por Henrique Meirelles, buscando colocar as contas públicas em ordem, mesmo repetindo erros anteriores. Usar receita de capital para cobrir despesas de custeio é um enorme erro, que vai se refletir mais adiante.
O Governo atual está pagando por erro semelhante, feito desde o Governo Fernando Henrique.
O principal fato político é que a bancada estadual de Minas Gerais na Câmara, a segunda maior em número de deputados - perdendo apenas para São Paulo - tentou até o último momento evitar o leilão e pelo menos manter uma das usinas com a CEMIG.
Essa bancada tem dois cargos cruciais para o Governo Temer: a Vice-Presidência da Câmara dos Deputados e a Presidência da Comissão de Constituição e Justiça, onde ocorre a primeira avaliação da denúncia contra o Presidente junto ao STF.
Supostamente, Temer precisa do apoio desses dois deputados mineiros e dos votos da bancada mineira para barrar o andamento da denúncia. Pois, apesar de toda "chiadeira", pressões e outras ações o Presidente manteve o apoio às autoridades econômicas e o néo peemedebista, Fernando Coelho Filho. Apostou no sucesso do leilão de todas as usinas e ganhou. Além do esperado. Mas pode perder os votos da bancada mineira além de eventual escolha de relator do processo da denúncia, favorável à aceitação, como ocorreu com a primeira.
Deve ter feito as contas e achou que poderia correr o risco. Talvez não contasse com o revés de Aécio, no STF, que mexe mais uma vez com a bancada mineira, embora agora como repercussão maior, envolvendo todo o Senado Federal.
Qualquer que seja o desfecho, é importante perceber que a dita agenda econômica, com diversas medidas já aprovadas e ainda com a reforma da previdência pendente, não segue o seu curso pelas suas virtudes intrinsecas ou pelo apoio do mercado.
Cada medida é negociada e "comprada" de forma hábil, da qual Michel Temer é o mais preparado e experiente e sem escrúpulos.
Meirelles sabe muito bem que não conseguiria dar curso às reformas, sem Temer ou mesmo Lula, para fazer a parte suja. Não aceitou e não aceitaria ser Ministro de Dilma, dada a incompetência e inapetência pela articulação política com terceiros, da ex-Presidenta. Joaquim Levy aceitou e se deu mal.
Sem fazer os acordos com um Congresso, profundamente anti-ético, nenhuma autoridade econômica conseguirá fazer as reformas.
Não existe uma agenda Meirelles (o lado bom e bonito) diverso da agenda Temer (o lado feio). Não existe uma eventual candidatura Meirelles, descolada do Governo Temer.
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Os impactos da supersafra no PIB
O Brasil, neste ano de 2017, produziu uma supersafra agrícola, mas os seus efeitos sobre o PIB tem sido minimizados ou menosprezados pela maioria dos analistas econômicos.
O efeito inicial foi na produção, com aumento no primeiro trimestre de 2017, cerca de 15% sobre o trimestre anterior, mas com efeito diluido sobre o PIB, em função da sua baixa participação relativa. Mesmo assim contribuiu para uma evolução positiva do PIB, ainda que ínfima, mas quebrando a sequência negativa desde o segundo trimestre de 2014.
O principal efeito da supersafra no segundo semestre foi o impacto sobre a inflação, com a desinflação nos preços dos alimentos.
O seu principal efeito na cadeia produtiva foi na maior movimentação do transporte, que se refletiu na conta dos serviços.
Ainda no segundo trimestre, mas principalmente no terceiro, chegou o efeito derivado do crescimento da massa salarial do agronegócio. Os gastos dos trabalhadores no comércio se transformariam no principal fator de quebra da inércia negativa para reverter em positiva. Isto estaria ocorrendo no centro-oeste e em outros grandes polos de produção agrícola, com o aumento de empregos, principalmente no comércio.
O efeito inicial foi na produção, com aumento no primeiro trimestre de 2017, cerca de 15% sobre o trimestre anterior, mas com efeito diluido sobre o PIB, em função da sua baixa participação relativa. Mesmo assim contribuiu para uma evolução positiva do PIB, ainda que ínfima, mas quebrando a sequência negativa desde o segundo trimestre de 2014.
O principal efeito da supersafra no segundo semestre foi o impacto sobre a inflação, com a desinflação nos preços dos alimentos.
O seu principal efeito na cadeia produtiva foi na maior movimentação do transporte, que se refletiu na conta dos serviços.
Ainda no segundo trimestre, mas principalmente no terceiro, chegou o efeito derivado do crescimento da massa salarial do agronegócio. Os gastos dos trabalhadores no comércio se transformariam no principal fator de quebra da inércia negativa para reverter em positiva. Isto estaria ocorrendo no centro-oeste e em outros grandes polos de produção agrícola, com o aumento de empregos, principalmente no comércio.
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
Exportar para empregar (19) - Toyota na América Latina
Como já escrevemos anteriormente, o principal avanço da exportação de produtos manufaturados brasileiros, que aparece nas contas globais do comércio exterior, é decorrente das mudanças estratégicas e organização das multinacionais automobilísticas, instaladas no país.
As declarações do Presidente da Toyota para a América Latina, Steve St Angelo, no lançamento do novo carro da Toyota, são de ampliar as exportações do Corolla brasileiro, no mercado latino-americano, tomando o lugar do Corolla norte-americano. É uma competição dentro do mesmo grupo empresarial. E expandir para todo o mercado latino-americano e do Caribe.
Segundo St Angelo "A crise, de certa forma, foi boa para nós, porque nos forçou a olhar para o que podiamos fazer para sobreviver." E complementa, "Não estou feliz ainda. Só ficarei satisfeito quando conseguir exportar para os 40 paises da região. Até mesmo para aqueles onde os carros tem direção do lado direito"
A produção do Yaris, que chega ao Brasil, atrasado, não será destinado apenas ao mercado nacional. Será um carro global, concorrendo com o modelo de carro médio da Toyota já produzido na China, em Taiwan, na Tailândia e na França.
Segundo Steve, como é conhecido na companhia, disse saber que não será fácil disputar o mercado externo com outras fábricas da montadora, principalmente a da Tailândia, que é bastante competitiva. (Valor, 26/09/2017, pg B3)
No lançamento do Yaris os dirigentes da Toyota reiteraram que não fizeram qualquer demissão em massa, durante o período de recessão, não obstante terem feito um amplo programa de redução de custos. Também não adotou o mecanismo de "lay off" ou seja, o afastamento temporário. Teriam hoje, um quadro de 5,8 mil trabalhadores.
As declarações do Presidente da Toyota para a América Latina, Steve St Angelo, no lançamento do novo carro da Toyota, são de ampliar as exportações do Corolla brasileiro, no mercado latino-americano, tomando o lugar do Corolla norte-americano. É uma competição dentro do mesmo grupo empresarial. E expandir para todo o mercado latino-americano e do Caribe.
Segundo St Angelo "A crise, de certa forma, foi boa para nós, porque nos forçou a olhar para o que podiamos fazer para sobreviver." E complementa, "Não estou feliz ainda. Só ficarei satisfeito quando conseguir exportar para os 40 paises da região. Até mesmo para aqueles onde os carros tem direção do lado direito"
A produção do Yaris, que chega ao Brasil, atrasado, não será destinado apenas ao mercado nacional. Será um carro global, concorrendo com o modelo de carro médio da Toyota já produzido na China, em Taiwan, na Tailândia e na França.
Segundo Steve, como é conhecido na companhia, disse saber que não será fácil disputar o mercado externo com outras fábricas da montadora, principalmente a da Tailândia, que é bastante competitiva. (Valor, 26/09/2017, pg B3)
No lançamento do Yaris os dirigentes da Toyota reiteraram que não fizeram qualquer demissão em massa, durante o período de recessão, não obstante terem feito um amplo programa de redução de custos. Também não adotou o mecanismo de "lay off" ou seja, o afastamento temporário. Teriam hoje, um quadro de 5,8 mil trabalhadores.
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Esquerda, centro ou direita (3)
A adesão do eleitorado às teses defensivas da esquerda
O Governo Temer - por estratégia ou por falta de opção - resolveu promover uma reforma trabalhista, que vai além da lei aprovada.
Envolve também a EC do teto de gastos, a lei da terceirização e ainda os processos de privatização.
São processos que reduzem a importância e protagonismo dos sindicatos de trabalhadores.
Como citado anteriormente os sindicatos se aferraram na defesa dos trabalhadores estatais, sejam funcionários públicos estatutários, como os assalariados das empresas estatais.
Tradicionalmente, os trabalhadores das estatais conseguem condições melhores que das empresas privadas. Tem maiores obstáculos de ingresso - principalmente a dependência de concurso - mas uma vez dentro, tem maior estabilidade e condições remuneratórias melhores. Tais condições foram ampliadas ao longo dos governos petistas, promovendo o "inchaço" das estruturas estatais assim como seus custos globais.
Os sindicatos e os partidos de esquerda se posicionaram contra as reformas e se posicionam contra as privatizações. Com o apoio dos trabalhadores estatais que vêm em risco as suas conquistas anteriores. O que para a "direita" é vista como privilégios.
E como o eleitorado, em geral, vai se posicionar em relação a tais posições dos partidos de esquerda, e dos sindicatos?
Haverá uma grande adesão ou ficará limitado aos interessados e seu entorno?
O Governo Temer - por estratégia ou por falta de opção - resolveu promover uma reforma trabalhista, que vai além da lei aprovada.
Envolve também a EC do teto de gastos, a lei da terceirização e ainda os processos de privatização.
São processos que reduzem a importância e protagonismo dos sindicatos de trabalhadores.
Como citado anteriormente os sindicatos se aferraram na defesa dos trabalhadores estatais, sejam funcionários públicos estatutários, como os assalariados das empresas estatais.
Tradicionalmente, os trabalhadores das estatais conseguem condições melhores que das empresas privadas. Tem maiores obstáculos de ingresso - principalmente a dependência de concurso - mas uma vez dentro, tem maior estabilidade e condições remuneratórias melhores. Tais condições foram ampliadas ao longo dos governos petistas, promovendo o "inchaço" das estruturas estatais assim como seus custos globais.
Os sindicatos e os partidos de esquerda se posicionaram contra as reformas e se posicionam contra as privatizações. Com o apoio dos trabalhadores estatais que vêm em risco as suas conquistas anteriores. O que para a "direita" é vista como privilégios.
E como o eleitorado, em geral, vai se posicionar em relação a tais posições dos partidos de esquerda, e dos sindicatos?
Haverá uma grande adesão ou ficará limitado aos interessados e seu entorno?
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Esquerda, centro e direita (2)
No campo político, os partidos "trabalhistas" foram capturados por lideranças sindicais cooptadas pelos Governos ou empresários, os chamados pelegos ou por líderes populistas, o que os enfraqueceu.
O PT, sob a liderança de Lula, emergiu como um partido de assalariados industriais, que se assumiu como representante de todos os trabalhadores, embora nunca o tenham sido. Sempre foi o PTA, isto é, o partido dos trabalhadores assalariados, ou PAT, partido de alguns dos trabalhadores. Como tal não conseguiu chegar ao poder. Só o conseguiu quando ampliou o leque das suas bandeiras.
O sindicalismo tradicional não tem mais lideranças políticas próprias. Excluindo a figura de Lula, que de hà muito deixou de ser um líder sindical, não há qualquer outro nome de liderança trabalhista, com reconhecimento nacional. Paulinho da Força e o Senador gaucho Paulo Paim são ainda os mais evidentes, mas de conhecimento público restrito.
Talvez Lula ocupe um espaço, ora indevido, e não deixe margem para a emergência de novas lideranças trabalhistas.
O perfil do mundo do trabalho mudou substancialmente. O volume de assalariados privados representa menos de 40% do total de trabalhadores ocupados. Há um volume identificado de trabalhadores na categoria de servidores públicos, com regime diferenciado, mas não há uma identificação clara dos empregados estatais.
O sindicalismo estatal é ainda um importante reduto do trabalhismo tradicional, dentro da visão de que os assalariados estatais conquistaram melhores condições de trabalho que perderiam com a privatização das atividades.
O Governo Temer vem dando sequência à uma série de medidas que irão reduzir substancialmente o contingente de assalariados estatais, assim como reduzir a garantia de recursos financeiros dos Sindicatos.
Isso vem colocando o movimento sindical na defensiva e tentativa de manter ou restabelecer as condições atuais, deixando-o com pouco ou nenhum espaço de atuação proativa.
Essa condição coloca a esquerda igualmente na posição defensiva. O que poderá ter grande influências nas eleições de 2018.
O PT, sob a liderança de Lula, emergiu como um partido de assalariados industriais, que se assumiu como representante de todos os trabalhadores, embora nunca o tenham sido. Sempre foi o PTA, isto é, o partido dos trabalhadores assalariados, ou PAT, partido de alguns dos trabalhadores. Como tal não conseguiu chegar ao poder. Só o conseguiu quando ampliou o leque das suas bandeiras.
O sindicalismo tradicional não tem mais lideranças políticas próprias. Excluindo a figura de Lula, que de hà muito deixou de ser um líder sindical, não há qualquer outro nome de liderança trabalhista, com reconhecimento nacional. Paulinho da Força e o Senador gaucho Paulo Paim são ainda os mais evidentes, mas de conhecimento público restrito.
Talvez Lula ocupe um espaço, ora indevido, e não deixe margem para a emergência de novas lideranças trabalhistas.
O perfil do mundo do trabalho mudou substancialmente. O volume de assalariados privados representa menos de 40% do total de trabalhadores ocupados. Há um volume identificado de trabalhadores na categoria de servidores públicos, com regime diferenciado, mas não há uma identificação clara dos empregados estatais.
O sindicalismo estatal é ainda um importante reduto do trabalhismo tradicional, dentro da visão de que os assalariados estatais conquistaram melhores condições de trabalho que perderiam com a privatização das atividades.
O Governo Temer vem dando sequência à uma série de medidas que irão reduzir substancialmente o contingente de assalariados estatais, assim como reduzir a garantia de recursos financeiros dos Sindicatos.
Isso vem colocando o movimento sindical na defensiva e tentativa de manter ou restabelecer as condições atuais, deixando-o com pouco ou nenhum espaço de atuação proativa.
Essa condição coloca a esquerda igualmente na posição defensiva. O que poderá ter grande influências nas eleições de 2018.
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Esquerda, centro ou direita? (1)
A tradicional análise política divide os partidos políticos em esquerda e direita. E parte dos políticos assume um lado. Quando não assumidos ou qualificados viram centro.
É uma classificação antiquada e superada pelas mudanças econômicas, sociais e culturais, mas que persiste a partir da produção acadêmica e influenciam a classe política. Mas não mais a maioria dos eleitores. Essa não faz a distinção, tampouco entende o que é ser de esquerda ou de direita.
A divisão nasce a partir da 1ª Revolução Industrial,
Essa organização da produção formal foi ampliada e alcançou o auge com a 2ª Revolução Industrial, mas já não se sustenta na fase atual do mundo produtivo, caracterizado como a 3ª Revolução Industrial. E já estamos ingressando na 4ª.
No Brasil, os sindicatos dos trabalhadores são os últimos bastiões da esquerda tradicional, mas sem a mesma força política anterior e capacidade de mobilização social. Embora, em função, de apropriação de recursos de origem pública, consigam manter a imagem de grande protagonismo.
Os sindicatos são apenas dos assalariados, que vem perdendo sucessivamente participação no mercado de trabalho. Ao ficarem apenas na defesa dos assalariados perdem representatividade e associados. E força política.
É uma classificação antiquada e superada pelas mudanças econômicas, sociais e culturais, mas que persiste a partir da produção acadêmica e influenciam a classe política. Mas não mais a maioria dos eleitores. Essa não faz a distinção, tampouco entende o que é ser de esquerda ou de direita.
A divisão nasce a partir da 1ª Revolução Industrial,
Essa organização da produção formal foi ampliada e alcançou o auge com a 2ª Revolução Industrial, mas já não se sustenta na fase atual do mundo produtivo, caracterizado como a 3ª Revolução Industrial. E já estamos ingressando na 4ª.
No Brasil, os sindicatos dos trabalhadores são os últimos bastiões da esquerda tradicional, mas sem a mesma força política anterior e capacidade de mobilização social. Embora, em função, de apropriação de recursos de origem pública, consigam manter a imagem de grande protagonismo.
Os sindicatos são apenas dos assalariados, que vem perdendo sucessivamente participação no mercado de trabalho. Ao ficarem apenas na defesa dos assalariados perdem representatividade e associados. E força política.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
O perfil dos novatos (3)
Além dos posicionamentos pessoais a respeito da ética no exercício da função política, os novatos deverão se posicionar em relação aos temas sobre os quais deverá discutir e deliberar.
Um posicionamento preliminar é se cuidará ou não das questões locais (paroquiais ou distritais) ou não se envolverá com essas. Entendendo que não é atribuição de um deputado federal.
O novato que defender essas posições de retorno do deputado federal às suas funções nacionais e não distritais, corre o risco de não ser eleito.
Os membros do Congresso passam a ser conhecidos nacionalmente pela sua atuação em Brasília, com a cobertura da mídia.
Mal comparando, são como peixes dentro de um aquário, com a percepção de como nadam, como se comportam. Mas quem os colocou lá?
Há toda uma preocupação com o que os novatos podem fazer na Câmara dos Deputados, a partir de 2019. Mas antes é preciso avaliar como eles poderão chegar lá. Com que discurso vão conseguir os votos necessários dos eleitores, para chegar lá?
Um posicionamento preliminar é se cuidará ou não das questões locais (paroquiais ou distritais) ou não se envolverá com essas. Entendendo que não é atribuição de um deputado federal.
O novato que defender essas posições de retorno do deputado federal às suas funções nacionais e não distritais, corre o risco de não ser eleito.
Os membros do Congresso passam a ser conhecidos nacionalmente pela sua atuação em Brasília, com a cobertura da mídia.
Mal comparando, são como peixes dentro de um aquário, com a percepção de como nadam, como se comportam. Mas quem os colocou lá?
Há toda uma preocupação com o que os novatos podem fazer na Câmara dos Deputados, a partir de 2019. Mas antes é preciso avaliar como eles poderão chegar lá. Com que discurso vão conseguir os votos necessários dos eleitores, para chegar lá?
terça-feira, 19 de setembro de 2017
O perfil dos novatos (2)
Os novatos estão fascinados com o suposto poder da rede social e se concentrarão no meio virtual.
Poucos se dedicarão aos tradicionais métodos presenciais. Como visitar pessoalmente os seus potenciais eleitores, tomar um cafezinho excessivamente doce, com eles, comer pastel, ouvir as reivindicações, beijar as criancinhas, etc.
Mas os veteranos conquistam votos de eleitores, com essas práticas. E como os novatos vão fazer com que esses deixem de votar nos veteranos presenciais para votar neles, que só existem virtualmente para os eleitores?
Um dado preocupante do amplo uso da rede social nas campanhas políticas está nas notícias falsas, nos "fakes" e nas pós verdades.
Os novatos e os renovadores estão contando muito em usar o poder das redes sociais, mas podem ser vítimas de poderosos contra-ataques, experimentando o próprio veneno. A partir de centros instalados no exterior.
A reportagem publicada no Estadão de domingo, sob o título "Na web, 12 milhões difundem fake news políticas", (17/09/2017, pg A 12) é extremamente preocupante.
(cont)
Poucos se dedicarão aos tradicionais métodos presenciais. Como visitar pessoalmente os seus potenciais eleitores, tomar um cafezinho excessivamente doce, com eles, comer pastel, ouvir as reivindicações, beijar as criancinhas, etc.
Mas os veteranos conquistam votos de eleitores, com essas práticas. E como os novatos vão fazer com que esses deixem de votar nos veteranos presenciais para votar neles, que só existem virtualmente para os eleitores?
Um dado preocupante do amplo uso da rede social nas campanhas políticas está nas notícias falsas, nos "fakes" e nas pós verdades.
Os novatos e os renovadores estão contando muito em usar o poder das redes sociais, mas podem ser vítimas de poderosos contra-ataques, experimentando o próprio veneno. A partir de centros instalados no exterior.
A reportagem publicada no Estadão de domingo, sob o título "Na web, 12 milhões difundem fake news políticas", (17/09/2017, pg A 12) é extremamente preocupante.
(cont)
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
O perfil dos novatos
Para efeito de renovação do Congresso não basta que os eleitores não renovem o seu voto a favor dos veteranos, mas que votem em novatos.
Que novatos se disporão a se candidatar? Com que perfil, em que partido e com quais propostas ou discursos? Ou ainda, com que promessas?
Dentro das circunstâncias atuais e que deverão prevalecer ou até se ampliar no segundo semestre de 2018 um discurso comum será contra a corrupção.
Os candidatos novatos à Câmara Federal apresentar-se-ão ainda como trabalhadores, prometendo abrir mão das verbas adicionais a que teriam direito, caso eleitos, assim como trabalhar com uma assessoria enxuta, reduzindo ao minimo a sua estrutura de gabinete.
Comprometer-se-ão, ainda na fase da campanha à total transparência no financiamento da campanha, rigorosamente dentro da lei. E sem qualquer apelo ao "caixa dois".
Que novatos se disporão a se candidatar? Com que perfil, em que partido e com quais propostas ou discursos? Ou ainda, com que promessas?
Dentro das circunstâncias atuais e que deverão prevalecer ou até se ampliar no segundo semestre de 2018 um discurso comum será contra a corrupção.
Os candidatos novatos à Câmara Federal apresentar-se-ão ainda como trabalhadores, prometendo abrir mão das verbas adicionais a que teriam direito, caso eleitos, assim como trabalhar com uma assessoria enxuta, reduzindo ao minimo a sua estrutura de gabinete.
Comprometer-se-ão, ainda na fase da campanha à total transparência no financiamento da campanha, rigorosamente dentro da lei. E sem qualquer apelo ao "caixa dois".
domingo, 17 de setembro de 2017
A importância relativa da rede social nas eleições de 2018
A opinião publicada tradicional embala grande esperança na influência da rede social, através da internet, nas eleições de 2018, acreditando que a mesma contribuirá decisivamente para a renovação do Congresso e para a eleição presidencial.
Os números são promissores. O número de eleitores aptos a votar em 2018 deverá estar por volta de 150 milhões. Excluidas as abstenções, cerca de 130 milhões deverão ir às urnas. Os votos válidos deverão ser da ordem de 115 milhões. O número de aparelhos celulares no Brasil já é da ordem de 230 milhões, praticamente um aparelho por habitante. A quase totalidade dos eleitores terá um aparelho celular.
É um dado altamente significante, mas apenas necessário. Não suficiente.
A condição fundamental é o eleitor se interessar em se informar ou se orientar pela rede.
Tendo interesse ele terá acesso a um banco de dados, dentro do qual ele irá buscar a informação desejada. As plataformas atuais tem informações demais para cada eleitor.
Não basta que ele tenha um aparelho celular, ou mesmo os aplicativos. É preciso que a mensagem chegue a ele e tenha o poder de afetar a sua decisão.
As mensagens nunca serão isentas. Elas sempre carregarão um proposito, a favor ou contra. E haverá muita mensagem falsa.
Os números são promissores. O número de eleitores aptos a votar em 2018 deverá estar por volta de 150 milhões. Excluidas as abstenções, cerca de 130 milhões deverão ir às urnas. Os votos válidos deverão ser da ordem de 115 milhões. O número de aparelhos celulares no Brasil já é da ordem de 230 milhões, praticamente um aparelho por habitante. A quase totalidade dos eleitores terá um aparelho celular.
É um dado altamente significante, mas apenas necessário. Não suficiente.
A condição fundamental é o eleitor se interessar em se informar ou se orientar pela rede.
Tendo interesse ele terá acesso a um banco de dados, dentro do qual ele irá buscar a informação desejada. As plataformas atuais tem informações demais para cada eleitor.
Não basta que ele tenha um aparelho celular, ou mesmo os aplicativos. É preciso que a mensagem chegue a ele e tenha o poder de afetar a sua decisão.
As mensagens nunca serão isentas. Elas sempre carregarão um proposito, a favor ou contra. E haverá muita mensagem falsa.
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Manutenção x renovação
Qualquer movimentação pela renovação do Congresso não pode ficar limitado à apresentação de novatos, para uma suposta ocupação de espaço vazio. O espaço está parcialmente tomado e é preciso retirar, afastar os veteranos, alguns instalados hà muitos anos, com sucessivas reeleições para a Câmara dos Deputados.
Aqueles que tem alta concentração de votos no seu "distrito" os tem, pela defesa dos interesses locais e, complementarmente, os estaduais. Isso porque seria a visão predominante do eleitor. Ele não teria a visão de que o deputado federal, tem como atribuição principal a discussão, a legislação sobre questões nacionais e não locais.
Em que medida novatos que se disponham a concorrer à deputação federal, com posicionamentos nacionais terão condições de concorrer com os candidatos com promessas de atendimentos específicos do eleitorado local?
O melhor atendimento pelos serviços de saúde é uma reivindicação generalizada e prioritária da população, isto é, do eleitorado. O que pesará mais para o eleitor: promessa de instalação de um novo posto de saúde, ou mudanças e aperfeiçoamentos na regulação do SUS, em âmbito nacional?
As propostas de reformas estruturais, ainda que parciais, levaram o Congresso a ter que se definir em relação à reforma fiscal (EC do teto de gastos), reforma trabalhista, incluindo a terceirização, reforma previdenciária, etc.
Até que ponto, as posições dos deputados federais atuais afetarão a decisão dos seus eleitores? E quais serão as posições e propostas dos novatos?
Quais serão os pontos principais da agenda dos novatos, para sensibilizar os eleitores?
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Gestor público x privado
Com oito meses de gestão, o competente gestor privado foi submetido a provas como gestor público, na direção da Prefeitura Municipal de São Paulo e foi reprovado. Está em recuperação, tentando o que não conseguiu efetivar em 250 dias.
E como sempre busca os culpados. Ainda pode responsabilizar a gestão passada, mas já teve tempo suficiente para fazer as coisas direito. Não o fez por inexperiência e falta de competência na gestão pública.
O problema mais visível está na terceirização pública, na contratação de serviços municipais de empresas privadas para a sua execução, como manutenção de semáforos, jardinagem e outros já apontados pela mídia, como paralizados.
O processo de compras públicas é naturalmente lento, mas fica mais ainda pelas exigências burocráticas e pelo jogo de interesses.
Esse é o problema maior que o gestor privado inexperiente enfrenta nas compras públicas de médio porte.
Os novos gestores, imbuidos dos critérios de eficiência, tendem a inaceitar essas condições e a brigar com a burocracia. Sem a devida compreensão do processo. Não percebem que atrás de qualquer exigência estão interesses. E na "briga contra a burocracia", no mais das vezes, perdem.
É o que está ocorrendo com o Prefeito de São Paulo, o está desgastando. E enquanto isso a população paulistana paga pela sua incompetência, ou inexperiência.
E como sempre busca os culpados. Ainda pode responsabilizar a gestão passada, mas já teve tempo suficiente para fazer as coisas direito. Não o fez por inexperiência e falta de competência na gestão pública.
O problema mais visível está na terceirização pública, na contratação de serviços municipais de empresas privadas para a sua execução, como manutenção de semáforos, jardinagem e outros já apontados pela mídia, como paralizados.
O processo de compras públicas é naturalmente lento, mas fica mais ainda pelas exigências burocráticas e pelo jogo de interesses.
Esse é o problema maior que o gestor privado inexperiente enfrenta nas compras públicas de médio porte.
Os novos gestores, imbuidos dos critérios de eficiência, tendem a inaceitar essas condições e a brigar com a burocracia. Sem a devida compreensão do processo. Não percebem que atrás de qualquer exigência estão interesses. E na "briga contra a burocracia", no mais das vezes, perdem.
É o que está ocorrendo com o Prefeito de São Paulo, o está desgastando. E enquanto isso a população paulistana paga pela sua incompetência, ou inexperiência.
terça-feira, 12 de setembro de 2017
A não reeleição dos atuais deputados (3)
A utopia de uma total renovação do Congresso Nacional não ocorrerá pela suposta força própria dela.
Uma eventual anticampanha "não reeleja ninguém que já está lá: é tudo ladrão", não terá efeito junto ao eleitorado "cativo" de determinados candidatos. Em função das relações psicológicas estabelecidas. Uma amiga já me levantou a hipótese da chamada "síndrome de Estocolmo" que caracteriza a relação afetiva da vítima com o seu sequestrador.
Na prática, em 2018 não estarão em disputa 513 vagas de deputados federais, tampouco 54 de senadores. Pelo menos 1/3 já estariam garantidos pelo seu eleitorado cativo (ou sequestrado).
Os novatos terão que disputar os cargos com os veteranos sem retorno supostamente assegurados.
Com que mensagens, com que meios os novatos conseguirão conquistar "corações e mentes" dos eleitores não cativos?
Rede social será suficiente?
Uma eventual anticampanha "não reeleja ninguém que já está lá: é tudo ladrão", não terá efeito junto ao eleitorado "cativo" de determinados candidatos. Em função das relações psicológicas estabelecidas. Uma amiga já me levantou a hipótese da chamada "síndrome de Estocolmo" que caracteriza a relação afetiva da vítima com o seu sequestrador.
Na prática, em 2018 não estarão em disputa 513 vagas de deputados federais, tampouco 54 de senadores. Pelo menos 1/3 já estariam garantidos pelo seu eleitorado cativo (ou sequestrado).
Os novatos terão que disputar os cargos com os veteranos sem retorno supostamente assegurados.
Com que mensagens, com que meios os novatos conseguirão conquistar "corações e mentes" dos eleitores não cativos?
Rede social será suficiente?
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
A não reeleição dos atuais deputados (2)
O papel de despachante do político, intermediando o acesso da população mais pobre aos deficientes serviços públicos, pode explicar os votos que consegue nos seus redutos eleitorais: que, teoricamente, corresponderiam a um "distrito eleitoral". Não oficial, mas real. Ou, mal comparando, a uma "paróquia eleitoral".
Mas para que um candidato seja eleito, com base nos votos do seu reduto, precisa ter um grande domínio, que lhe assegure a sua eleição, independentemente dos votos de outras localidades. No caso dos deputados federais, em Estados com grande número de eleitores, como o Rio de Janeiro e a Bahia - já pesquisados preliminarmente - significaria uma votação minima acima de 50 mil votos.
As razões mais comuns para explicar o votos dos eleitores são a compra do voto. Embora proibida, sempre os políticos conseguem subterfúgios para uma distribuição direta de benefícios aos eleitores. Em alguns casos "são pegos", resultando em cassação de registros e até mesmo de diplomação, se eleitos. No caso da Bahia, com a dispersão de votos, o processo de "compra", pode ser por demais complexo, com custos maiores para a sua gestão, do que dos benefícios. O que tem ocorrido e deve continuar ocorrendo é a intermediação da concessão de benefícios públicos.
Como é uma atividade "oculta" é difícil a sua identificação plena. Usam-se muitos casos específicos, apurados, para a generalização.
A outra razão, essa no campo do desejável, é a identidade ideológica ou programática do eleitor com o candidato. Essa razão, parece ser muito fraca, pouco justificando a escolha da maioria dos eleitores. Resume-se a uma militância, de pouca expressão no conjunto dos eleitores.
Mas para que um candidato seja eleito, com base nos votos do seu reduto, precisa ter um grande domínio, que lhe assegure a sua eleição, independentemente dos votos de outras localidades. No caso dos deputados federais, em Estados com grande número de eleitores, como o Rio de Janeiro e a Bahia - já pesquisados preliminarmente - significaria uma votação minima acima de 50 mil votos.
As razões mais comuns para explicar o votos dos eleitores são a compra do voto. Embora proibida, sempre os políticos conseguem subterfúgios para uma distribuição direta de benefícios aos eleitores. Em alguns casos "são pegos", resultando em cassação de registros e até mesmo de diplomação, se eleitos. No caso da Bahia, com a dispersão de votos, o processo de "compra", pode ser por demais complexo, com custos maiores para a sua gestão, do que dos benefícios. O que tem ocorrido e deve continuar ocorrendo é a intermediação da concessão de benefícios públicos.
Como é uma atividade "oculta" é difícil a sua identificação plena. Usam-se muitos casos específicos, apurados, para a generalização.
A outra razão, essa no campo do desejável, é a identidade ideológica ou programática do eleitor com o candidato. Essa razão, parece ser muito fraca, pouco justificando a escolha da maioria dos eleitores. Resume-se a uma militância, de pouca expressão no conjunto dos eleitores.
sábado, 9 de setembro de 2017
A não reeleição dos atuais deputados
A degradação moral da atual Câmara dos Deputados tem provocado iniciativas para evitar a reeleição dos atuais.
As campanhas tem focado prioritariamente os próprios deputados atuais, o que é o alvo errado. O foco tem que ser o eleitor que vota e elege os deputados indesejáveis: para os outros. Não para os próprios eleitores.
Para isso será necessário atuar diretamente sobre o eleitorado, segundo segmentos diferenciados, particularmente grandes nucleos eleitorais locais.
Por que os eleitores votam nesses candidatos? Qual é a atração que oferecem? Que benefícios propõe?
O que o candidato oferece depende do seu perfil ou da categoria de perfil com que se apresenta perante o seu eleitorado.
Aparentemente a Câmara dos Deputados é dominada quantitativamente pelos deputados com perfil de "despachantes".
São os que atuam na intermediação do atendimento dos seus eleitores e demais de uma determinada comunidade para acesso aos serviços públicos.
As campanhas tem focado prioritariamente os próprios deputados atuais, o que é o alvo errado. O foco tem que ser o eleitor que vota e elege os deputados indesejáveis: para os outros. Não para os próprios eleitores.
Para isso será necessário atuar diretamente sobre o eleitorado, segundo segmentos diferenciados, particularmente grandes nucleos eleitorais locais.
Por que os eleitores votam nesses candidatos? Qual é a atração que oferecem? Que benefícios propõe?
O que o candidato oferece depende do seu perfil ou da categoria de perfil com que se apresenta perante o seu eleitorado.
Aparentemente a Câmara dos Deputados é dominada quantitativamente pelos deputados com perfil de "despachantes".
São os que atuam na intermediação do atendimento dos seus eleitores e demais de uma determinada comunidade para acesso aos serviços públicos.
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Duas visões diferentes sobre a evolução do PIB
Uma análise de maior prazo, sobre a evolução do PIB mostra as alterações estruturais na economia brasileira.
Tomando a composição do PIB em 1995, no primeiro trimestre de 2014, último período que em o PIB apresentou um crescimento, o setor agropecuário mostrou um crescimento 35,4% a mais que o do PIB, enquanto a indústria de transformação, caiu 24,4%. O comércio estava com uma variação 3% a menos que o crescimento do PIB, mas o conjunto de serviços teve aumento de 1,9% acima do PIB.
Do lado da demanda, o crescimento do consumo das famílias foi 4,6% menor que o PIB, enquanto as exportações, apresentaram um aumento de 54,2% acima da evolução do PIB.
Instalada a recessão, desde 2014, seguindo pelos anos de 2015 e 2016, o setor industrial de transformação decresceu 32,8% abaixo da evolução do PIB, enquanto a agropecuária, cresceu 34,8%. Do outro lado, o consumo das famílias, teve um crescimento de apenas 4,6% acima da evolução do PIB, enquanto as exportações, aumentaram 85,7%.
Significa que do lado da oferta, que equivale ao conjunto da produção nacional, a agropecuária vem ganhando espaço, enquanto a indústria perde. O novo motor da economia brasileira está sendo - cada vez mais - a agropecuária e não a indústria de transformação.
E, do lado, da demanda o crescimento é puxado mais pela demanda externa do que pelo consumo interno.
Apesar dos números oficiais do PIB mostrarem essa transformação estrutural da economia brasileira, a sociedade brasileira persiste na tentativa de recuperação da economia, mediante a reindustrialização.
As forças industrializantes ainda dominam corações e mentes dos economistas, dos jornalistas, dos empresários e muito outros, que se regozijam com ridículos aumentos do PIB, enquanto outros países e o mundo - como um todo - caminha a passos mais largos.
Não seria o momento de refletir e discutir se estamos no rumo certo? Ou se devemos buscar outro rumo, mas dinâmico?
Uma vertente para o futuro do Brasil será o crescimento econômico pela agropecuária, voltada para o mercado externo, suportada por uma eficiente infraestrutura logística.
Tomando a composição do PIB em 1995, no primeiro trimestre de 2014, último período que em o PIB apresentou um crescimento, o setor agropecuário mostrou um crescimento 35,4% a mais que o do PIB, enquanto a indústria de transformação, caiu 24,4%. O comércio estava com uma variação 3% a menos que o crescimento do PIB, mas o conjunto de serviços teve aumento de 1,9% acima do PIB.
Do lado da demanda, o crescimento do consumo das famílias foi 4,6% menor que o PIB, enquanto as exportações, apresentaram um aumento de 54,2% acima da evolução do PIB.
Instalada a recessão, desde 2014, seguindo pelos anos de 2015 e 2016, o setor industrial de transformação decresceu 32,8% abaixo da evolução do PIB, enquanto a agropecuária, cresceu 34,8%. Do outro lado, o consumo das famílias, teve um crescimento de apenas 4,6% acima da evolução do PIB, enquanto as exportações, aumentaram 85,7%.
Significa que do lado da oferta, que equivale ao conjunto da produção nacional, a agropecuária vem ganhando espaço, enquanto a indústria perde. O novo motor da economia brasileira está sendo - cada vez mais - a agropecuária e não a indústria de transformação.
E, do lado, da demanda o crescimento é puxado mais pela demanda externa do que pelo consumo interno.
Apesar dos números oficiais do PIB mostrarem essa transformação estrutural da economia brasileira, a sociedade brasileira persiste na tentativa de recuperação da economia, mediante a reindustrialização.
As forças industrializantes ainda dominam corações e mentes dos economistas, dos jornalistas, dos empresários e muito outros, que se regozijam com ridículos aumentos do PIB, enquanto outros países e o mundo - como um todo - caminha a passos mais largos.
Não seria o momento de refletir e discutir se estamos no rumo certo? Ou se devemos buscar outro rumo, mas dinâmico?
Uma vertente para o futuro do Brasil será o crescimento econômico pela agropecuária, voltada para o mercado externo, suportada por uma eficiente infraestrutura logística.
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Os eleitores evangélicos e a bancada evangélica (2)
Os discursos religiosos são os mesmos, mas ao contrário da Igreja Católica, os evangélicos se agregam em múltiplas igrejas. Os adeptos não são fieis a uma igreja específica. Podem migrar facilmente de uma a outra, em função do interesse pelo pastor ou pelos serviços e apoio oferecidos.
Há várias outras conotações, mas o mais importante, para esta análise é que os evangélicos estão mais ligados à importância de ter representantes políticos no Governo, assim entendido legislativo e executivo.
Constituindo uma parcela significativa do eleitorado, atrai o interesse dos candidatos, seja de forma oportunista, como permanente.
As pesquisas da Fundação Perseu Abramo (a entidades de estudos do PT) mostram duas facetas importantes da visão dos evangélicos em relação ao Estado. Eles querem um Estado amplo que os atendam plenamente com quantidade e qualidade nos serviços de saúde e educação.
O que mais querem do Estado não é "esmola", mas oportunidade para crescer e poder viver melhor às custas do seu esforço pessoal.
Para eles, principalmente os mais jovens, a aspiração é ter um negócio próprio, um trabalho por conta própria, ser um empresário (a) bem sucedido (a): ainda que de pequeno porte.
Há várias outras conotações, mas o mais importante, para esta análise é que os evangélicos estão mais ligados à importância de ter representantes políticos no Governo, assim entendido legislativo e executivo.
Constituindo uma parcela significativa do eleitorado, atrai o interesse dos candidatos, seja de forma oportunista, como permanente.
As pesquisas da Fundação Perseu Abramo (a entidades de estudos do PT) mostram duas facetas importantes da visão dos evangélicos em relação ao Estado. Eles querem um Estado amplo que os atendam plenamente com quantidade e qualidade nos serviços de saúde e educação.
O que mais querem do Estado não é "esmola", mas oportunidade para crescer e poder viver melhor às custas do seu esforço pessoal.
Para eles, principalmente os mais jovens, a aspiração é ter um negócio próprio, um trabalho por conta própria, ser um empresário (a) bem sucedido (a): ainda que de pequeno porte.
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
As condições básicas para o desenvolvimento
Três são as condições essenciais para um país se desenvolver, dentro das mudanças ocorridas e em curso no mundo:
Todas essas condições são preenchidas pela agropecuária brasileira.
Então por que o Brasil não a adota como o motor do seu desenvolvimento, preferindo persistir numa indústria que, cuja capacidade física é limitada, está descapitalizada, não tem escala e depende de inovações tecnológicas externas?
Tem mercado mundial para os seus produtos, mas carece de competitividade.
Há duas razões principais que se conjugam: uma cultura de dependência do Estado e a resistência corporativa de não perder os benefícios conquistados anteriormente.
- ter capacidade física e financeira para investir no crescimento da produção;
- ter mercado mundial para essa produção;
- ter competitividade nessa produção, pela escala, inovação tecnológica e pessoas qualificadas.
Todas essas condições são preenchidas pela agropecuária brasileira.
Então por que o Brasil não a adota como o motor do seu desenvolvimento, preferindo persistir numa indústria que, cuja capacidade física é limitada, está descapitalizada, não tem escala e depende de inovações tecnológicas externas?
Tem mercado mundial para os seus produtos, mas carece de competitividade.
Há duas razões principais que se conjugam: uma cultura de dependência do Estado e a resistência corporativa de não perder os benefícios conquistados anteriormente.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
O futuro do Brasil é uma volta ao passado?
O futuro do Brasil está no desenvolvimento do agronegócio, mais especificamente da sua agricultura e pecuária.
Essa perspectiva arrepia muita gente que vê nisso um retrocesso. Uma volta do Brasil antes dos anos cinquenta, quando o motor da economia era a agricultura do café e da cana de açúcar.
Primeiramente ver o processo como retrocesso é uma visão retrógrada e extemporânea: é de ver a economia moderna, com todas as transformações havidas, pelas lentes dos anos cinquenta.
A agricultura brasileira é hoje 4.0, com a incorporação sucessiva de inovações tecnológicas. O grão de soja brasileiro tem conteudo tecnológico relativo maior que a quase totalidade dos produtos industriais produzidos no país. A indústria brasileira, em grande parte, ainda está no estágio 2.0, não tendo competitividade mundial, diferentemente da soja, que é a altamente competitiva, pela conjugação de fatores favoráveis e pela intensa incorporação de tecnologia.
A indústria brasileira peca pela falta de eficiência. Tornou-se um motor velho e sem potência. Perdeu condição de puxar ou empurrar o crescimento da economia como um todo. Descapitalizou-se e não tem recursos próprios para se recuperar. Parte da sua renda é apropriada pelo Estado, na forma de tributos.
Já a agricultura está capitalizada, transfere muito pouco da sua renda para o Estado e, dessa forma, é o motor de dinamização da economia.
Pode não ser a melhor opção, mas é a disponível, no momento.
Essa perspectiva arrepia muita gente que vê nisso um retrocesso. Uma volta do Brasil antes dos anos cinquenta, quando o motor da economia era a agricultura do café e da cana de açúcar.
Primeiramente ver o processo como retrocesso é uma visão retrógrada e extemporânea: é de ver a economia moderna, com todas as transformações havidas, pelas lentes dos anos cinquenta.
A agricultura brasileira é hoje 4.0, com a incorporação sucessiva de inovações tecnológicas. O grão de soja brasileiro tem conteudo tecnológico relativo maior que a quase totalidade dos produtos industriais produzidos no país. A indústria brasileira, em grande parte, ainda está no estágio 2.0, não tendo competitividade mundial, diferentemente da soja, que é a altamente competitiva, pela conjugação de fatores favoráveis e pela intensa incorporação de tecnologia.
A indústria brasileira peca pela falta de eficiência. Tornou-se um motor velho e sem potência. Perdeu condição de puxar ou empurrar o crescimento da economia como um todo. Descapitalizou-se e não tem recursos próprios para se recuperar. Parte da sua renda é apropriada pelo Estado, na forma de tributos.
Já a agricultura está capitalizada, transfere muito pouco da sua renda para o Estado e, dessa forma, é o motor de dinamização da economia.
Pode não ser a melhor opção, mas é a disponível, no momento.
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