Essa perspectiva arrepia muita gente que vê nisso um retrocesso. Uma volta do Brasil antes dos anos cinquenta, quando o motor da economia era a agricultura do café e da cana de açúcar.
Primeiramente ver o processo como retrocesso é uma visão retrógrada e extemporânea: é de ver a economia moderna, com todas as transformações havidas, pelas lentes dos anos cinquenta.
A agricultura brasileira é hoje 4.0, com a incorporação sucessiva de inovações tecnológicas. O grão de soja brasileiro tem conteudo tecnológico relativo maior que a quase totalidade dos produtos industriais produzidos no país. A indústria brasileira, em grande parte, ainda está no estágio 2.0, não tendo competitividade mundial, diferentemente da soja, que é a altamente competitiva, pela conjugação de fatores favoráveis e pela intensa incorporação de tecnologia.
A indústria brasileira peca pela falta de eficiência. Tornou-se um motor velho e sem potência. Perdeu condição de puxar ou empurrar o crescimento da economia como um todo. Descapitalizou-se e não tem recursos próprios para se recuperar. Parte da sua renda é apropriada pelo Estado, na forma de tributos.
Já a agricultura está capitalizada, transfere muito pouco da sua renda para o Estado e, dessa forma, é o motor de dinamização da economia.
Pode não ser a melhor opção, mas é a disponível, no momento.
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