Grande parte da classe média, da chamada "sociedade organizada", cansada e indignada com as práticas e políticas petistas, uniu-se ao "grosso", na esperança de que ele derrotasse o lulo-petismo e, uma vez na presidência, se tornasse mais civilizado.
A primeira parte se concretizou e Jair Bolsonaro foi eleito presidente com grande apoio da sociedade organizada, que concentrou os votos nele, compensando e superando a predominância do voto popular no lulo-petismo, no Nordeste brasileiro.
A segunda parte, não. Jair Bolsonaro, um lídimo representante da baixa classe média ascendente, segue como tal, andando de sandálias dentro do Palácio da Alvorada, sem tirá-lo, para eventuais audiências, soltando os seus palavrões e manifestando as suas indignações e contrariedades. Ele não dá "a mínima" para a tal "liturgia do cargo". Ele continua sendo o mesmo Jair, até porque acha (ou tem certeza) que é isso que o povo que o elegeu quer.
O problema é que tornado Presidente, ele é o alvo preferencial da mídia tradicional, que o acompanha, ininterruptamente e repercute seus pronunciamentos e ações.
Com a visibilidade as manifestações provocativas, com repercussões limitadas aos seus seguidores e detratores na rede social, passaram a ter repercussão mais ampla, até em amplitude internacional.
Repercussão de uma sociedade organizada, escandalizada com a "grossura" do Jair.
Essa que foi uma qualidade para a sua eleição, é hoje vista como o seu maior defeito pessoal.
Para efeito dos cenários, duas perspectivas básicas devem ser consideradas: ele não vai mudar, até porque se mudar, vai deixar de ser autêntico, ser o "capitão" e perderá autoridade pessoal.
A outra alternativa é que ele se enquadre, ou seja, enquadrado, podendo virar um fantoche.
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