Com dois meses de governo, considerando as mudanças de circunstâncias e as ações governamentais podemos redesenhar para o restante do ano, os cenários básicos.
O cenário "lua de mel prolongada" sofreu um grande abalo, com a crise deflagrada por Carlos Bolsonaro, que resultou na demissão de Gustavo Bebianno, mas é restabelecido, com a decisão de Jair Bolsonaro em reiterar que quem manda é ele e afastar os filhos das decisões governamentais. Os filhos atendem à determinação e se reduz a percepção popular da influência dos filhos.
Refeito da cirurgia, agravada pelas sequelas, do baque político gerado pelo seu filho Carlos, da contenção da ala militar em relação à sua posição belicista em relação à Venezuela de Maduro, Jair Bolsonaro assume efetivamente a presidência do país, explicitando comando sobre Ministros, até então com total liberdade de ação.
Assume o comando da defesa da Reforma da Previdência, mas a sua, não a de Paulo Guedes. Passa a ser o principal comunicador da reforma, seja através da rede social, como por manifestações públicas por todos os meios de comunicação tradicionais e eventos de grande público presencial. Volta aos palanques, dos quais se afastou por razões pessoais, mas nunca se retirou.
Trazendo a discussão da reforma da previdência ao campo político, com negociações temáticas, minimiza o impacto das negociações por cargos e emendas com o baixo clero.
A campanha pela aprovação da reforma volta a mobilizar parte significativa da população a seu favor, restabelecendo o clima de "lua de mel". A aprovação da reforma, prolonga o clima, no segundo semestre do ano.
Será favorecido por circunstâncias externas. Trump enfraquecido pelas pressões internas e o fracasso temporário das negociações com a Coréia do Norte, prolongará a trégua das disputas comerciais com a China, desobrigando o Brasil a assumir uma posição.
Maduro, cada vez mais enfraquecido, apesar do apoio russo e chinês, dependerá das negociações diplomáticas, com amplo protagonismo do Brasil, para uma "retirada honrosa", evitando conflitos militares.
Embora a Reforma da Previdência que venha a ser aprovada não seja a preferida do mercado, com muitas concessões em relação à proposta Guedes, os agentes econômicos ampliarão os investimentos, principalmente os de origem estrangeira, mais otimistas que os nacionais, em relação ao futuro do Brasil.
Para isso contribuirá o desenvolvimento da política econômica de abertura, principal propósito de Paulo Guedes.
A dinâmica econômica melhorará, com resultados efetivos ainda restritos, mas gerando uma imagem mais positiva.
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