Sem ainda digerir a carne fraca o Brasil enfrenta dois importantes embate no Congresso em torno das reformas previdenciária e trabalhista.
Na Reforma Previdenciária o Governo teria recuado, ao retirar dessa os servidores públicos estaduais e municipais. Não os retirou das regras gerais, mas deixou que os Estados regulem as condições específicas nas suas Constituições Estaduais.
Teria sido por pressão de congressistas da base aliada, preocupados com as suas bases eleitorais nos Estados. Se foi isso é uma "vitória de Pirro": uma vitória onerosa e inútil.
Seria uma ação personalista, egoista e de impactos duvidosos. Do ponto de vista das contas públicas, será apenas o adiamento das repercussões, o que já está previsto para os servidores federais. O tal "déficit" da seguridade social ou da previdência (no sentido amplo) não vai se alterar até 2018, com ou sem a inclusão dos servidores públicos estaduais e municipais.
Os deputados federais da base aliada rebelados só estão pensando na sua reeleição em 2018 e acham que protegendo os servidores públicos dos respectivos Estados ficarão melhor com os seus eleitores. Pode até ser, mas podem estar caindo na armadilha do Governo.
O que a área econômica do Governo quer mesmo é aumentar - de imediato - tributos. Quer arrecadar mais ainda em 2017, prosseguindo com o aumento da carga tributária pelos anos seguintes.
Para isso faz um "terrorismo numérico" e só espera derrotas na aprovação da Reforma Previdenciária para se justificar e dizer que diante da não aprovação ou aprovação "desfigurada", o Brasil só tem uma opção: aumentar os impostos.
À pressão dos rebeldes das bases aliadas haverá a pressão oposta dos que não querem o aumento dos tributos. O jogo não é não simples e linear, mas esse é o fundamento principal do jogo: quem vai pagar a conta?
Reduz a conta com os servidores públicos ou todos vão pagar a conta sem redução.
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