Está em curso um processo de renovação político eleitoral, mal percebido em função das crises políticas.
Mas tanto em 2014, como em 2016 muitos políticos da "velha política" foram derrotados, com a ocupação dos espaços por outros - não inteiramente novos -, todos com grande apoio das igrejas evangélicas e dos seus principais pastores e líderes: Silas Malafraia e Edir Macedo.
Aparentemente o principal processo está ocorrendo no Rio de Janeiro, onde em 2014 os três mais votados são ligados a igrejas evangélicas. Jair Bolsonaro à Batista, Clarissa Garotinho à Presbiteriana e Eduardo Cunha, então à Sara Nossa Terra, depois trocada pelo deputado pela Assembléia de Deus.
É a parte mais visível. Porém entre os nove do segundo pelotão (mais de 100 mil votos, mas menos que o quociente partidário de 166 mil), estão três nomes pouco conhecidos: Roberto da Silva Salles, Rosângela Gomes, ambos do PRB e apoiados pelo Bispo Edir Macedo e Sóstenes Cavalcanti, um dos líderes da Bancada Evangélica na Câmara dos Deputados.
Em 2018 poderá haver uma grande renovação na Câmara dos Deputados, com a derrocada dos grandes partidos e de velhas lideranças. Mas não serão substituidos por uma nova política, como ocorreu na França com Macron.
A tendência é de uma renovação com a substituição da velha política conservadora por outra igualmente conservadora, dominada pela igreja evangélica.
A menos que o segmento "progressista" da sociedade "abra os olhos" e deixe de ficar sonhando que a Operação Lava-Jato será suficiente para erradicar o "atraso" e promover a "modernidade".
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