Ao longo da história política brasileira os deputados foram assumindo, cada vez mais, o papel de despachante de interesses particulares, grupais ou comunitários.
Foi perdendo a função legislativa, assumida pelo Executivo, deixando-lhe o papel apenas de homologação das propostas do Executivo. Nesse processo inclui nos projetos, emendas, adendos e outros "penduricalhos" para atender aos interesses particulares.
A par da perda da iniciativa legislativa, os congressistas - tanto os deputados, como os senadores - foram desenvolvendo a atividade de intermediação de interesses particulares em dois níveis: um em Brasília, tanto no Congresso, como nos órgãos públicos centrais e outro nas suas bases eleitorais.
O despachante das camadas mais pobres é o de maior importância eleitoral. São os candidatos que percebem que a aspiração do eleitorado pobre - que a sua maior parte - não é a representação ideológica, mas o melhor atendimento pelos serviços públicos. E também dos programas assistenciais.
Então, monta todo um sistema para intermediar esse atendimento, o que satisfaz o eleitor. E ganha o voto dele, dos familiares e, eventualmente, dos vizinhos e amigos.
Os instrumentos que o deputado federal despachante dos interesses das comunidades usa, preferencialmente são a emenda parlamentar para melhorias públicas no seu eleitorado local e o loteamento de cargos, no qual interessam os lotes regionais e locais onde possa ter influência, para a sua atuação como despachante.
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