A visão predominante do marketing político ainda é da tradicional propaganda em que o partido ou candidato procuram convencer os eleitores a aderirem às suas ideias, programas a votarem nele.
A principal preocupação do político é encontrar um profissional criativo capaz de transformar as suas idéias ou discursos em bons produtos, atrativos e compráveis pelos eleitores.
O marketing inverteu a equação: o ponto de partida não é o que o produtor quer vender. Mas o que o consumidor quer comprar. E "embrulhar" o produto segundo o desejo do comprador.
Para isso o marketing busca através de pesquisas entender o que o consumidor quer, para então modelar o produto.
Uma geração de marketólogos políticos, novos quando surgiram e já velhos, hoje em dia, revolucionou o processo, com grande sucesso.
O principal precursor foi Duda Mendonça.
Foi bem sucedido por João Santana que criou uma personagem, bem recebida e aceita pelos eleitores: a da "mãe do PAC", uma competente "gestora".
Dilma se ajustou plenamente na imagem externa criada por João Santana, mas não cumpriu a condição interna, contrariando a imagem de "boa gestora". O que acabou levando à sua destituição após ter recebido mais de 50 milhões de votos.
Tanto um quanto outro, por terem recebido parte dos seus honorários profissionais, através do "caixa dois" alimentados por verbas de corrupção, estão impedidos de exercer a atividade.
A estratégia requereu muito dinheiro e tornou-se inviável com a proibição das doações empresariais formais. E com o maior rigor dos controles sobre as transferências empresariais pelo "caixa dois".
O principal elemento da estratégia desse marketing político será a capacidade de percepção e interpretação dos desejos dos eleitores. E a partir dai criar o perfil ou a personagem compatível com tais desejos.
João Dória Jr percebeu os desejos do eleitor paulistano em 2014, em relação ao perfil desejado e personificou essa personagem. Sintetizada na marca "João Trabalhador".
Tentou difundir nacionalmente a imagem para se viabilizar como candidato à Presidência da República, em 2018. Errou na dose e no "timing" .
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