A declaração final da Cúpula dos BRICS, representou uma
vitória diplomática do Brasil e uma capitulação de Jair Bolsonaro.
A vitória foi ter reduzida a parte geopolítica, sem qualquer
referência à situação na América do Sul. A perspectiva era de dois votos
declaradamente a favor da Venezuela
(China e Rússia) e um contra (Brasil). Dois votos incertos, mas pendendo a
favor da Venezuela. A diplomacia evitou o impasse ou o vexame do Brasil ter que
recusar a assinar.
Por outro lado, Jair Bolsonaro teve que se render ao
pragmatismo e estabelecer entendimentos maiores com Xi Jinping, contrariando a
posição de beligerância de Trump.. Assumiu que a China é um parceiro comercial
mais importante para o Brasil, do que os EUA. Paulo Guedes foi além, anunciando
a possibilidade de um acordo comercial, assustando ainda mais os industriais
brasileiros. Depois recuou.
Bolsonaro contraria o seu guru Olavo de Carvalho, que do seu
refúgio na Califórnia não sabe o que é a realidade, enfrentada por um Presidente
da República e não tem a menor noção da necessidade de pragmatismo. Para ser
fiel à doutrina olavista, Jair Bolsonaro deveria retirar o Brasil do BRICS, não
deveria ter sediada a reunião da cúpula do bloco em Brasília, e ter reiterado
que o Brasil não está à venda. Muito menos ter adulado Xi Jinping, associando o futuro do Brasil à China.
Acabou sendo obrigado a aceitar o apoio ao Acordo Climático
de Paris e o fortalecimento dos organismos multinacionais, mais uma vez
contrariando Trump.
O pragmatismo está superando a ideologia e a política
externa está deixando de ser olavista, para se tornar bolsonarista.
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