Numa contenda direta a principal estratégia é identificar o ponto fraco do adversário e desestabilizá-lo, atacando-o. Atacar os seus pontos fortes do adversário só o fortalece. O ponto fraco das pessoas, em geral, é algo que ele é, ou já fez anteriormente e não quer revelado.
Jair Bolsonaro é autoritário e protege os seus filhos a todo custo. Acusá-lo disso é para ele um elogio. Acusar Lula de bandido, não o atinge. Ele não se sente como tal e sente-se fortalecido quando acusado pelos inimigos.
Lula, no seu discurso no ABC em São Paulo, refutou os seus companheiros que estariam querendo "derrubar" Bolsonaro por ser de direita, autoritário e defensor do regime militar iniciado em 64. Defende a legitimidade da eleição de Bolsonaro e ai aproveita para uma estocada certeira. Insinua o seu relacionamento com as milicias do Rio de Janeiro.
A divulgação de uma notícia de que o porteiro do condominio onde tem casa no Rio de Janeiro o citou, teve uma resposta imediata furiosa e descontrolada, por um live, gravado ainda na madrugada na Arábia Saudita. Sentiu uma estocada no seu ponto fraco e identificou o autor. Dai a reação.
Ele não participou do assassinato de Marielle Franco, não foi o mandante, tampouco soube da operação. Sabe muito bem o que não fez e, portanto, não tinha razão para o descontrole. Esse tem outra causa.
As investigações apontam, cada vez mais, para a participação de uma milicia do Rio de Janeiro que atua na região da comunidade de Rio das Pedras, na entrada da Barra da Tijuca.
Há antecedentes das relações da família com as milicias, em particular com essa. É isso que ele não quer ver revelado. Por que atinge diretamente o seu filho 01 e, indiretamente, a ele.
Esse parece ser o seu ponto fraco, o mais sensível. E Lula sai atacando exatamente esse ponto. Mas Bolsonaro depois de tê-lo exposto no episódio do Jornal Nacional, parece tê-lo protegido, pelo menos do ponto de vista psicológico.
A luta apenas está começando.
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