Lula pode ser solto após a decisão do STF. Mas ele já
poderia ser solto, antes mesmo, por ter cumprido parte da pena.
Ele não quer ser solto. Ele quer ser livre.
O que ele quer é a anulação do processo dele no caso do
triplex do Guarujá e a condenação do ex-Juiz Sérgio Moro.
O ambíguo voto de Toffoli, no entanto, o deixa “pendurado”.
O atual Presidente do STF deixou aberta a possibilidade da
prisão cautelar, entre ela a preventiva. Essa foi o principal instrumento usado
ou abusado pela Operação Lava-Jato, pressionando os presos a fazerem acordos de
delação premiada.
Sem a restrições a essa modalidade, os Juizes “lavajatistas”,
podem manter os acusados ou denunciados na prisão: indefinidamente.
Os Juizes de primeira e segunda instância podem entender que
os réus representam risco à sociedade, se em liberdade. Em tese, é contrária à “presunção
da inocência”.
O voto de Toffoli não enfraqueceu a Operação Lava-Jato, mas
a fortaleceu e emitiu um voto com entendimento contrário ao de Gilmar Mendes.
Este, provavelmente, dará voto pela anulação do processo de Lula, mas será
derrotado na turma. O “imbróglio” continua
com idas e vindas de Lula solto x Lula livre.
Toffoli “lavou as mãos” e chutou a bola para o Congresso: “cumpri
exatamente o que está na Constituição. O que foi escrito e aprovado pelo
Congresso. Qualquer entendimento diferente cabe ao Congresso estabelecer.
Ou seja, a presunção da inocência não se mantém até a última
instância. O Congresso pode definir quando essa deixa de prevalecer.
Segundo Toffoli não cabe ao Judiciário definir, mas ao
Legislativo.
Toffoli foi além: no caso de crimes contra a vida, submetido
a Juri Popular, isto é, em Primeira Instância a prisão deve ser imediata. Se já
preso, por prisão preventiva permanece. Se julgado em liberdade, sairá preso do
Tribunal de Juri.
Lula já pode ser
solto, mas ele quer o Lula Livre. Isso ele ainda não conseguiu.
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