O Governo e a mídia brasileiras estão encantados com o "presente" que o Governo chinês trouxe ontem em Brasília.
US$ 50 bilhões. Supondo que é um presente de cordialidade. Não é. É uma ação de interesse que, no momento, interessa aos dois. Mais à frente se perceberá que um ganhará mais que o outro ou até que um deles perderá.
Com todos os problemas e riscos o Brasil não pode recusar as ofertas e tampouco deixar de considerar uma parceria com a maior economia do mundo, que se não é vai ser, em breve.
Mas não pode se iludir com uma nova centralidade e periferias. Com a China no centro do mundo, o Brasil fica no extremo oriente, na periferia mais distante do novo centro.
Muda apenas o centro. Por isso a saída pelo Pacífico é essencial. Mas para os chineses não é saída: é entrada. Uma condição melhor para colocar os seus produtos no mercado brasileiro. Uma via que vai, também vêm.
Os acordos são mais uma tentativa de colocar para dentro do Brasil o cavalo de troia. Junto com os financiamentos, vem os equipamentos chineses e a intenção de trazer milhões de trabalhadores chineses. Isso eles não vão conseguir e, com isso, muitas das promessas não vão se concretizar, como já ocorreu com anteriores.
São os "reis da terceirização".
O quadro da resistência celetista pouco mudou e dificilmente irá mudar, apesar das queixas dos sindicatos.
(ver o artigo na íntegra em"A esmola quando é muita, pobre desconfia", na coluna artigos, à direita)
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