Uma retrospectiva um pouco mais ampla mostra que o índice de 7,9% foi igual ao do primeiro trimestre de 2012 (7,9%) e pouco abaixo do de 2013 (8,0%). Portanto nada de assustador, segundos os grandes números.
O problema real está na inflexão do mercado de trabalho, com o esgotamento das medidas para incentivar a formalização dos empregos nas empresas privadas. Essas estão caindo e vão continuar caindo.
Os desempregados tem que apelar para o trabalho por conta própria que vem aumentando continuamente. Parte deles se formalizam tornando-se "pejotas", aproveitando os incentivos dados pelo Governo, como MEI ou EIRELI.
Os rumos para a universalização da celetização dos trabalhadores foram novamente interrompidos, com aumento da desceletização. Isso antes de uma eventual liberação da terceirização.
Para os oponentes do PL 4330 esse seria a "pá de cal" na CLT, nos direitos e conquistas dos trabalhadores. Na prática menos da metade dos trabalhadores ocupados. A outra parte sempre viveu à margem da CLT.
O Brasil está diante de mais uma encruzilhada: persiste na defesa e manutenção de um regime de relações de trabalho, que só alcança menos da metade do conjunto dos trabalhadores, buscando alcançar a outra parte ou reconhece essa realidade e busca uma regulamentação que abranja a totalidade dos trabalhadores.
O tempo dado pelo Senado Federal para a discussão do PL 4330 é a grande oportunidade para refletir e decidir sobre os novos rumos.
(ver o artigo completo em páginas, na coluna à direita: "O que está acontecendo com o trabalho no Brasil?")
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