O Brasil não está vivendo a mais grave crise econômica "nunca antes ocorrida"? Não está diante de uma grave crise política, com ameaça de impedimento da Presidente da República, com baixissima popularidade? Não teve recentemente maior tragédia ambiental do mundo? Não está enfrentando uma epidemia de Zika Virus, com milhares de bebês com microcefalia, assustando as grávidas e as que pretendiam se engravidar? A população toda não está preocupada?
E qual é a resposta de grande parte da sua população? Ficar lamentando as desgraças? Não.
A resposta foi sair aos magotes às ruas, para pular, dançar e beber (até cair). As ruas de Salvador, do Recife, do Rio de Janeiro e agora até de São Paulo, foram tomadas pelos blocos, formados espontaneamente, a partir de pequenos grupos organizados, mas com milhares de adesões, convidados através das redes sociais.
As circunstâncias despertaram nas pessoas o seu "espírito animal", ou melhor o "espirito carnavalesco" resultando em ampla adesão, superando as expectativas e lotando as ruas.
Foi uma efetiva "revolução das massas" visível, inegável. Ainda que indesejável para alguns. Contrariando o "politicamente correto".
Diante do fenômeno emergem perguntas como:
- essa mobilização das massas se repetirá para movimentos de cunho político? Qual será a adesão da população a movimentos iniciados e convocados por pequenos grupos?
- essa mobilização carnavalesca se repetirá em 2017 e anos subsequentes? O despertar do "espírito carnavalesco" da população foi circunstancial pela coincidência de fatores ou o inicio de um processo crescente e sustentado?
- o carnaval de rua ganhará sustentação, com ampliação dos patrocínios em 2017?
Mantida a tradição, todas essas manifestações seriam uma pausa, uma trégua festiva, para tudo "acabar na quarta-feira".
A esperança é que na quarta-feira, afinal o ano de 2015 se finde e comece o ano de 2016. Será mais do mesmo? Ou um novo ano?
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