Os vencedores que preservaram os seus privilégios ou garantiram seus interesses comemoraram discretamente. Os perdedores se manifestaram mais amplamente, reclamando das "cotoveladas", dos acertos "debaixo do pano" das pedaladas do relator e de outras jogadas, inconformados pelos resultados.
Os diversos grupos de ativistas não conseguiram reunir adeptos suficientes para enfrentar o poder econômico do setor imobiliário. E ai reclamam da falta de participação popular. Significa que: a sua torcida não se mobilizou suficientemente. A torcida organizada é aguerrida e barulhenta, mas não consegue levar os demais para permanecerem pressionando ao longo de todo o jogo.
Em geral, as camadas de menor renda são mais presentes no acompanhamento e na pressão sobre o processo. Nesse a contenda maior foi da elite, dividida entre os querem manter rigorosamente a exclusividade do uso residencial nos seus bairros e os proprietários dos imóveis lindeiros a vias desses mesmos bairros que se tornaram vias de trânsito intenso. Estes últimos ganharam, no atacado, com a regulação das ZCORs (Zonas Corredores), ou seja, dos corredores de uso misto, dentro das ZERs (zonas extritamente residenciais) A disputa foi em relação a sua aplicação, caso a caso.
O processo deixou claro que não existe a cidade que nos (o conjunto todo dos paulistanos) queremos. Existe a cidade que eu - ou nos (grupos específicos) - quero. E essa visão pode se contrapor a de outros.
Para que as escolhas tenham ampla legitimidade precisam ser levadas ao processo eleitoral, envolvendo os candidatos a Prefeito, seus partidos ou base aliada. É preciso que as opções da "cidade que queremos" sejam explicitadas pelos candidatos e oferecidas à decisão dos eleitores.
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