São Paulo é uma cidade desigual, com uma área bem suprida por infraestrutura e serviços básicos - público e privados - e uma grande área precariamente atendida. A primeira disputada pela população de diversos níveis de renda e a segunda inteiramente tomada pela população de baixa renda, com pequenas exceções de condomínios fechados de alto padrão.
Em relação à cidade suprida, o Prefeito anterior definiu e uma diretriz clara cuja permanência ou não está pendente com a mudança partidária no comando da Prefeitura.
A diretriz não segue inteiramente as proposições dos urbanistas de esquerda, radicalmente contra qualquer medida que promova a valorização imobiliária, caracterizados por eles como especulação imobiliária. Haddad propos o modelo de adensamento através da intensa verticalização das áreas em torno das estações de metrô, cptm e futuras linhas de BRTs. Isso determinará forte valorização imobiliária dessas áreas e como tal, a exclusão das atividades e da população de menor renda. Serão áreas destinadas às elites.
O objetivo é que essas residam perto do trabalho ou trabalhem próximo às suas residências, reduzindo a movimentação urbana, principalmente por meio de carros.
Os trabalhadores de menor renda, empregados nos escritórios ou nas residência dessa área adensada, irão morar distantes e se valer do transporte coletivo de alta capacidade para chegar àquelas. Espera-se, com isso, maior racionalidade na mobilidade urbana.
Haddad esperava, em contrapartida, conter a valorização (ou especulação) imobiliária nas demais áreas, com a limitação dos gabaritos. Teve que voltar atrás parcialmente. Em função da pressão do mercado imobiliário. Agora esse pressiona novamente para a eliminar as restrições.
Nessas áreas, fora do adensamento, a diretriz da atual administração é reduzir o número de vagas em estacionamentos, eliminando a obrigatoriedade de mínimo de vagas e estabelecendo máximos no licenciamento de novos empreendimentos. Baseado numa suposição, não comprovada de que há uma significativa demanda de pessoas que vem dispensando a propriedade de carros.
Nas áreas adensadas, prevaleceria diretriz de redução de vagas nas novas unidades, compensadas com a autorização para a construção de edifícios-garagens, com grandes alturas.
As proposições alternativas podem ser de retornar ao modelo anterior de previsão de vagas nos próprios empreendimentos. Essas se baseiam na percepção de que as pessoas continuarão querendo ter a propriedade de carros, mesmo que reduzam o seu uso. Pode haver uma liberação de vias, com a redução de uso, mas haverá necessidade de mais vagas de estacionamento de veículos.
Tanto uma como outra baseiam-se em suposições.
O confronto de forças, nessas áreas será sempre entre o mercado imobiliário e a esquerda e os movimentos sociais, que se opõe ao capitalismo na estruturação e funcionamento da cidade.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
domingo, 30 de abril de 2017
sábado, 29 de abril de 2017
Terceirização - números afinal
Dentro das PNADs - Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicilios um levantamento complementar sobre relações de trabalho e sindicalização, para o ano de 2015, estima - afinal - a quantidade de empregados terceirizados.
O total de empregados - isto é com algum vínculo empregatício com um empregador - em 2015 seria de 51.660 mil trabalhadores. Dos quais 9.779 mil seriam contratados através de um intermediário. Seriam os empregados terceirizados, representando 18,9 % do total. Esse percentual seria mais elevado na atividade não agrícola, correspondendo a 20% do total. No setor agrícola a terceirização seria de apenas 5,1% do total de empregados. A discrepância pode decorrer da informalidade.
A terceirização é maior entre os empregados com carteira assinada, do que os sem carteira assinada.
O total de empregados - isto é com algum vínculo empregatício com um empregador - em 2015 seria de 51.660 mil trabalhadores. Dos quais 9.779 mil seriam contratados através de um intermediário. Seriam os empregados terceirizados, representando 18,9 % do total. Esse percentual seria mais elevado na atividade não agrícola, correspondendo a 20% do total. No setor agrícola a terceirização seria de apenas 5,1% do total de empregados. A discrepância pode decorrer da informalidade.
A terceirização é maior entre os empregados com carteira assinada, do que os sem carteira assinada.
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Pejotização x pejotização
Tanto a lei da terceirização, já vigente, como o projeto de lei da reforma trabalhista, já aprovada pela Câmara dos Deputados não proíbe as empresas de contratarem trabalhadores individuais constituídos como empresas, isto é, com personalidade jurídica, ou simplesmente, PJs ou "pejotas".
O que a lei proibe é a substituição da modalidade contratual: do contrato "celetista", firmado na Carteira de Trabalho pelo contrato comum de prestação de serviços.
Proibe a demissão de um empregado celetista para ser recontratado como pessoa jurídica. O que é chamado de "pejotização". É determinado um prazo mínimo para que isso possa ocorrer.
O projeto lei da reforma trabalhista amplia a proibição para a contratação do empregado demitido por uma empresa fornecedora. O que precisa ser adequadamente regulamentada, para não restringir a condição de empregabilidade do trabalhador.
Um trabalhador, constituído como pessoa jurídica, seja como microempreendedor ou empresa de pequeno porte, pode ser contratado por uma empresa, mas não em tempo integral e trabalhando sob direção de um chefe da empresa contratante. Isso caracterizaria uma burla à legislação trabalhista.
Com a lei da terceirização não há mais restrições sobre as atividades que podem ser contratadas com outras empresas, inclusive com empresas individuais.
A pejotização, como contratação de uma Personalidade Jurídica é permitida, sem restrição da atividade dessa PJ. A "pejotização" como demissão de empregado e recontratação como PJ é proibida.
O que a lei proibe é a substituição da modalidade contratual: do contrato "celetista", firmado na Carteira de Trabalho pelo contrato comum de prestação de serviços.
Proibe a demissão de um empregado celetista para ser recontratado como pessoa jurídica. O que é chamado de "pejotização". É determinado um prazo mínimo para que isso possa ocorrer.
O projeto lei da reforma trabalhista amplia a proibição para a contratação do empregado demitido por uma empresa fornecedora. O que precisa ser adequadamente regulamentada, para não restringir a condição de empregabilidade do trabalhador.
Um trabalhador, constituído como pessoa jurídica, seja como microempreendedor ou empresa de pequeno porte, pode ser contratado por uma empresa, mas não em tempo integral e trabalhando sob direção de um chefe da empresa contratante. Isso caracterizaria uma burla à legislação trabalhista.
Com a lei da terceirização não há mais restrições sobre as atividades que podem ser contratadas com outras empresas, inclusive com empresas individuais.
A pejotização, como contratação de uma Personalidade Jurídica é permitida, sem restrição da atividade dessa PJ. A "pejotização" como demissão de empregado e recontratação como PJ é proibida.
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Gerações perdidas
Um jovem de 14 anos em 1964, portanto nascido em 1950, viveu e se tornou adulto, com restrições à sua liberdade. Alguns se rebelaram e acabaram presos. Muitos ficaram a meio do caminho. Aos 35 anos, em 1985 começaram a viver um novo Brasil. No inicio do século, com 50 anos, alguns haviam se tornado profissionais ou empresários bem sucedidos. No campo da engenharia, principalmente em contratos de obras com Governos.
Engenheiros bem sucedidos, que ascenderam a cargos diretivos de grandes empresas construtoras, na faixa dos 67 anos estão presos ou sob restrições de liberdade. Além de condenados a pesadas multas, muitas vezes superiores ao patrimônio acumulado ao longo da sua bem sucedida trajetória profissional. Mas carregando o vírus da corrupção.
Essa contaminação faz com que essa geração e a subsequente, a dos seus filhos, na faixa dos cinquenta, tenham que ser "varridos" do mercado.
São duas gerações sacrificadas dentro da história brasileira. Sacrificados quando jovens e mais uma vez sacrificados, com a provável perda de tudo o que conquistaram e acumularam. Não só financeiramente, como de experiências e conhecimentos.
Esses se tornaram obsoletos e inseríveis. Deu muito trabalho, mas agora precisam ser descartados ou reciclados.
A recuperação da engenharia nacional não poderá se dar pela reconstrução dessa casta contaminada pelo vírus da corrupção.
Terá que recomeçar do zero, a partir dos jovens de 25 a 40 anos, recém formados ou com pouca experiência, nos métodos e conceitos tradicionais.
Chegam com novos conceitos, domínio de novas tecnologias, que as gerações mais antigas não alcançam ou resistem a aceitar.
Engenheiros bem sucedidos, que ascenderam a cargos diretivos de grandes empresas construtoras, na faixa dos 67 anos estão presos ou sob restrições de liberdade. Além de condenados a pesadas multas, muitas vezes superiores ao patrimônio acumulado ao longo da sua bem sucedida trajetória profissional. Mas carregando o vírus da corrupção.
Essa contaminação faz com que essa geração e a subsequente, a dos seus filhos, na faixa dos cinquenta, tenham que ser "varridos" do mercado.
São duas gerações sacrificadas dentro da história brasileira. Sacrificados quando jovens e mais uma vez sacrificados, com a provável perda de tudo o que conquistaram e acumularam. Não só financeiramente, como de experiências e conhecimentos.
Esses se tornaram obsoletos e inseríveis. Deu muito trabalho, mas agora precisam ser descartados ou reciclados.
A recuperação da engenharia nacional não poderá se dar pela reconstrução dessa casta contaminada pelo vírus da corrupção.
Terá que recomeçar do zero, a partir dos jovens de 25 a 40 anos, recém formados ou com pouca experiência, nos métodos e conceitos tradicionais.
Chegam com novos conceitos, domínio de novas tecnologias, que as gerações mais antigas não alcançam ou resistem a aceitar.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
Empregados e trabalhadores
A dita reforma trabalhista é uma denominação incorreta, porque é apenas uma reforma empregatícia. Que só atinge 38% dos trabalhadores ocupados e apenas 33% da população na força de trabalho.
Ou seja, refere-se apenas a 1/3 dos trabalhadores ativos. Mas como atinge os empregados que são sindicalizados, a movimentação desses gera uma imagem maior.
O projeto de lei, em discussão, na Câmara dos Deputados, não retira os direitos básicos dos empregados, até porque esses estão consagrados na Constituição Federal, e o projeto não é uma PEC.
O projeto flexibiliza as regras e, principalmente, retira ou reduz substancialmente os poderes da Justiça do Trabalho.
Atenderia, os pleitos dos empregadores que reclamam da insegurança jurídica em relação aos compromissos com os empregados, principalmente depois que deixam os seus empregos, sejam voluntariamente como por demissão.
A alegação dos empresários é que deixam de contratar os empregados celetistas por causa de imprevisão de custos. E que com maior segurança contratariam mais. Ou que assinariam mais carteiras, reduzindo a informalidade.
Haveria alguma garantia de que isso irá acontecer? Ou será apenas alegação que poderá não se efetivar?
Falta um marco regulatório para abranger os trabalhadores que não estão abrangidos pelas regras existentes.
Ou seja, refere-se apenas a 1/3 dos trabalhadores ativos. Mas como atinge os empregados que são sindicalizados, a movimentação desses gera uma imagem maior.
O projeto de lei, em discussão, na Câmara dos Deputados, não retira os direitos básicos dos empregados, até porque esses estão consagrados na Constituição Federal, e o projeto não é uma PEC.
O projeto flexibiliza as regras e, principalmente, retira ou reduz substancialmente os poderes da Justiça do Trabalho.
Atenderia, os pleitos dos empregadores que reclamam da insegurança jurídica em relação aos compromissos com os empregados, principalmente depois que deixam os seus empregos, sejam voluntariamente como por demissão.
A alegação dos empresários é que deixam de contratar os empregados celetistas por causa de imprevisão de custos. E que com maior segurança contratariam mais. Ou que assinariam mais carteiras, reduzindo a informalidade.
Haveria alguma garantia de que isso irá acontecer? Ou será apenas alegação que poderá não se efetivar?
Falta um marco regulatório para abranger os trabalhadores que não estão abrangidos pelas regras existentes.
terça-feira, 25 de abril de 2017
A Operação Lava-Jato derrubou Dilma
As delações dos "Odebrecht" indicaram um elemento pouco avaliado, por estar a ser interpretado equivocadamente.
Supostamente a Odebrecht comprou no Congresso, Medidas Provisória que lhe interessavam.
Mas não foi ela quem comprou. Quem comprou foi o Governo do PT e fez a Odebrecht pagar pelas compras. Ela não teria pago se não tivesse vantagens.
Esse processo mostrou que o "modelo de negócio" implantado pelo PT, quando da primeira eleição de Lula, não foi interrompido pelo julgamento do "Mensalão". Na ocasião refluiu, mas voltou ampliado com o "petrolão".
O apoio da base aliada no Congresso sempre foi "comprado", provavelmente com dinheiro vivo. Arrecadado pelas lideranças e distribuídos entre os parlamentares da base.
Dilma desprezava os políticos, a começar com o seu Vice-Presidente, achava que eram todos venais eera mais simples comprá-los. Nem todos o foram, mas esses se calaram.
Com a prisão de Marcelo Odebrecht a Odebrecht suspendeu os pagamentos e a base acostumada com as mesadas não se conformou. Sem a continuidade dos pagamentos se rebelou.
Dilma perdeu o apoio porque não teve mais como continuar pagando. A principal fonte fora interrompida. O desenlace foi só uma questão de tempo, para cumprir os trâmites legais.
Supostamente a Odebrecht comprou no Congresso, Medidas Provisória que lhe interessavam.
Mas não foi ela quem comprou. Quem comprou foi o Governo do PT e fez a Odebrecht pagar pelas compras. Ela não teria pago se não tivesse vantagens.
Esse processo mostrou que o "modelo de negócio" implantado pelo PT, quando da primeira eleição de Lula, não foi interrompido pelo julgamento do "Mensalão". Na ocasião refluiu, mas voltou ampliado com o "petrolão".
O apoio da base aliada no Congresso sempre foi "comprado", provavelmente com dinheiro vivo. Arrecadado pelas lideranças e distribuídos entre os parlamentares da base.
Dilma desprezava os políticos, a começar com o seu Vice-Presidente, achava que eram todos venais eera mais simples comprá-los. Nem todos o foram, mas esses se calaram.
Com a prisão de Marcelo Odebrecht a Odebrecht suspendeu os pagamentos e a base acostumada com as mesadas não se conformou. Sem a continuidade dos pagamentos se rebelou.
Dilma perdeu o apoio porque não teve mais como continuar pagando. A principal fonte fora interrompida. O desenlace foi só uma questão de tempo, para cumprir os trâmites legais.
segunda-feira, 24 de abril de 2017
As novas lideranças partidárias
As bombas Odebrecht e outras atingiram e continuarão alcançando as lideranças políticas. A maior parte do Congresso, principalmente na Câmara dos Deputados, passou incólume por esse ataque. Cerca de 90% da Câmara não está na lista de Fachin. Porque quando receberam os valores, o foram por redistribuição feita pelas lideranças. Poucos tiveram contacto direto com os mentores ora em colaboração premiada. A menos de ações regionais descentralizadas pelas empreiteiras.
Muitos dos deputados voltarão em 2019, eleitos por suas bases eleitorais e terão que ocupar o vazio deixado pelos líderes atuais, principalmente nos maiores partidos.
Quem irão assumir as lideranças?
Algumas das lideranças emergentes não estão nas listas mais recentes, mas podem estar indiciados em outros inquéritos.
O PMDB irá sofrer em 2018 uma desidratação, à semelhança do que ocorreu com o PT em 2016 e poderá perder a primazia das bancadas, tanto no Senado, como na Câmara dos Deputados.
O PT está com uma orfandade nas lideranças nacionais, mas continua com algumas das suas lideranças na Câmara, por enquanto incólumes. E novos poderão emergir. Entre eles Prefeitos que deixaram o cargo em 2016.
Muitos dos deputados voltarão em 2019, eleitos por suas bases eleitorais e terão que ocupar o vazio deixado pelos líderes atuais, principalmente nos maiores partidos.
Quem irão assumir as lideranças?
Algumas das lideranças emergentes não estão nas listas mais recentes, mas podem estar indiciados em outros inquéritos.
O PMDB irá sofrer em 2018 uma desidratação, à semelhança do que ocorreu com o PT em 2016 e poderá perder a primazia das bancadas, tanto no Senado, como na Câmara dos Deputados.
O PT está com uma orfandade nas lideranças nacionais, mas continua com algumas das suas lideranças na Câmara, por enquanto incólumes. E novos poderão emergir. Entre eles Prefeitos que deixaram o cargo em 2016.
sábado, 22 de abril de 2017
O impacto dos aplicativos no trânsito
O Uber, supostamente, um aplicativo de integração entre usuários e prestadores de serviço de transporte individual, na prática é uma grande empresa de taxi, assumindo um papel que o Poder Público não ocupou.
O Uber define e controla as tarifas, substituindo os antigos taxímetros, por algorítimos. A partir dai, promove uma guerra de preços, o que interessa ao usuário por ter serviços de taxis mais baratos do que os oficiais.
E o faz, não com sacrifício dos seus custos e da sua rentabilidade, mas de iludidos motoristas particulares que na falta de emprego ou outro trabalho, aceitam as condições vís de remuneração.
Mas com a falta de percepção dessa condição real, associada à crise de empregos, milhares se associam aos aplicativos e geram uma oferta abundante, que alegra os usuários e os leva a deixar o seu carro parado e usar os carros do aplicativo.
Com a guerra de preços, taxistas oficiais também entram na prática de descontos, para manter o uso.
No trânsito não há diferenças significativas. Aparentemente piora, porque com preços mais atrativos, pessoas que estavam usando o transporte coletivo passam a usar os serviços de taxi, sejam os oficiais ou particulares.
A frota em uso diminui, mas o seu uso aumenta. E o que importa para o trânsito não é o estoque da frota, mas a sua circulação.
O Uber define e controla as tarifas, substituindo os antigos taxímetros, por algorítimos. A partir dai, promove uma guerra de preços, o que interessa ao usuário por ter serviços de taxis mais baratos do que os oficiais.
E o faz, não com sacrifício dos seus custos e da sua rentabilidade, mas de iludidos motoristas particulares que na falta de emprego ou outro trabalho, aceitam as condições vís de remuneração.
Mas com a falta de percepção dessa condição real, associada à crise de empregos, milhares se associam aos aplicativos e geram uma oferta abundante, que alegra os usuários e os leva a deixar o seu carro parado e usar os carros do aplicativo.
Com a guerra de preços, taxistas oficiais também entram na prática de descontos, para manter o uso.
No trânsito não há diferenças significativas. Aparentemente piora, porque com preços mais atrativos, pessoas que estavam usando o transporte coletivo passam a usar os serviços de taxi, sejam os oficiais ou particulares.
A frota em uso diminui, mas o seu uso aumenta. E o que importa para o trânsito não é o estoque da frota, mas a sua circulação.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
Dórialusconi
A Operação Lava Jato se inspira na Operação Mani Pulite , ou Mãos Limpas realizada na Itália e pode servir de roteiro do que pode (ou vai) acontecer com a política no Brasil.
Seguindo o processo ocorrido na Itália, as lideranças políticas atuais serão varridas, pelos eleitores em 2018 e, após perder o foro privilegiado, acabarão condenados e presos por juizes de 1ª Instância.
Os grandes partidos serão desidratados e abrirão espaço para novos e para novas lideranças.
No Congresso Nacional muitos sobreviverão e voltarão. Mas não serão as lideranças atuais. Será uma grande parte do "baixo clero".
Já entre os Senadores, 1/3 ainda terão um mandato de 4 anos pela frente. Dos 2/3 que terão que disputar as eleições muitos não voltarão.
Com o vácuo aberto com a rejeição aos candidatos mais tradicionais, já estão emergindo novas alternativas para a Presidência, que poderão se desenvolver até 2018.
Dois nomes já estão despontando: João "Berlusconi" Dória e Jair "Hugo Chaves" Bolsonaro.
João Dória tem alguns pontos comuns com Silvio Berlusconi: é homem de televisão e rico. Jair Bolsonaro é ex-militar e populista, como foi Hugo Chaves. Embora diametralmente opostos do ponto de vista ideológico tem em comum o populismo baseado em posições radicais.
Nenhum dos dois pode ser subestimado.
Pesquisas mostram a preferência dos jovens por Jair Bolsonaro. Para os jovens, praticamente, não existe passado político. Só presente. Os principais protagonistas da política brasileira são os mesmos desde que tiraram o seu título de eleitor, a partir dos anos noventa. Ditadura militar, repressão aos direitos individuais só conhecem de história.
Dória e Bolsonaro seriam de direita. A esquerda não tem ainda uma nova liderança para assumir a bandeira de Lula, a não ser ele próprio ou a sua sucessora, ambos provavelmente inabilitados à concorrência. Ciro Gomes seria uma alternativa do PT, mas não da esquerda.
Restaria Marina Silva, figura contraditória, avançada em questões políticas e conservadora em questões religiosas e sócio-culturais, como o direito ao aborto, casamento homossexual e outros.
Os cenários para 2018 e 2022 devem ser avaliados segundo uma visão básica: a ocupação do vazio gerado pela Operação Lava-Jato e seus desdobramentos.
O fantasma Berlusconi que se seguiu ao mani pulite paira sobre a política brasileira.
Seguindo o processo ocorrido na Itália, as lideranças políticas atuais serão varridas, pelos eleitores em 2018 e, após perder o foro privilegiado, acabarão condenados e presos por juizes de 1ª Instância.
Os grandes partidos serão desidratados e abrirão espaço para novos e para novas lideranças.
No Congresso Nacional muitos sobreviverão e voltarão. Mas não serão as lideranças atuais. Será uma grande parte do "baixo clero".
Já entre os Senadores, 1/3 ainda terão um mandato de 4 anos pela frente. Dos 2/3 que terão que disputar as eleições muitos não voltarão.
Com o vácuo aberto com a rejeição aos candidatos mais tradicionais, já estão emergindo novas alternativas para a Presidência, que poderão se desenvolver até 2018.
Dois nomes já estão despontando: João "Berlusconi" Dória e Jair "Hugo Chaves" Bolsonaro.
João Dória tem alguns pontos comuns com Silvio Berlusconi: é homem de televisão e rico. Jair Bolsonaro é ex-militar e populista, como foi Hugo Chaves. Embora diametralmente opostos do ponto de vista ideológico tem em comum o populismo baseado em posições radicais.
Nenhum dos dois pode ser subestimado.
Pesquisas mostram a preferência dos jovens por Jair Bolsonaro. Para os jovens, praticamente, não existe passado político. Só presente. Os principais protagonistas da política brasileira são os mesmos desde que tiraram o seu título de eleitor, a partir dos anos noventa. Ditadura militar, repressão aos direitos individuais só conhecem de história.
Dória e Bolsonaro seriam de direita. A esquerda não tem ainda uma nova liderança para assumir a bandeira de Lula, a não ser ele próprio ou a sua sucessora, ambos provavelmente inabilitados à concorrência. Ciro Gomes seria uma alternativa do PT, mas não da esquerda.
Restaria Marina Silva, figura contraditória, avançada em questões políticas e conservadora em questões religiosas e sócio-culturais, como o direito ao aborto, casamento homossexual e outros.
Os cenários para 2018 e 2022 devem ser avaliados segundo uma visão básica: a ocupação do vazio gerado pela Operação Lava-Jato e seus desdobramentos.
O fantasma Berlusconi que se seguiu ao mani pulite paira sobre a política brasileira.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Os sobreviventes
A lista de Fachin é apenas o segundo passo da etapa final do desmonte de um esquema montado e desenvolvido, no Brasil, ao longo de mais de cinquenta anos.
O esquema de conluio das grandes empreiteiras com os políticos foi abalado primeiramente do lado empresarial. Faltava, no entanto, o desmonte do lado dos políticos que achacaram as empresas, "solicitando" contribuições legais para as campanhas eleitorais.
Agora a bomba caiu sobre os redutos dos políticos, com grande poder de devastação. Não causou mortes, mas uma profusão de feridos, alguns em estado grave, atingidos várias vezes.
O mais importante, na perspectiva histórica, não será o julgamento pelos Tribunais - o que tem fundamental interesse pessoal - mas será o julgamento dos eleitores, o que irá ocorrer brevemente em outubro de 2018.
Quem os eleitores vão eleger? Para isso será necessário voltar o foco para os sobreviventes.
A mais notória sobrevivente é Marina Silva e o seu partido que só tem um representante no Senado e não foi atingido. No campo "verde" há um importante sobrevivente que é Alvaro Dias.
No espectro "direita" dois importantes sobreviventes, não alcançados pelos estilhaços Odebrecht são Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro. Caiado está numa força ascendente que o agronegócio. Os seus dois principais concorrentes, Kátia Abreu e Blairo Maggi, estão entre os feridos graves.
Do PT não sobrou nenhuma liderança significativa, além de Lula e Dilma. Ambos alcançados frontalmente. Remanesceram lideranças regionais.
A alternativa petista seria Ciro Gomes que não foi alcançado.
O senado pessedebista foi amplamente alcançado. Os sobreviventes tem alguma expressão estadual, mas não nacional, com exceção de Tasso Jereissati, que poderá ser a alternativa "tucana" para a eleição presidencial de 2018. Além da possibilidade de João Dória, que estava fora do jogo. O Ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, é também um sobrevivente.
O PMDB foi o mais atingido, como partido. Ademais, como nas últimas eleições, não tem um nome nacional.
A tendência é que os feridos, pela bomba Odebrecht/Janot/Fachin, mesmo que se recuperem não terão forças para a disputa presidencial.
A disputa tende a ser entre os sobreviventes e os novos. Com que força, ainda é cedo para avaliar.
O esquema de conluio das grandes empreiteiras com os políticos foi abalado primeiramente do lado empresarial. Faltava, no entanto, o desmonte do lado dos políticos que achacaram as empresas, "solicitando" contribuições legais para as campanhas eleitorais.
Agora a bomba caiu sobre os redutos dos políticos, com grande poder de devastação. Não causou mortes, mas uma profusão de feridos, alguns em estado grave, atingidos várias vezes.
O mais importante, na perspectiva histórica, não será o julgamento pelos Tribunais - o que tem fundamental interesse pessoal - mas será o julgamento dos eleitores, o que irá ocorrer brevemente em outubro de 2018.
Quem os eleitores vão eleger? Para isso será necessário voltar o foco para os sobreviventes.
A mais notória sobrevivente é Marina Silva e o seu partido que só tem um representante no Senado e não foi atingido. No campo "verde" há um importante sobrevivente que é Alvaro Dias.
No espectro "direita" dois importantes sobreviventes, não alcançados pelos estilhaços Odebrecht são Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro. Caiado está numa força ascendente que o agronegócio. Os seus dois principais concorrentes, Kátia Abreu e Blairo Maggi, estão entre os feridos graves.
Do PT não sobrou nenhuma liderança significativa, além de Lula e Dilma. Ambos alcançados frontalmente. Remanesceram lideranças regionais.
A alternativa petista seria Ciro Gomes que não foi alcançado.
O senado pessedebista foi amplamente alcançado. Os sobreviventes tem alguma expressão estadual, mas não nacional, com exceção de Tasso Jereissati, que poderá ser a alternativa "tucana" para a eleição presidencial de 2018. Além da possibilidade de João Dória, que estava fora do jogo. O Ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, é também um sobrevivente.
O PMDB foi o mais atingido, como partido. Ademais, como nas últimas eleições, não tem um nome nacional.
A tendência é que os feridos, pela bomba Odebrecht/Janot/Fachin, mesmo que se recuperem não terão forças para a disputa presidencial.
A disputa tende a ser entre os sobreviventes e os novos. Com que força, ainda é cedo para avaliar.
quarta-feira, 19 de abril de 2017
O tempo corre depressa ou devagar?
Fez um ano que a Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade do impeachment de Dilma e ela foi
afastada do cargo. Transitoriamente, mas depois definitivamente pelo Senado Federal.
Um ano sem Dilma, Presidenta. A sensação é de que o tempo passou rápido e Temer que a substituiu não teve tempo para fazer muita coisa.
Conseguiu aprovar a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos, a lei da terceirização, entre os projetos mais importantes e quer aprovar uma Reforma Previdenciária e outra Trabalhista. Difícil por serem impopulares, mas essenciais para a sua biografia.
Para ele o tempo pode parecer rápido demais. O seu mandato pode expirar sem que as tenha aprovadas.
Por outro lado, ele quer que o tempo corra devagar no TSE, com as postergações sucessivas do julgamento contra a chapa Dilma-Temer que pode resultar na perda do seu mandato.
Já para a sociedade organizada que está indignada, revoltada e afoita, que quer todos os políticos imediatamente fora da Praça dos Três Poderes, esperar pelas eleições gerais de 2018 parece muito longe. E que o tempo anda devagar.
afastada do cargo. Transitoriamente, mas depois definitivamente pelo Senado Federal.
Um ano sem Dilma, Presidenta. A sensação é de que o tempo passou rápido e Temer que a substituiu não teve tempo para fazer muita coisa.
Conseguiu aprovar a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos, a lei da terceirização, entre os projetos mais importantes e quer aprovar uma Reforma Previdenciária e outra Trabalhista. Difícil por serem impopulares, mas essenciais para a sua biografia.
Para ele o tempo pode parecer rápido demais. O seu mandato pode expirar sem que as tenha aprovadas.
Por outro lado, ele quer que o tempo corra devagar no TSE, com as postergações sucessivas do julgamento contra a chapa Dilma-Temer que pode resultar na perda do seu mandato.
Já para a sociedade organizada que está indignada, revoltada e afoita, que quer todos os políticos imediatamente fora da Praça dos Três Poderes, esperar pelas eleições gerais de 2018 parece muito longe. E que o tempo anda devagar.
terça-feira, 18 de abril de 2017
2018: o momento da renovação
A opinião publicada está revoltada e inconsolável. Quer a renovação total da política. E sonha com isso. Acredita no "poder das ruas" e das redes sociais.
A renovação será possível, mas não como aquela gostaria. Dependerá dos eleitores, em todos os Estados brasileiros.
O momento é outubro de 2018, quando haverá eleição geral.
Os revoltados idealizam um país desejável que não existe. O país real é de uma população carente das necessidades básicas, com baixo nível escolar e sensíveis ou vulneráveis aos discursos populistas. E votam quase distritalmente.
Como fazer com que essa população não vote "nos mesmos"? Sem a sensibilização e convencimento desses eleitores que estão em todo o território brasileiro, a renovação será baixa.
Pouco adianta ficar verberando contra os políticos, nas redes sociais, se a mensagem não alcançar os grotões, as comunidades de baixa renda, espalhadas por todo o Brasil.
A mídia leva os eleitores a um equívoco: acreditar que existe um Brasil que vota.
Pessoa jurídica não vota. Quem vota são as pessoas físicas. E todo mundo não pode votar em todo mundo. O eleitor só pode votar em candidatos do seu próprio Estado.
A renovação do Congresso não depende de movimentos nacionais, organizados por São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. Tem que baixar para os Estados e até para os Municípios de cada Estado Brasileiro. Com atuações presenciais e não apenas virtuais.
A renovação será possível, mas não como aquela gostaria. Dependerá dos eleitores, em todos os Estados brasileiros.
O momento é outubro de 2018, quando haverá eleição geral.
Os revoltados idealizam um país desejável que não existe. O país real é de uma população carente das necessidades básicas, com baixo nível escolar e sensíveis ou vulneráveis aos discursos populistas. E votam quase distritalmente.
Como fazer com que essa população não vote "nos mesmos"? Sem a sensibilização e convencimento desses eleitores que estão em todo o território brasileiro, a renovação será baixa.
Pouco adianta ficar verberando contra os políticos, nas redes sociais, se a mensagem não alcançar os grotões, as comunidades de baixa renda, espalhadas por todo o Brasil.
A mídia leva os eleitores a um equívoco: acreditar que existe um Brasil que vota.
Pessoa jurídica não vota. Quem vota são as pessoas físicas. E todo mundo não pode votar em todo mundo. O eleitor só pode votar em candidatos do seu próprio Estado.
A renovação do Congresso não depende de movimentos nacionais, organizados por São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. Tem que baixar para os Estados e até para os Municípios de cada Estado Brasileiro. Com atuações presenciais e não apenas virtuais.
segunda-feira, 17 de abril de 2017
Importantes aspectos ainda submersos
A lista de Fachin só alcança 8% dos deputados federais. O que, em função dessa lista, 92% estariam "aptos" a retornar em 2019, sendo reeleitos em 2018.
A quase totalidade dos deputados não está explicitamente na lista, mas está envolvida indiretamente por conta da "compra de medidas provisórias pela Odebrecht".
Na realidade não foi uma compra da Odebrecht, mas o financiamento ao Governo para a compra da aprovação das MPs.
Como avalia a coluna de Miriam Leitão, no sitio da Globo, mais que equívocos, as medidas estatizantes e nacionalistas dos governos petistas, foram "compradas", financiadas pela Odebrecht.
Uma das principais razões porque a maioria dos deputados não aparece, responde pelo nome de Eduardo Cunha. Ele era o concentrador e redistribuidor.
Da mesma forma, a maioria dos deputados eleitos em 2010 e 2014 teve a sua campanha irrigada pelo odebrechtduto, angariada pelos dirigentes partidários.
Os 92% que ficaram fora aproveitarão para alardear que a lista do Fachin os liberou dos crimes de corrupção. Teriam tido um atestado de "honestidade". O mais conhecido deles é o notório deputado Paulo Maluf. Que já tem dito, reiteradamente, que é o político "mais honesto do Brasil".
Não haverá renovação política enquanto essa outra faixa do "iceberg corrupção" não vier à tona.
sábado, 15 de abril de 2017
Não quero carro, pai!
O mês de fevereiro era sempre esperado, com expectativa pelo setor automobilístico, em função de uma demanda sazonal: a compra de um carro para o filho ou filha que passou no vestibular e vai ingressar na faculdade. É também um momento de libertação do garoto ou garota. Não precisa mais ficar dependente do ônibus ou do metrô. Não precisa mais ser levado ou buscado na escola.
Agora veio a decepção: "pai, não quero carro! ". Está com dinheiro? Então me financie uma viagem, com a turma.
A independência é buscada de outra forma: sair de casa para ir morar numa república, com os colegas.
E o mercado automobilístico não se anima com a compra dos carros para os calouros.
O transito poderá não sofrer grandes alterações, uma vez que o jovem irá dispensar o seu carro próprio, mas usará um aplicativo para usar o carro de terceiros.
Já os estacionamentos terão uma queda de demanda por que os carros chamados pelos aplicativos não precisam usar vagas pagas.
É uma nova realidade que requer a reavaliação dos modelos de negócios.
Agora veio a decepção: "pai, não quero carro! ". Está com dinheiro? Então me financie uma viagem, com a turma.
A independência é buscada de outra forma: sair de casa para ir morar numa república, com os colegas.
E o mercado automobilístico não se anima com a compra dos carros para os calouros.
O transito poderá não sofrer grandes alterações, uma vez que o jovem irá dispensar o seu carro próprio, mas usará um aplicativo para usar o carro de terceiros.
Já os estacionamentos terão uma queda de demanda por que os carros chamados pelos aplicativos não precisam usar vagas pagas.
É uma nova realidade que requer a reavaliação dos modelos de negócios.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
O conjuntural e o estrutural
A lista de Fachin terá efeitos conjunturais, mas poderá se esvair se não tiver forte influência sobre as eleições parlamentares de 2018.
A bomba Fachin é um míssil do tipo "tomahawk" dirigido para alcançar com precisão o seu alvo e se fragmentar com diversas balas, causando grande devastação no seu entorno próximo, mas sem grande expansão.
Caiu com precisão na Praça dos Três Poderes, quando o Chefe da Casa Civil estava reunido com outros sete ministros e as Presidências do Congresso reunidos como os líderes partidários. Esses foram as principais vítimas da bomba, saindo feridos, mas sem nenhuma baixa fatal.
Alguns não sobreviverão a 2018. Ministros atingidos poderão voltar ao Congresso mas terão que enfrentar um interregno altamente perigoso.
Para se candidatar a um novo cargo legislativo terão que renunciar ao Ministério, perdendo o foro privilegiado. Poderão reconquistá-lo, se conseguirem ser eleitos ou reeleitos em 2018. Nesse intervalo estão sob a jurisdição da 1ª Instância. Isto é, Risco Moro.
Dois Senadores afastados estão na lista, mas com mandato até 2018. Terão que enfrentar o eleitorado em outubro de 2018, para poder voltar a ter foro privilegiado.
Novas bombas ainda irão cair sobre o Congresso.
A bomba Fachin é um míssil do tipo "tomahawk" dirigido para alcançar com precisão o seu alvo e se fragmentar com diversas balas, causando grande devastação no seu entorno próximo, mas sem grande expansão.
Caiu com precisão na Praça dos Três Poderes, quando o Chefe da Casa Civil estava reunido com outros sete ministros e as Presidências do Congresso reunidos como os líderes partidários. Esses foram as principais vítimas da bomba, saindo feridos, mas sem nenhuma baixa fatal.
Alguns não sobreviverão a 2018. Ministros atingidos poderão voltar ao Congresso mas terão que enfrentar um interregno altamente perigoso.
Para se candidatar a um novo cargo legislativo terão que renunciar ao Ministério, perdendo o foro privilegiado. Poderão reconquistá-lo, se conseguirem ser eleitos ou reeleitos em 2018. Nesse intervalo estão sob a jurisdição da 1ª Instância. Isto é, Risco Moro.
Dois Senadores afastados estão na lista, mas com mandato até 2018. Terão que enfrentar o eleitorado em outubro de 2018, para poder voltar a ter foro privilegiado.
Novas bombas ainda irão cair sobre o Congresso.
quinta-feira, 13 de abril de 2017
Sempre foi assim
A opinião publicada recebeu com perplexidade, indignação e revolta a divulgação pela televisão dos vídeos em que Marcelo Odebrecht conta, com a maior naturalidade, que o financiamento das campanhas eleitorais sempre foi com (ou pelo) Caixa Dois. Depoimentos de outros diretores do Grupo Odebrecht seguem o mesmo tom coloquial, sem emotividades, sem demonstração de arrependimento. São tratados como atos corriqueiros, usuais e normais. E eram. Apenas a sociedade, fora do círculo das relações promíscuas entre políticos e empreiteiros de obras públicas, não tinham conhecimento. Agora passaram a ter.
O PT assumiu o modelo como a principal sustentação do seu projeto nacional e de poder.
Para implantar essa visão de um Brasil, socialmente mais justo, era preciso conquistar e manter o poder. Não por um mandato, mas por longo prazo. Pelo menos 20 anos, tempo inicialmente pretendido pelo PSDB. Ou seja, cinco mandatos sucessivos.
Nesse prazo o PT pretendia mudar o país.
Ao perceber ou presumir que apenas o apelo social e ético não eram suficientes para a conquista do poder, incorporou o modelo dos seus adversários vitoriosos: irrigar as campanhas eleitorais com amplo uso do marketing político e muito dinheiro. Buscando-o da mesma forma que os outros: com os "empreiteiros".
E tornaram o modelo, o paradigma das relações contratuais entre o Governo, incluindo as estatais, e os construtores.
Animado com o sucesso do modelo, através da conquista do poder com a eleição de Lula, em 2002, o partido buscou a sua ampliação para garantir uma base de sustentação no Congresso.
O modelo quase naufragou com o "Mensalão", mas o PT e seus aliados conseguiram salvá-lo, apesar de algumas baixas importantes, nos seus quadros dirigentes. E com a colaboração daqueles, remontaram o modelo de forma mais ampla na Petrobras. Embora não tenha se limitado a ela.
Transformaram uma doença controlada numa epidemia, com ampla contaminação através dos vírus produzidos nos laboratórios das empreiteiras.
A lista de Fachin remonta a um passado mais remoto, alcançando José Sarney, o primeiro presidente com a redemocratização e ainda vivo. Não retrocede aos tempos da ditadura militar. Quando também havia.
Com todos os seus sucessores o processo (chame-se de modelo, esquema ou qualquer outra denominação) ocorreu, com maior ou menor conhecimento de cada Presidente.
O PT assumiu o modelo como a principal sustentação do seu projeto nacional e de poder.
Para implantar essa visão de um Brasil, socialmente mais justo, era preciso conquistar e manter o poder. Não por um mandato, mas por longo prazo. Pelo menos 20 anos, tempo inicialmente pretendido pelo PSDB. Ou seja, cinco mandatos sucessivos.
Nesse prazo o PT pretendia mudar o país.
Ao perceber ou presumir que apenas o apelo social e ético não eram suficientes para a conquista do poder, incorporou o modelo dos seus adversários vitoriosos: irrigar as campanhas eleitorais com amplo uso do marketing político e muito dinheiro. Buscando-o da mesma forma que os outros: com os "empreiteiros".
E tornaram o modelo, o paradigma das relações contratuais entre o Governo, incluindo as estatais, e os construtores.
Animado com o sucesso do modelo, através da conquista do poder com a eleição de Lula, em 2002, o partido buscou a sua ampliação para garantir uma base de sustentação no Congresso.
O modelo quase naufragou com o "Mensalão", mas o PT e seus aliados conseguiram salvá-lo, apesar de algumas baixas importantes, nos seus quadros dirigentes. E com a colaboração daqueles, remontaram o modelo de forma mais ampla na Petrobras. Embora não tenha se limitado a ela.
Transformaram uma doença controlada numa epidemia, com ampla contaminação através dos vírus produzidos nos laboratórios das empreiteiras.
quarta-feira, 12 de abril de 2017
A bomba estourou. E agora?
A bomba de Janot estourou antes da hora, agora como "Lista de Fachin" estragando a Páscoa de muitos políticos. Mas também gerando alívio temporário àqueles que não estão na lista. As maiores surpresas não estão na lista. Mas dos que ficaram fora da lista. Por que não entraram?
O Governo tem atualmente 28 Ministros de Estado. O Ministro Fachin pediu investigação sobre 8 e informações adicionais sobre mais 1. São 9 citados, o que pode ser um escândalo, ou, num fria análise numérica, apenas 32%, pouco menos de um terço.
Não pediram ou não foram atendidos pela Odebrecht. Uma parte dos Ministros é oriunda do baixo clero. Não tinham prestígio.
Outra situação é dos filhos ou parentes de políticos tradicionais e de prestígio para serem contemplados pela Odebrecht, como Sarney Filho, Leonardo Picciani e Fernando Coelho Filho. Os pedidos e atendimentos teriam sido feito pelos pais?
A surpresa da lista de Facchin não é dos Ministros objeto de investigação, mas dos que não foram arrolados. Estarão livres definitivamente, ou apenas nesta fase?
Numericamente a Câmara dos Deputados é a menos atingida. Dos 513 deputados, apenas 39 deputados serão objeto de investigação: 8% do total. Quantitativamente, 92% estão, por enquanto, fora das suspeitas e podem dar continuidade aos trabalhos legislativos, embora dentre os 8% estejam muitos dos líderes partidários.
Do lado oposto, numericamente o Senado é mais atingido com 24 Senadores objeto de investigação, aos quais se soma a Senadora Gleise Hoffmann, já reu em processo no STF. Os 25 suspeitos representam 27 % do total. Entre eles as principais lideranças, incluindo o atual Presidente do Senado.
Embora o centro do Congresso tenha sido atingido pelos mísseis da dupla Janot/Facchin, os sobreviventes terão plenas condições de dar sequência aos trabalhos legislativos. Embora abalados emocionalmente. E perseguidos pela mídia.
No caso dos Governadores, as primeiras notícias não deram a amplitude da lista, ainda que também numericamente minoritária. Foram arrolados 12 Governadores em exercicio, o que representa 44% dos 27.
Outros 9, incluindo o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin teriam atuado diretamente com a Odebrecht. Por essa razão os seus processos foram encaminhados para o STJ cuja velocidade poderá ser diferente do STF. A possibilidade deles serem denunciados mais rapidamente dos que os seus colegas no STF é alta.
Embora tenham ainda a alternativa de recurso ao STF, no caso de condenação, o impacto político da denúncia pode ser avassaladora àqueles que pretendem ser candidatos à reeleição ou a cargos maiores.
O Governo tem atualmente 28 Ministros de Estado. O Ministro Fachin pediu investigação sobre 8 e informações adicionais sobre mais 1. São 9 citados, o que pode ser um escândalo, ou, num fria análise numérica, apenas 32%, pouco menos de um terço.
Não pediram ou não foram atendidos pela Odebrecht. Uma parte dos Ministros é oriunda do baixo clero. Não tinham prestígio.
Outra situação é dos filhos ou parentes de políticos tradicionais e de prestígio para serem contemplados pela Odebrecht, como Sarney Filho, Leonardo Picciani e Fernando Coelho Filho. Os pedidos e atendimentos teriam sido feito pelos pais?
A surpresa da lista de Facchin não é dos Ministros objeto de investigação, mas dos que não foram arrolados. Estarão livres definitivamente, ou apenas nesta fase?
Numericamente a Câmara dos Deputados é a menos atingida. Dos 513 deputados, apenas 39 deputados serão objeto de investigação: 8% do total. Quantitativamente, 92% estão, por enquanto, fora das suspeitas e podem dar continuidade aos trabalhos legislativos, embora dentre os 8% estejam muitos dos líderes partidários.
Do lado oposto, numericamente o Senado é mais atingido com 24 Senadores objeto de investigação, aos quais se soma a Senadora Gleise Hoffmann, já reu em processo no STF. Os 25 suspeitos representam 27 % do total. Entre eles as principais lideranças, incluindo o atual Presidente do Senado.
Embora o centro do Congresso tenha sido atingido pelos mísseis da dupla Janot/Facchin, os sobreviventes terão plenas condições de dar sequência aos trabalhos legislativos. Embora abalados emocionalmente. E perseguidos pela mídia.
No caso dos Governadores, as primeiras notícias não deram a amplitude da lista, ainda que também numericamente minoritária. Foram arrolados 12 Governadores em exercicio, o que representa 44% dos 27.
Outros 9, incluindo o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin teriam atuado diretamente com a Odebrecht. Por essa razão os seus processos foram encaminhados para o STJ cuja velocidade poderá ser diferente do STF. A possibilidade deles serem denunciados mais rapidamente dos que os seus colegas no STF é alta.
Embora tenham ainda a alternativa de recurso ao STF, no caso de condenação, o impacto político da denúncia pode ser avassaladora àqueles que pretendem ser candidatos à reeleição ou a cargos maiores.
terça-feira, 11 de abril de 2017
Ilusões em relação à renovação da Câmara dos Deputados
Desenvolveu-se dentro da sociedade organizada uma forte ojeriza aos políticos, começando a surgir dentro dela movimentos para que os eleitores rejeitem a reeleição dos atuais parlamentares.
Um dos mecanismos para tal é a avaliação da qualidade dos parlamentares atuais.
Parece objetivo e simples. Mas não é.
São Paulo tem 70 deputados na Câmara dos Deputados. Uma pergunta inicial aos paulistas revoltados é quantos deputados ele conhece ou já ouvir falar, para poder avaliar se ele é bom ou não?
E do total dos 513 deputados federais quantos cada revoltado conhece?
Cem mil paulistanos podem ir à Av Paulista pedir que não reelejam os atuais Congressistas, mas bastam 30 mil votos em Roraima, para chegar ao Congresso.
Como evitar isso? Os cem mil revoltados da Avenida Paulista, ou da rede social, precisam convencer outros cem mil eleitores de um dado candidato que aqueles consideram desmerecedores de reeleição. Que os revoltados não conhecem, mas esse candidato é conhecido e apoiado pelos seus eleitores.
Não é o povo brasileiro, como uma figura construida, para fins de análise, que elege o Congresso, mas cada eleitor com o seu voto. Por razões individuais.
Um dos mecanismos para tal é a avaliação da qualidade dos parlamentares atuais.
Parece objetivo e simples. Mas não é.
São Paulo tem 70 deputados na Câmara dos Deputados. Uma pergunta inicial aos paulistas revoltados é quantos deputados ele conhece ou já ouvir falar, para poder avaliar se ele é bom ou não?
E do total dos 513 deputados federais quantos cada revoltado conhece?
Cem mil paulistanos podem ir à Av Paulista pedir que não reelejam os atuais Congressistas, mas bastam 30 mil votos em Roraima, para chegar ao Congresso.
Como evitar isso? Os cem mil revoltados da Avenida Paulista, ou da rede social, precisam convencer outros cem mil eleitores de um dado candidato que aqueles consideram desmerecedores de reeleição. Que os revoltados não conhecem, mas esse candidato é conhecido e apoiado pelos seus eleitores.
Não é o povo brasileiro, como uma figura construida, para fins de análise, que elege o Congresso, mas cada eleitor com o seu voto. Por razões individuais.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
O "trumpismo" de Dória
João Dória Jr, o Prefeito de São Paulo, segue a estratégia que levou Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Apresenta-se como um "outsider" da política tradicional, um empresário bem sucedido que se fez por conta própria, começando do zero.
O importante é estar presente permanentemente na mídia, seja na tradicional, como nas novas formas, como as ferramentas da rede social: twitter, facebook, whats app, instagram e outras mais recentes.
Com isso vai se tornando nacionalmente conhecido.
E maquiavelicamente, já escolheu o seu inimigo preferencial: Lula.
A sua estratégia tem um objetivo estrutural: ser reconhecido como um novo líder político nacional. Ser eleito Governador do Estado ou Presidente da República em 2018 são objetivos conjunturais. Poderá se manter como Prefeito de São Paulo, saindo no final de 2020, com alta aceitação e se posicionar para as eleições de 2022.
Os objetivos conjunturais, como uma eleição em 2018 dependerão das circunstâncias. O importante é estar no "páreo".
Seguirá com o seu estilo e estratégia de visibilidade permanente. O que, tem riscos, mas como Trump, acreditando que conseguirá sempre superar.
Apresenta-se como um "outsider" da política tradicional, um empresário bem sucedido que se fez por conta própria, começando do zero.
O importante é estar presente permanentemente na mídia, seja na tradicional, como nas novas formas, como as ferramentas da rede social: twitter, facebook, whats app, instagram e outras mais recentes.
Com isso vai se tornando nacionalmente conhecido.
E maquiavelicamente, já escolheu o seu inimigo preferencial: Lula.
A sua estratégia tem um objetivo estrutural: ser reconhecido como um novo líder político nacional. Ser eleito Governador do Estado ou Presidente da República em 2018 são objetivos conjunturais. Poderá se manter como Prefeito de São Paulo, saindo no final de 2020, com alta aceitação e se posicionar para as eleições de 2022.
Os objetivos conjunturais, como uma eleição em 2018 dependerão das circunstâncias. O importante é estar no "páreo".
Seguirá com o seu estilo e estratégia de visibilidade permanente. O que, tem riscos, mas como Trump, acreditando que conseguirá sempre superar.
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