São Paulo é uma cidade desigual, com uma área bem suprida por infraestrutura e serviços básicos - público e privados - e uma grande área precariamente atendida. A primeira disputada pela população de diversos níveis de renda e a segunda inteiramente tomada pela população de baixa renda, com pequenas exceções de condomínios fechados de alto padrão.
Em relação à cidade suprida, o Prefeito anterior definiu e uma diretriz clara cuja permanência ou não está pendente com a mudança partidária no comando da Prefeitura.
A diretriz não segue inteiramente as proposições dos urbanistas de esquerda, radicalmente contra qualquer medida que promova a valorização imobiliária, caracterizados por eles como especulação imobiliária. Haddad propos o modelo de adensamento através da intensa verticalização das áreas em torno das estações de metrô, cptm e futuras linhas de BRTs. Isso determinará forte valorização imobiliária dessas áreas e como tal, a exclusão das atividades e da população de menor renda. Serão áreas destinadas às elites.
O objetivo é que essas residam perto do trabalho ou trabalhem próximo às suas residências, reduzindo a movimentação urbana, principalmente por meio de carros.
Os trabalhadores de menor renda, empregados nos escritórios ou nas residência dessa área adensada, irão morar distantes e se valer do transporte coletivo de alta capacidade para chegar àquelas. Espera-se, com isso, maior racionalidade na mobilidade urbana.
Haddad esperava, em contrapartida, conter a valorização (ou especulação) imobiliária nas demais áreas, com a limitação dos gabaritos. Teve que voltar atrás parcialmente. Em função da pressão do mercado imobiliário. Agora esse pressiona novamente para a eliminar as restrições.
Nessas áreas, fora do adensamento, a diretriz da atual administração é reduzir o número de vagas em estacionamentos, eliminando a obrigatoriedade de mínimo de vagas e estabelecendo máximos no licenciamento de novos empreendimentos. Baseado numa suposição, não comprovada de que há uma significativa demanda de pessoas que vem dispensando a propriedade de carros.
Nas áreas adensadas, prevaleceria diretriz de redução de vagas nas novas unidades, compensadas com a autorização para a construção de edifícios-garagens, com grandes alturas.
As proposições alternativas podem ser de retornar ao modelo anterior de previsão de vagas nos próprios empreendimentos. Essas se baseiam na percepção de que as pessoas continuarão querendo ter a propriedade de carros, mesmo que reduzam o seu uso. Pode haver uma liberação de vias, com a redução de uso, mas haverá necessidade de mais vagas de estacionamento de veículos.
Tanto uma como outra baseiam-se em suposições.
O confronto de forças, nessas áreas será sempre entre o mercado imobiliário e a esquerda e os movimentos sociais, que se opõe ao capitalismo na estruturação e funcionamento da cidade.
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