A lista de Fachin é apenas o segundo passo da etapa final do desmonte de um esquema montado e desenvolvido, no Brasil, ao longo de mais de cinquenta anos.
O esquema de conluio das grandes empreiteiras com os políticos foi abalado primeiramente do lado empresarial. Faltava, no entanto, o desmonte do lado dos políticos que achacaram as empresas, "solicitando" contribuições legais para as campanhas eleitorais.
Agora a bomba caiu sobre os redutos dos políticos, com grande poder de devastação. Não causou mortes, mas uma profusão de feridos, alguns em estado grave, atingidos várias vezes.
O mais importante, na perspectiva histórica, não será o julgamento pelos Tribunais - o que tem fundamental interesse pessoal - mas será o julgamento dos eleitores, o que irá ocorrer brevemente em outubro de 2018.
Quem os eleitores vão eleger? Para isso será necessário voltar o foco para os sobreviventes.
A mais notória sobrevivente é Marina Silva e o seu partido que só tem um representante no Senado e não foi atingido. No campo "verde" há um importante sobrevivente que é Alvaro Dias.
No espectro "direita" dois importantes sobreviventes, não alcançados pelos estilhaços Odebrecht são Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro. Caiado está numa força ascendente que o agronegócio. Os seus dois principais concorrentes, Kátia Abreu e Blairo Maggi, estão entre os feridos graves.
Do PT não sobrou nenhuma liderança significativa, além de Lula e Dilma. Ambos alcançados frontalmente. Remanesceram lideranças regionais.
A alternativa petista seria Ciro Gomes que não foi alcançado.
O senado pessedebista foi amplamente alcançado. Os sobreviventes tem alguma expressão estadual, mas não nacional, com exceção de Tasso Jereissati, que poderá ser a alternativa "tucana" para a eleição presidencial de 2018. Além da possibilidade de João Dória, que estava fora do jogo. O Ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, é também um sobrevivente.
O PMDB foi o mais atingido, como partido. Ademais, como nas últimas eleições, não tem um nome nacional.
A tendência é que os feridos, pela bomba Odebrecht/Janot/Fachin, mesmo que se recuperem não terão forças para a disputa presidencial.
A disputa tende a ser entre os sobreviventes e os novos. Com que força, ainda é cedo para avaliar.
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quinta-feira, 20 de abril de 2017
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