segunda-feira, 28 de outubro de 2019


A América Latina viveu um fim de semana atípica com eleições presidenciais na Argentina e no Uruguai, eleições regionais na Colômbia e a continuidade dos movimentos de rua no Chile.
Na Colômbia uma candidata lésbica, de centro-esquerda venceu a eleição para Prefeita de Bogotá, a capital. No interior da Colômbia foi eleito um ex-guerrilheiro das FARCs. 
Com a vitória da oposição ao governo liberal  Macri, na Argentina, a vantagem no primeiro turno do candidato situacionista de esquerda, no Uruguai e  a mobilização popular contra o igualmente liberal Sebastian Piñera no Chile os bolsonaristas tem invadido a rede social, acusando os comunistas de pôr em marcha uma estratégia para viabilizar o retorno da esquerda no Brasil. Essa estratégia estaria sendo desenvolvida pelo Foro de São Paulo: um fantasma ambulante que assombra a cabeça dos radicais bolsonaristas. O símbolo do mal. Esse acham que o tal Foro Irá colocar a esquerda nas ruas.
O problema no Brasil é que a esquerda não tem nenhum motivo concreto para mobilizar as massas nas grandes cidades.
A grande indignação hoje dessa população é com a corrupção e a razão objetiva para uma mobilização popular seria uma decisão do STF que poderá resultar na liberação de corruptos, atualmente presos, incluindo Lula.
A maior capacidade atual de mobilização popular é dos bolsonaristas que dominam as redes sociais.
A mobilização inicial é sabida, a sequência acaba sendo contra o Governo, primeiro como reação à repressão policial e depois reunindo a insatisfação geral com a situação atual e futura.
Alguns analistas supõem que a estratégia real é dos Bolsonaros, provocando movimentos violentos de rua para justificar um golpe militar, envolvendo o fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e o fortalecimento da Presidência.
Se essa é uma estratégia real envolve um grande risco para os bolsonaristas. Podem fomentar um golpe, mas nada garante que esse seja restrito. Poderá envolver a substituição do ex-capitão por um general.

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