Com uma aprovação folgada de 60 votos, em segundo turno, no
Senado Federal, foi completada a aprovação da Reforma Previdenciária.
Não a dos sonhos de Paulo Guedes que queria uma economia, em
10 anos, de 1 trilhão de reais, mais 300 bilhões para uma transição para o sistema
de capitalização.
E dai? A economia vai reagir?
Já reagiu porque a maioria dos empresários desde a aprovação
da reforma em 1ª turno já dava como certa a aprovação da reforma ainda que desidratada.
O emprego melhorou, houve um aumento nas compras no varejo,
mas a indústria manufatureira continua patinando. O principal aumento de empregos
foi sazonal, como apontamos no podcast anterior.
A reação da economia vai continuar lenta e mantendo setores
secos propícios a alastrar de forma intensa qualquer foco de incêndio que for
iniciado por qualquer incidente ou razão. São os desalentados os
desesperançados que vão reforçar a turma de baderneiros que saem à frente nas
grandes cidades “quebrando tudo”.
Eles começam porque reagem a aumento do preço da condução,
da gasolina. O seu movimento morre em pouco tempo, com a repressão
governamental. Mas permanece e se amplia quando contra com a retaguarda do “exército”
de descontentes. Esse não vai para a linha de frente, não enfrenta os
blindados, os jatos d’água, as balas de borracha, os cassetetes, mas formam a
grande massa que estimula os ativistas.
A continuidade dos movimentos em Paris, Hong Kong, que agora
chegaram à América do Sul, com a continuidade dos movimentos no Equador e
Chile, mesmo depois da revogação dos aumentos que deram origem às reações
populares, mostram a amplitude dos problemas.
A eleição de Jair Bolsonaro foi uma água fria no caldeirão
dos desalentados que perderam a fé no petismo e buscaram a esperança no “mito”
que prometia mudar tudo o que estava lá.
Quase ao final do ano, as perspectivas de melhoria de vida
dos excluídos foram jogadas mais à frente. O próprio Governo diz que a reforma
da previdência era necessária, mas agora diz que é insuficiente.
Só resta uma esperança para milhões de brasileiros. Uma retumbante
vitória do Mengo, hoje à noite no Maracanã. Mas não para milhares de gaúchos tricolores,
juntamente com outros tantos paulistas.
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