segunda-feira, 14 de outubro de 2019

A semana política foi tomada por mais uma briguinha de família, mas que encobre uma disputa de poder dentro do movimento da direita que, em função das circunstâncias, conquistou a Presidência da República, sem base partidária, sem uma estruturação ideológica, que garanta a sua continuidade e consolidação. Essa se daria com a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022, juntamente com a eleição de uma bancada parlamentar própria de pelo menos 1/3 da Câmara e outro tanto do Senado. Isto é 171 deputados federais e 27 Senadores.
O PSL, o partido arrendado por Jair Bolsonaro, em 2018, saltou de 1, eleito em 2014, para 52, somando depois mais 2. Teria mais que triplicar o número de deputados federais. No Senado Federal, a tarefa é mais difícil, porque só estarão em disputa 27 cargos e o PFL teria que conquistar 24, para se somarem aos 3 atuais, com mandato até 2027.
Uma nova e surpreendente onda poderia promover essa tsuanmi, ainda que pouco provável.
A visão da direita é conservadora, o que é confundida com tradicionalismo ou retrocesso, voltar “aos bons tempos antigos”. Esse é apenas um dos sintomas. O objetivo principal é a estabilidade: dos seus conceitos e das suas regras. Na economia, é um modelo liberal, com o mínimo de intervenção estatal. Nos valores culturais a família natural.
Do ponto de vista político, conservadorismo, estabilidade significam permanência no poder.
Um objetivo inicial é a conquista do poder. Em seguida, manter-se indeterminadamente. Por via democrática, ou não.
A direita organizada quer consolidar a sua posição no poder, pela via democrática. Para isso precisa formar uma base parlamentar. Com as eleições de 2018 conquistou um grande volume de recursos públicos, via fundos partidário e eleitoral, para financiar esse projeto de poder. 
Porém a disputa por esses recursos entre os tradicionais pragmáticos, contra as néo lideranças da direita, encabeçadas pelos filhos do Presidente, podem frustrar aquele objetivo. 
A direita não tem, nenhum candidato populista capaz de seduzir as massas, como Jair Bolsonaro. Ele é o candidato natural.
O problema é que ele, pela sua natureza pessoal, não está preocupado com a formação da base parlamentar e até trabalha contra.
2022 poderá reeleger o populista de direita, Jair Bolsonaro, mas a sua base parlamentar será menor, piorando as condições de governabilidade.

O que os eleitores conservadores querem e esperam dos políticos?

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