sexta-feira, 18 de outubro de 2019

A monarquia abalada


Os filhos de Jair se consideram os príncipes herdeiros do Rei Bolsonaro ungido por Deus que determinou a 57 milhões de brasileiros votassem nele para dar legalidade da eleição.
Como tal exigem que os súditos sigam a vassalagem que lhe é devida e querem que o pai elimine os desafetos que atrapalhem o seu exercício de poder.
Na visão deles, os príncipes, nenhum dos 52 deputados federais e outros tantos deputados estaduais, 4 senadores, 4 governadores foram eleitos por si, mas por terem embarcado no navio de Bolsonaro, arrendado do PSL.
Eduardo quer, porque quer, que eles mantenham fidelidade, obediência e disciplina ao papai Rei.
Carlos conseguiu, logo no início do governo, afastar o principal articulador do processo que levou Jair ao Planalto. Educado e para não desgastar o amigo (ou ex-amigo) saiu em silencio, estabelecendo um período de carência, para se manifestar. O mesmo fez o ex-amigo General Santa Cruz.
Eduardo quer tomar o comando do navio que foi devolvido ao seu dono, Luciano Bivar, muito maior e melhor do que quando foi arrendado.
Bivar, um velho e experiente político, não confiou na família Bolsonaro e ocupou os espaços do navio, com poucas exceções deixando uma fatia para os herdeiros.  Quando eles quiseram assumiu o comando Bivar, com a sua turma, não deixou. Aqueles foram se queixar ao papai e dizer a ele que “Bivar estava queimado, sem maioria no partido, mas era um empecilho”.
Papai Jair tomou as dores do filho, repetiu à boca pequena, mas em tempos de internet, tudo se grava, tudo se divulga.
Começou uma batalha de gravações clandestinas, até com agentes infiltrados e o que era uma briguinha de família tornou-se um escândalo nacional.
Qualquer que seja o desfecho pessoal, uma coisa é certa no amanhã: “o PSL, como o grande partido da direita (ou conservador) já era”.
A disputa agora é pelo seu espólio, tendo em vista as eleições de 2022.
Jair voltará à estaca zero. Sem partido, buscando um outro que lhe ofereça o registro, mas sem dinheiro, tentando repetir em 2022, o fenômeno de 2018. O seu problema é que uma nova facada poderá ser mortal.

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