quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Disrutpura em 2020 (2)


A um ano das eleições, com as regras definidas, começam a aparecer os pré-candidatos, mas por enquanto nenhum candidato de Jair Bolsonaro. Há alguns pretendentes a tal, disputando a indicação pelo PSL. 
Em São Paulo, o "Carteiro reaça", mesmo não tendo a mesma densidade eleitoral, se acha o candidato da familia Bolsonaro e disputa a eleição com Joice Hasselmann, agora uma dissidente do bolsonarismo. Ser ligado à família não quer dizer ser o candidato do Jair. Ele pode apoiar a indicação dos filhos ou ter o seu preferido. 
Bastará ao candidato se apresentar como o preferido do Jair, para ser eleito? O eleitor vai dar um "cheque em branco" (se é que isso ainda existe) só porque tem o aval do Jair? Quanto isso vale em termos de votos, em cada cidade?
Ou o eleitor vai obedecer ao que Jair mandar? "Eu disse pra votar em fulano, porque ele é meu. Tá kei."Que eleitor é esse? Um eleitor cativo, adepto da seita bolsonarista e vai fazer "tudo o que o mestre mandar"? Sim, mas quantos são em cada cidade. Serão suficientes para eleger o Prefeito? 
O que o candidato tem que fazer? Apenas se apresentar perante o eleitorado e dizer "eu sou o preferido do Bolsonaro". Ou vai ter que apresentar propostas?

Que propostas serão essas? A respeito do que?

Para os bolsonaristas a prioridade número zero da cidade é o combate à violência urbana, a garantia da segurança pessoal e patrimonial do eleitor.

Segundo essa visão, em São Paulo, o preferido é José Luiz Datena, condição essa confirmada pelas prévias eleitorais. 

Mas com tantos problemas a resolver na cidade, sem propostas para outras dimensões, como saúde pública, educação fundamental, mobilidade urbana, ocupação irregular do espaço urbano, asfaltamento e cobertura de buracos, todas de atribuição do Município, conseguirá chegar à disputa final, contra concorrentes, com propostas mais abrangentes? E como irá se posicionar em relação a questões maiores como o desemprego e a pobreza, que se manifesta na cidade, como "sem tetos", "cracolândia" e outras.

O que marcará de forma evidente a posição bolsonarista, indicando a sua consolidação político-eleitoral ou o seu esvaziamento? 

A outra alternativa, aqui já apontada, é que Jair Bolsonaro não interfira direta e pessoalmente nas eleições municipais de 2020, para evitar o evidenciamento da sua posição eleitoral, com vistas a 2022. 

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