quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Campanha Eleitoral Antecipada

Em meio a uma crise, recomendam os manuais, que se crie um fato novo para desviar a atenção da sociedade e da mídia dos problemas crônicos.

A crise política está caracterizada pela enorme perda de popularidade de um Governo recém eleito e empossado e das suas sucessivas derrotas nos embates  com o Legislativo.


Essa conjuntura leva ao risco de um impeachment da Presidente, enfraquecendo-a mais ainda. Ela começa o novo mandato como "pata manca (lame duck)". Expressão inglesa para caracterizar um govenante sem prestígio e sem autoridade real, apesar do cargo.


Lula que é o mais esperto de todos os políticos brasileiros, já criou o fato novo. Além de retornar à cena, acusando os adversários e adeptos destes de golpismo, antecipou a campanha eleitoral, emergindo como o candidato à sucessão de Dilma, mantendo a permanência do PT no poder.


Irá retomar as caravanas por todo o Brasil, defendendo o projeto social do PT e denunciando a tentativa de "golpe" para abreviar o mandato da companheira Dilma.

Mas o fato novo, que vai tomar conta do noticiário, será quando a mídia descobrir que a campanha eleitoral de Lula não é para 2018, mas para ainda 2015 ou até 2016.

Segundo a Constituição Federal de 1988, se a Presidente for destituida, assume o Vice-Presidente, para completar o mandato como ocorreu com Itamar, substituindo Collor.


Mas se também o Vice for invializado, destituido ou  impedido, junto com a Presidente, antes de completar dois anos de mandato, portanto até 31 de dezembro de 2016, far-se-á uma nova eleição, até 90 dias da ocorrência do último fato.

Para não discutirmos os prazos, se até 30 de setembro de 2016, Dilma e Temer estiverem fora do Governo, haverá nova eleição direta. Depois de dois anos, a eleição será indireta pelo Congresso Nacional.


Ao iniciar uma campanha eleitoral antecipada, Lula tenta acalmar os petistas: "mesmo se houver o golpe, o PT não perderá o poder e Lula voltará ao Planalto nos braços do povo." Como Getúlio voltou ao Catete, para só sair num caixão.
Por outro lado arrefecerá os ímpetos da oposição e dos defensores populares do impeachment da Presidente: "se ela cair, volta Lula".

Fantasioso, sim. 

Mas o que importa é a criação do "fato novo" para tirar a Presidenta das cordas. 


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