Notícia é o que vira moda. Empresas e Governo buscam transformar seus produtos ou seus programas em moda. Em São Paulo a moda atual é da ciclovias. As modas emergem, viram sensação, durante algum tempo e depois se tornam triviais, caem na rotina. Algumas são até abandonadas. A sustentabilidade da moda depende da adesão social em que aproveitando o seu auge se incorporem efetivamente no modo de vida, por atender a uma necesidade efetiva ou aspiração das pessoas. Dois casos são típicos: a minissaia e o jeans.
Na vida urbana a moda do carro se sustenta até hoje e de forma crescente. A quase totalidade do ser urbano quer ter o seu carro. Uma parte residual não quer ter carro e quer ter uma bicicleta como o seu único veículo, fora caminhar a pé. Uma grande parte ainda não ter o seu carro, mas quer ter. E Outra parte, enquanto não consegue ter o seu carro compra uma motocicleta. A bicicleta para essa parte que ainda não tem o seu carro é uma alternativa residual, cada vez mais abandonada a favor da moto.
Nas pequenas cidades do interior, principalmente no nordeste, a alterativa era a carroça puxada por um animal, seja o cavalo ou o jegue, que perderam espaço para as motocicletas. A grande alternativa para quem não a tem é usar um mototaxi.
A frota nominal de automóveis vai continuar crescendo nas grandes cidades, mesmo com a oposição e alertas dos chamados "especialistas" e dos sonhadores e do desejo dos "folgados" que são contra os carros: os dos outros. Para eles a culpa toda é dos carros... dos outros.
Esses últimos consitituem a maioria da população urbana e são a favor da melhoria dos transportes coletivos públicos para tirar das ruas os carros (sempre dos outros) e liberá-las para o seu.
A frota líquida poderá até diminuir no futuro próximo, em função dos programas de destruição dos carros obsoletos ou abandonados, já praticados em outros paises. A demora é ainda um problema do processo judicial.
O volume de carros circulando também irá aumentar. O que poderá diminuir é o que os "especialistas" chamam de "momento de transportes", ou seja a multiplicação da quantidade de carros pela distância percorrida.
A frota de carros irá circular menos. As pessoas tenderão a fazer percursos menores, conjugando o transporte individual com o coletivo.
No caso de São Paulo a melhoria do transporte público, principalmente as linhas metroviárias promoverão esse processo. Viabilizará também a composição bicicleta - transporte público. Se bem estruturado poderá viabilizar o esquema bicicleta- transporte coletivo - bicicleta, embora seja uma alternativa residual.
Para que seja sustentável o modelo misto carro-metrô ou carro BRT ou VLT, o essencial será o estacionamento barato nas estações terminais das linhas. Enquanto não houver maior integração entre as linhas (o que é mais importante do que extensão) os estacionamentos nas estações intermediárias não terão grande demanda. Os motorista não querem deixar o seu carro para passar para um transporte coletivo que tem certeza de encontrá-los lotados. Nas estações terminais tem a opção de esperar um pouco mais e poder ter um lugar sentado. A menos que sejam "veios", idosos ou "melhor idade". Sejam portadores de deficiência, em sejam mulheres grávidas ou com filhos pequenos no colo.
O envelhecimento da população tem contribuido para essa mudança de cultura.
A importância desses estacionamentos baratos na ponta ainda não foram suficientemente percebidos pelas autoridades mas acabarão sendo, proximamente pelas demandas reais.
O papel estratégico desses estacionamentos faz com que as inciativas tenham que ser do Poder Público, com uma oferta ampla e preços inicialmente subsidiados.
Isso porque a exploração desses estacionamentos deverá ser por meio de PPPs e até a sua maturação irá requerer uma complementação para a sua operação.
O futuro da mobilidade urbana não está na substituição do transporte individual pelo coletivo, mas na conjugação dos dois modos, associada à condição essencial que é a redução das distâncias de deslocamento dentro das cidades.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
A agropecuária brasileira é - sem dúvida - uma pujança, ainda pouco reconhecida pela "cultura urbana". Com um grande potencial de ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário