Rodrigo Janot, até o momento, emerge como o principal líder da corrente "faxina radical" disposta a varrer do mapa e não para baixo do tapete as "grandes e corruptas empreiteiras brasileiras", não importa qual o preço econômico e social dessa faxina.
Inspira-se em Fernando Pessoa "tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
Reflete o pensamento de uma parte considerável da sociedade brasileira que quer extirpar de vez essa praga. E tem o integro Juiz Sérgio Moro, como o principal ativista nessa campanha.
Para alcançar as maiores, ainda não incluidos pela Operação Lava-Jato, promoveu um lance ousado que pode dar certo, ou comprometer o conjunto da operação. Solicitou ao Judiciário a aplicação de multas bilionárias a algumas das empresas, que se pagas, nos montantes requeridos, sairão do mercado, por falta de qualquer condição econômica de continuidade, mesmo que não sejam punidas com a inidoneidade. São números de assustar.
A pergunta primeira é porque só de algumas e não de todas? Pela lista, ele pediu, inicialmente, a aplicação das multas sobre as empresas que recusaram a delação premiada, dos seus executivos ou donos presos. Seria uma forma de pressão para que eles aceitem a delação premiada, levando a incorporar no processo as maiores e todo o conjunto das contratações públicas federais.
Porque se as maiores ficarem fora, a faxina não será completa e funcionará apenas para melhorar a condição competitiva daquelas, não punidas, com a eliminação dos concorrentes mais diretos.
Pode-se supor que o processo não seja linear, mas estratégico. Será a estratégia correta? Na estratégia é preciso sempre considerar a reação da outra ou outras partes.
A corrente favorável à manutenção das empreiteiras quer acelerar o processo de acordos de leniência.
O risco é que, pelo excesso da solicitação, as multas propostas não sejam aceitas pelo Judiciário, facilitando o estabelecimento de acordo de leniência, com confissões de culpa, devolução de valores e pagamento de multas consideradas razoaveis e sem envolvimento de terceiros.
Os "faxineiros" querem alcançar o grande lider, mas a jogada de Janot pode ter sido precipitada.
Com isso tudo acabaria em pizza, para a grande frustração da sociedade brasileira.
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