sábado, 5 de setembro de 2015

Não há crise hídrica em São Paulo. Há uma crise de gestão hídrica

Não falta água na Região Metropolitana de São Paulo, mesmo com todo o período de estiagem. Engenheiros de visão, hà séculos atrás, criaram o maior reservatório de água na região. 


Mas a sociedade  tornou  esse reservatório na maior latrina da região e na maior represa de águas poluidas, e tem que buscar água em outros mananciais, cada vez mais distantes.

A água deve ser recirculada. Esse deveria ser o conceito básico da gestão hídrica. Mas não é.

Porque ao longo de muitos anos se desenvolveu a idéia de que o Brasil é abundante em água doce, tem as maiores reservas mundiais e jamais faltaria água para a sua população. 

Não era preciso economizar, tampouco recircular, porque haveria água nova em abundância. Sempre.

Também não era essencial tratar os esgotos. A represa estava ai perto para receber e diluir os dejetos. Alimentado por diversos rios e córregos. 

Por outro lado promoveu-se a ojeriza da população com a água reusada. Ainda que toda água distribuida à população seja previamente tratada. Na região metropolitana de São Paulo não há o suprimento de água natural, a menos do vendido em garrafas ou recipientes maiores.

Há tecnologias das mais simples às mais complexas para o tratamento da água. Engenharia não é o problema.


O problema está em duas grandes resistências:
  • uma de natureza cultural, que produziu a rejeição da população das águas da Represa Billings;
  • outra, de natureza mais grave, de natureza corporativa decorrente do monopólio dos serviços à SABESP. 
Como superar essas duas resistências é o grande desafio da crise hídrica.

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