"Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão". Diz o ditado popular.
Então,
os Governos para obter apoios das famílias despossuídas distribuem o pão, na forma de bolsas
e acrescentam o circo. Assim, todo mundo se alimenta - ainda que
minimamente - e se diverte.
No Brasil os políticos aproveitam o Carnaval para propiciar o circo e ter retorno em votos.
Mas esse circo vem sendo embranquecido, elitizado e segregado. Nascido negro a mídia o transformou em "carnaval espetáculo" para participação também dos não negros. E cada vez mais globalizado e caro: transformado num grande negócio, voltado para os turistas.
Na Bahia o carnaval é de rua, com os foliões indo atrás dos trios elétricos. Mas há o que ficam dentro, tendo que pagar de R$ 300 ou mais para comprar os abadás. Quem não pode comprar só pode acompanhar a passagem dos trios elétricos, separados por cordas. São os "foliões pipoca".
Para democratizar o carnaval e propiciar a inclusão social o Governo do Estado resolveu contratar a grande estrela do carnaval, Ivete Sangalo, para um bloco sem cordas, sem segregação
A sua contratação, coadjuvada com o cantor Bell Marques, por um suposto valor de R$ 840.000,00 vem causando reação e polêmica dentro da população baiana. Predominantemente pobre e negra.
Num Estado com elevado nível de desemprego e miséria, com carência de serviços públicos básicos, principalmente da saúde pública, é adequado concentrar os recursos públicos para tão poucos, em nome da ampliação da participação do povo no circo?
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