Como os decisores das multinacionais vêem o Brasil?
Eles estão dispostos a
converter o parque industrial instalado no Brasil em plataforma de exportação?
As declarações do
CEO Mundial da Nestlé, Paul Bucker, quando da inauguração de uma fábrica de
cápsulas de café, são no mesmo sentido de outras de dirigentes máximos de
multinacionais presentes no Brasil:
- Estratégias e investimentos são de longo prazo
“Estamos hà mais de 90 anos no Brasil. Em muitos países estamos hà mais
de cem anos. Estamos nos bons tempos e nos tempos não tão bons. Agora o Brasil
passa por esta situação inflação e coisas assim, mas nosso investimento não
está ligado apenas aos bons momentos. É para longo prazo”.
- Otimismo: o Brasil vai superar as dificuldades
“Inaugurar uma fábrica é a melhor prova de confiança no Brasil”. “Esse
(enquadramento estável) é o trabalho da política e acho que ai a política tem que
fazer a sua parte para estabilizar essa angústia e projetar o país de modo
estável e em boa direção”. “Sou otimista, espero que cheguemos a isso”.
As multinacionais definem uma segmentação
continental (ou subcontinental). No continente americano a divisão é entre a
América do Norte, indubitavelmente os EUA e o Canadá e a América Latina.
As decisões sobre grandes investimentos continuam com as
sedes mundiais, mas as decisões sobre os mercados a serem atendidos dentro da
região seriam dos dirigentes regionais. O conceito de
“mercado interno” não se limita ao nacional ou doméstico, mas corresponde ao
mercado latino-americano.
“Nossa
intenção é prosseguir com a utilização plena de nossa capacidade produtiva,
compensando qualquer agravamento da demanda no mercado interno.” “Este é o
primeiro passo (embarque de 600 unidades do HB2OX para o Paraguai) para tornar
o HB20 um grande sucesso também em diversos
outros mercados da América Latina.”, diz William Lee, Presidente da
Hyundai no Brasil.
“A GM trabalha com a expectativa de ampliar em 3% as
exportações do ano passado: 72,7 mil carros, entre veículos montados e
desmontados. É um volume crescente, porém ainda longe do ideal, na visão do
Presidente da montadora no país, Santiago Chamorro: O Brasil ainda não tem condições de ser uma plataforma exportadora como
a Coreia. Ainda precisamos reduzir custos como os trabalhistas e os de
logística. Estamos longe de ser um polo de exportação, avalia.”
“Ontem, Steffan Ketter,
presidente da Fiat Chrysler Automobilies (FCA) na região, disse que o grupo
colocou como prioridade fazer da
operação brasileira uma base de exportação capaz de atender tanto os países
vizinhos quanto a mercados desenvolvidos, nos quais a companhia avalia a
viabilidade de colocar modelos de padrão global, lançados desde o ano passado. “Queremos ser exportador sempre” afirmou
o executivo. “Nunca fomos uma companhia
de exportação. Nem o Brasil foi um país de exportação”, acrescentou.
O Brasil tem
fundamentos sólidos para voltar ao alto nível. Pensamos no futuro” afirmou
Daniele Schillaci, vice-presidente executivo global de marketing e vendas da
companhia (Nissan)”
“O Brasil foi por
muitos anos o quarto maior mercado do mundo. Hoje é o sétimo. E nós sabemos que
há potencial para voltar a essa posição. Estaremos lá para maximizar esse
potencial. Nós sabemos que o mercado em 2020 estará em 3 milhões a 3,5 milhões (de
veículos por ano). E queremos ir além dos 5%”, completou José Luis Valls,
principal executivo da marca na América Latina. “
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