Com a crise da Oi, reemerge o tema "campeães nacionais" com severas
críticas ao que teria sido a estratégia desenvolvida pelos governos do
PT de campeãs nacionais. Embora a Oi, tenha tido origem ainda no governo
FHC, no bojo da privatização das telecomunicações brasileiras.
A ideia das campeãs nacionais foi ampliada e distorcida. E foi usada para fins escusos.
Não
foram só fracassos. Há sucessos. Nem tudo são espinhos. Há flores, mas o
que machuca são os espinhos. Mas algumas das belas flores cheiram mal.
Uma empresa nacional bem sucedida no exterior foi a Construtora
Norberto Odebrecht, transformada num grande grupo multinacional, com
inúmeros contratos no exterior. Contratando equipamentos e serviços
brasileiros. A Operação Lava-Jato demonstrou que esse sucesso foi
alcançado com amplo apoio governamental, dentro de uma parceria nada
republicana. É a campeã nacional da corrupção.
A
maior distorção, no entanto, foi a política de apoio governamental a
grupos nacionais para enfrentar, no mercado nacional, as multinacionais.
Essa
foi a concepção dos tecnocratas tucanos ao promover a criação de uma
empresa nacional de telecomunicações para evitar o total domínio do
setor por multinacionais. Com amplo apoio do BNDES.
O modelo foi herdado e desenvolvido pelos governos petistas, com sucessivas distorções o que resultou no colapso da Oi.
Anteriormente
o grupo Eike Batista tinha fracassado na pretensão de criar um grande
grupo nacional no setor de infraestrutura, ancorada por uma petroleira
privada brasileira.
A
estratégia original das campeãs nacionais era de promover a
globalização da empresa nacional e, nesse sentido, nem tudo é fracasso.
A Embraer é a mais visível e admirada. A Vale é um grande sucesso, ainda que empanada pelo desastre de Mariana. Sadia e Perdigão são sucesso mundial, hoje reunidas na BRF.
O
maior sucesso da estratégia de campeãs nacionais, que acabou sendo
colocada em prática, pelos governos petistas, é a JBF, conhecida no
Brasil pela marca Friboi. Mas com uma ampla rede de empresas na cadeia
produtiva da carne bovina, sendo o maior grupo mundial do setor. É porém
um sucesso suspeito, com várias ligações políticas ainda sob críticas e
investigações.
Outro
grande sucesso, embora não mais reconhecido como da estratégia de
campeãs nacionais e a AMBEV. O casamento da
Brahma com a Antarctica foi abençoada e
patrocinada pelo Governo, então de FHC, com recursos do BNDES.
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