É
inegável a má condição do saneamento no Brasil, com milhares de áreas
urbanas com o esgoto correndo a céu aberto, o despejo direto do esgoto
nos córregos, rios e demais corpos d'água.
Há necessidade de um grande esforço nacional para superar essa condição, porém não há consenso entre os agentes reais da economia e da sociedade.
De um lado o setor organizado do saneamento estabeleceu o paradigma de que a solução dos esgotos está na coleta domiciliar através de redes coletoras.
Por outro lado os usuários buscam soluções alternativas, em dois segmentos diametralmente opostos: o segmento mais rico, tem buscado a solução de moradia condominial, seja vertical como horizontal e prefere soluções locais para o tratamento de esgotos.
O segmento mais pobre das áreas urbanas que abrange a maior parte dos domicílios não ligados à rede, busca alternativas próprias, principalmente as fossas sépticas.
Na defesa da solução o setor organizado, promovido pelas Cias de Saneamento e a comunidade a elas ligadas, levantam e estimam o déficit de saneamento, mostrando-o como demanda. É um equívoco.
Nem todas as pessoas incluídas no déficit de saneamento querem a solução rede, tampouco vão ligar o seu domicílio à rede de coleta, mesmo que instalada diante dessa.
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