terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A desglobalização norte-americana x globalização chinesa

Ao contrario do que diz Trump e acredita uma boa parte dos norte-americanos, a globalização não foi uma conspiração do mundo para sugar emprego e renda dos americanos. Foi uma estratégia praticada pelas multinacionais cumprindo uma estratégia militar formulada pelo governo norte-americano, no pós II Guerra Mundial.

Foi a dimensão econômica da guerra fria, pouco percebida até a queda do muro de Berlim quando, livre da dimensão politico militar, se desenvolveu amplamente,  propiciando grandes lucros para as multinacionais norte-americanas.

O que emergiu com a queda de um grande e simbólico muro, Trump quer acabar com um novo muro. O que irá enfraquecer e desenriquecer as multinacionais norte-americanas.

Com a retração dos EUA, a China, através do seu líder Xi Jinping passou a defender a globalização. 

Com a posição de Trump contra a globalização e exigindo que as multinacionais norte-americanas e as que vendem no mercado norte-americano invistam na produção em território norte-americano, essas multinacionais poderão vender suas operações fora dos EUA. E os mais prováveis compradores serão as empresas chinesas. 

O espaço que for aberto pelas empresas norte-americanas em todo o mundo será ocupado, preferencialmente, pelas empresas chinesas. Essas empresas dariam sequência à globalização das cadeias produtivas, que foram iniciadas e desenvolvidas pelas multinacionais norte-americanas, estimuladas pelo seu governo.

Para o objetivo de gerar emprego não basta exigir que as empresas norte-americanas invistam em instalações em território norte-americano. É preciso que toda a cadeia produtiva se instale em território norte-americano. 

Com o objetivo de tornar a economia norte-americana autossuficiente, com o mínimo de dependência de importação de terceiros, o Governo norte-americano terá de estabelecer mecanismos protecionistas. 

As multinacionais norte-americanas, restritas ao seu mercado interno não terão a valorização de seu ativo, assim como os níveis de lucro que tem obtido com a globalização. 


Não se pode ter dúvidas quando as tentativas de Trump em efetivar as suas promessas de campanha. A dúvida é se as multinacionais norte-americanas, percebendo que as políticas irão reduzir o seu valor e seus lucros, irão aceitar, em nome de uma  "América First". 



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