O setor de petróleo e gás, sem dúvida, é importante para a economia brasileira e para o mercado de trabalho, mas essa importância tem sido superavaliada e distorcida para justificar políticas equivocadas.
As atividades de produção de petróleo geraram um valor (a preços correntes de 2014) de produção - o equivalente ao faturamento - de R$ 216,7 bilhões.
Para efeito de avaliação da importância relativa ao PIB, que seria a soma de "todas as riquezas produzidas pelo país no ano" não é esse o indicador, pois soma a riqueza produzida pelos setores fornecedores dessas atividades, o que é considerada - nas contas nacionais - como "consumo intermediário".
Deduzida essas, identificadas como R$ 87,1 bilhões, a riqueza líquida produzida pelas atividades de produção primária de petróleo e gás, ou seja, retiradas da natureza, incluindo as atividades de apoio, teria sido de R$ 129,6 bilhões.
Esse é o valor real de contribuição específica do setor para a formação do PIB brasileiro, que nesse ano de 2014, somou a quantia de quase cinco trilhão de reais, mais especificamente R$ 4.972,7 bilhões.
Ou seja, em que pese a sua importância específica, o setor de produção de petróleo e gás, contribuiu com apenas 2,61 % do PIB.
A sua importância relativa no mercado de trabalho é ainda menor. Contemplava em 2014, 72.548 trabalhadores, diretamente nas suas atividades, o que representava 0,07% do total da força de trabalho ocupada no ano, calculada em 105.471.678 trabalhadores.
Do valor adicionado, isto é, do PIB do setor, apenas 17,71% foram destinadas ao trabalho, englobando salários e encargos. A média global do valor adicionado brasileiro é de 50,58%.
Ou seja, o setor de produção de petróleo&gás tem baixa intensidade de trabalho e alta intensidade de capital.
Justificar prioridade de investimentos no setor em nome da geração de empregos é inadequada, para não dizer uma "piada". É um dos setores que menos gera empregos por R$ investido ou faturado.
A sua importância econômica e política está em outras dimensões, não no emprego.
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