A agropecuária voltada às exportações é de grande porte, com alta tecnologia e pouca geração de empregos. Mas são empregos bem remunerados e com grande capacidade de consumo.
O desenvolvimento regional requer a retenção dessa renda na própria região. E para isso deve prover uma oferta suficiente e adequada.
A pequena produção agrícola precisa se voltar para atender a essa demanda, promovendo a multiplicação da renda.
A inserção da agricultura familiar nessas cadeias produtivas alimentares lhe propiciará condições de expansão, levando-a a superar os limites regulatórios como agricultura familiar.
Essas não devem ser limitações para o crescimento.
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
sexta-feira, 30 de março de 2018
quinta-feira, 29 de março de 2018
Agricultura familiar - Um grande equívoco politico
A política pública voltada para a agricultura familiar é populista e tende a perpetuar a pobreza no meio rural.
O crescimento do microempreendimento rural é uma das condições essenciais para geração de emprego e renda, na área rural.
A sua contenção, por razões ideológicas (ou político-eleitoral) vai contra a melhoria de vida da população rural. E os torna permanentemente dependente dos programas sociais governamentais.
A agricultura familiar precisa ser tratada como questão econômica e não apenas social.
O objetivo da política pública não deve ser o de manter o agricultor familiar na pobreza, mas elevá-lo à classe média.
A principal estratégia seria a maior integração da produção do pequeno empreendimento rural nas cadeias de valor dos alimentos.
Uma importante tendência que afeta a agricultura familiar é o beneficiamento industrial com a comercialização fracionada, como já ocorreu com o arroz e feijão, dois dos principais produtos da agricultura familiar.
Agora essa tendência está alcançando a mandioca, com efeitos positivos e negativos para a agricultura familiar.
De um lado há a expansão de demanda, de outro a maior parte da apropriação de valor está fora da agricultura familiar.
É uma perda de oportunidade da agricultura familiar deixar que empresas assumam a industrialização da farinha de tapioca, aproveitando a nova moda urbana.
O crescimento do microempreendimento rural é uma das condições essenciais para geração de emprego e renda, na área rural.
A sua contenção, por razões ideológicas (ou político-eleitoral) vai contra a melhoria de vida da população rural. E os torna permanentemente dependente dos programas sociais governamentais.
A agricultura familiar precisa ser tratada como questão econômica e não apenas social.
O objetivo da política pública não deve ser o de manter o agricultor familiar na pobreza, mas elevá-lo à classe média.
A principal estratégia seria a maior integração da produção do pequeno empreendimento rural nas cadeias de valor dos alimentos.
Uma importante tendência que afeta a agricultura familiar é o beneficiamento industrial com a comercialização fracionada, como já ocorreu com o arroz e feijão, dois dos principais produtos da agricultura familiar.
Agora essa tendência está alcançando a mandioca, com efeitos positivos e negativos para a agricultura familiar.
De um lado há a expansão de demanda, de outro a maior parte da apropriação de valor está fora da agricultura familiar.
É uma perda de oportunidade da agricultura familiar deixar que empresas assumam a industrialização da farinha de tapioca, aproveitando a nova moda urbana.
quarta-feira, 28 de março de 2018
Agricultura familiar x patronal (2)
Estará a agricultura familiar pobre fadada à extinção, com as pessoas sobrevivendo dos programas sociais e da migração para as cidades?
A produção da agricultura familiar destinada às indústrias representou em 2006, 51% dos produtos selecionados. Somando aos destinados à exportação, somaram cerca de 3/4 da produção. Restaram apenas 1/4 da produção da agricultura familiar para a venda "in natura" ou beneficiado para o mercado interno.
O que desmente a visão geral de que a agricultura familiar está inteiramente voltada ao mercado interno, contrapondo-se à agricultura patronal, que estaria voltada para as exportações e para a industria.
A produção da agricultura familiar destinada às indústrias representou em 2006, 51% dos produtos selecionados. Somando aos destinados à exportação, somaram cerca de 3/4 da produção. Restaram apenas 1/4 da produção da agricultura familiar para a venda "in natura" ou beneficiado para o mercado interno.
O que desmente a visão geral de que a agricultura familiar está inteiramente voltada ao mercado interno, contrapondo-se à agricultura patronal, que estaria voltada para as exportações e para a industria.
terça-feira, 27 de março de 2018
Lácteos - sorvetes
O sorvete é uma das melhores formas de agregação de valor ao leite de vaca.
A estrutura do mercado de produção segue modelo semelhante de outros segmentos de alimentos, com três grandes niveis:
O mercado mundial, incluindo o brasileiro é dominado por dois grandes grupos multinacionais: a Nestlé e a Unilever.
O primeira é tradicional no setor de lácteos, estando presente em toda cadeia produtiva de lácteos, começando pela captação ou recepção do leite in natura, produzido pelas fazendas. Atua no mercado brasileiro com a sua marca Nestlé.
A Unilever ingressou no setor mediante aquisições, sendo a mais importante a Heartbrands, rede mundial de sorvetes, com marca específica em cada país. No Brasil atua com a marca Kibon. Seria fabricante de 8 das 15 marcas mais populares no mundo, como o Magnum, Corneto e outras.
A General Mills, aparece em terceiro lugar, com a sua marca Häagen-Dazs.
O segundo é - em geral - de pequenas empresas que com a sua marca ou sabor, bem aceita pelo mercado, prosperaram, estabelecendo redes de atendimento mediante franquias.
Tanto nos EUA, o principal mercado, como em outros, inclusive o Brasil, quando a empresa media se torna grande ou próxima à essa condição é comprada por um dos mega grupos.
Como a Ben & Jerrys, comprada pela Unilever, em 2000, a Dreyer's comprada pela Nestlé, em 2002.
A estrutura do mercado de produção segue modelo semelhante de outros segmentos de alimentos, com três grandes niveis:
- grande produtores mundiais;
- produtores médios;
- pequenos e micro produtores.
O primeira é tradicional no setor de lácteos, estando presente em toda cadeia produtiva de lácteos, começando pela captação ou recepção do leite in natura, produzido pelas fazendas. Atua no mercado brasileiro com a sua marca Nestlé.
A Unilever ingressou no setor mediante aquisições, sendo a mais importante a Heartbrands, rede mundial de sorvetes, com marca específica em cada país. No Brasil atua com a marca Kibon. Seria fabricante de 8 das 15 marcas mais populares no mundo, como o Magnum, Corneto e outras.
A General Mills, aparece em terceiro lugar, com a sua marca Häagen-Dazs.
O segundo é - em geral - de pequenas empresas que com a sua marca ou sabor, bem aceita pelo mercado, prosperaram, estabelecendo redes de atendimento mediante franquias.
Tanto nos EUA, o principal mercado, como em outros, inclusive o Brasil, quando a empresa media se torna grande ou próxima à essa condição é comprada por um dos mega grupos.
Como a Ben & Jerrys, comprada pela Unilever, em 2000, a Dreyer's comprada pela Nestlé, em 2002.
segunda-feira, 26 de março de 2018
Batata
A batata, um dos alimentos mais consumidos no mundo, é mais um caso em que a tecnologia tornou viável a sua comercialização mundial.
A batata frita que os brasileiros estão acostumados a comer numa unidade do McDonalds, por vontade própria ou levado pelos filhos, não é brasileira: é argentina.
O mercado mundial de "batata frita" cortada, pré-cozida e congelada, foi dominado pela McCain, uma multinacional de origem canadense.
Com a compra de participação acionária relevante da Forno de Minas, irá levar o pão de queijo mineiro ao mundo. A mandioca brasileira irá ganhar o mundo.
E ajudará populações pobres a vencer a fome, com o que mais facilmente conseguem produzir.
A batata frita que os brasileiros estão acostumados a comer numa unidade do McDonalds, por vontade própria ou levado pelos filhos, não é brasileira: é argentina.
O mercado mundial de "batata frita" cortada, pré-cozida e congelada, foi dominado pela McCain, uma multinacional de origem canadense.
Com a compra de participação acionária relevante da Forno de Minas, irá levar o pão de queijo mineiro ao mundo. A mandioca brasileira irá ganhar o mundo.
E ajudará populações pobres a vencer a fome, com o que mais facilmente conseguem produzir.
sexta-feira, 23 de março de 2018
Ainda a Lei Kandir
A ampliação da produção e exportação de óleo de soja, em vez da exportação desse incorporado ao grão, depende das estratégias das empresas que dominam a comercialização internacional do complexo soja nos três maiores países produtores e exportadores. As grandes tradings.
É um projeto de mercado, mas depende de projeto público para gerar melhores condições competitivas às exportações do óleo produzido no Brasil, em relação aos produzidos nos países concorrentes, ainda que pelas mesmas empresas.
O principal fator de decisão deverá ser o custo do produto nos portos de saída, acrescido dos custos dos fretes internacionais, dependendo do destino.
Para reduzir as condições mais desfavoráveis serão necessários reduzir o custo logístico do escoamento dos produtos pelos portos do norte e eliminar as distorções tributárias.
A lei Kandir afeta as decisões, mas não é o principal fator.
É um projeto de mercado, mas depende de projeto público para gerar melhores condições competitivas às exportações do óleo produzido no Brasil, em relação aos produzidos nos países concorrentes, ainda que pelas mesmas empresas.
O principal fator de decisão deverá ser o custo do produto nos portos de saída, acrescido dos custos dos fretes internacionais, dependendo do destino.
Para reduzir as condições mais desfavoráveis serão necessários reduzir o custo logístico do escoamento dos produtos pelos portos do norte e eliminar as distorções tributárias.
A lei Kandir afeta as decisões, mas não é o principal fator.
quinta-feira, 22 de março de 2018
Cervejas artesanais
A melhoria de renda nos paises desenvolvidos e emergentes, vem gerando a oportunidade para a produção de cervejas artesanais.
Essas cervejas por serem vendidas a preços mais elevados, em função dos ingredientes e diferenciação de paladar, podem arcar com custos logísticos maiores, sendo assim passíveis de exportações a paises mais distantes.
As "cervejas artesanais" já representariam cerca de 1% do mercado nacional de cerveja, segundo a Euromonitor.
As microcervejarias seguem a trajetória das "start-ups" de tecnologia.
Quando um pequeno empreendedor passa a produzir uma cerveja artesanal que "cai no gosto do mercado", se expandindo, saindo do seu nicho local e chegando às gôndolas dos supermercados nos grandes centros urbanos, são comprados por uma das grandes cervejarias.
Isso já ocorreu com a Colorado, de Ribeirão Preto, São Paulo, adquirida pela Ambev. A Schincariol - posteriormente venida para a Kirin e subsequentemente à Heineken - assumiu o controle da Baden-Baden de Campos do Jordão, São Paulo e da Eisenbahn, de Blumenau, Santa Catarina.
Essas cervejas por serem vendidas a preços mais elevados, em função dos ingredientes e diferenciação de paladar, podem arcar com custos logísticos maiores, sendo assim passíveis de exportações a paises mais distantes.
As "cervejas artesanais" já representariam cerca de 1% do mercado nacional de cerveja, segundo a Euromonitor.
As microcervejarias seguem a trajetória das "start-ups" de tecnologia.
Quando um pequeno empreendedor passa a produzir uma cerveja artesanal que "cai no gosto do mercado", se expandindo, saindo do seu nicho local e chegando às gôndolas dos supermercados nos grandes centros urbanos, são comprados por uma das grandes cervejarias.
Isso já ocorreu com a Colorado, de Ribeirão Preto, São Paulo, adquirida pela Ambev. A Schincariol - posteriormente venida para a Kirin e subsequentemente à Heineken - assumiu o controle da Baden-Baden de Campos do Jordão, São Paulo e da Eisenbahn, de Blumenau, Santa Catarina.
quarta-feira, 21 de março de 2018
A controvérsia da Lei Kandir
Não é a Lei Kandir que determina o perfil das exportações do complexo soja. É o mercado.
O Brasil se tornou um grande exportador de grãos de soja e não de seus semi-manufaturados (óleo e farelo) por uma opção de mercado.
Aproveitou a oportunidade da demanda da China que é um país consumidor de óleo de soja e não de palma, como grande parte dos paises orientais.
A China não quer comprar óleo de soja, tampouco farelo. E esse seu perfil não será alterado, com eventual revisão da Lei Kandir.
A soja não é um cereal, mas uma oleaginosa. O que o mundo quer é o óleo. E o mercado mundial de óleos vegetais é dominado pelo dendê. O de soja é complementar.
Para mudar o perfil de exportações do complexo soja é preciso mudar o perfil de destino. Por exemplo, a Índia que precisa do farelo, mas não quer o óleo de soja.
O Brasil se tornou um grande exportador de grãos de soja e não de seus semi-manufaturados (óleo e farelo) por uma opção de mercado.
Aproveitou a oportunidade da demanda da China que é um país consumidor de óleo de soja e não de palma, como grande parte dos paises orientais.
A China não quer comprar óleo de soja, tampouco farelo. E esse seu perfil não será alterado, com eventual revisão da Lei Kandir.
A soja não é um cereal, mas uma oleaginosa. O que o mundo quer é o óleo. E o mercado mundial de óleos vegetais é dominado pelo dendê. O de soja é complementar.
Para mudar o perfil de exportações do complexo soja é preciso mudar o perfil de destino. Por exemplo, a Índia que precisa do farelo, mas não quer o óleo de soja.
terça-feira, 20 de março de 2018
O setor de bebidas
O setor de bebidas tem uma característica importante do ponto de vista econômico: o valor das matérias primas em relação ao preço final pago pelo consumidor é muito pequeno.
A produção agrícola de grãos que são usados na produção das bebidas não é determinante para a localização da produção. A indústria de bebidas não se instala em função das fontes das matérias primas. Essas podem ser importadas, de diversas partes do mundo.
Os principais valores que se agregam à matéria prima são a fórmula, a marca, a comercialização e a logística.
Exceção é o vinho, a origem da matéria prima é um grande diferencial. O mesmo ocorre com alguns chás e o café caminha no mesmo sentido, de ter produtos "premium", baseados no local do cultivo da matéria prima agrícola.
A produção agrícola de grãos que são usados na produção das bebidas não é determinante para a localização da produção. A indústria de bebidas não se instala em função das fontes das matérias primas. Essas podem ser importadas, de diversas partes do mundo.
Os principais valores que se agregam à matéria prima são a fórmula, a marca, a comercialização e a logística.
Exceção é o vinho, a origem da matéria prima é um grande diferencial. O mesmo ocorre com alguns chás e o café caminha no mesmo sentido, de ter produtos "premium", baseados no local do cultivo da matéria prima agrícola.
segunda-feira, 19 de março de 2018
Comercialização externa
Já a comercialização internacional de produtos agrícolas é altamente cartelizada, com um pequeno número de empresas multinacionais dominando o mercado.
A decisão de exportar grãos ou óleo de soja/ farelo não é do país, mas das multinacionais, que tem instalações em todo o mundo. O primeiro importador é ela mesma, que avalia as condições dos mercados externos.
Para a multinacional a comparação poderá ser a saida do produto industrializado na sua unidade em qualquer país.
Isso porque essas multinacionais se ocupam também das fases subsequente da cadeia produtiva dos grãos, sendo também produtores de oleo de soja ou de milho refinados. São pois, produtores de alimentos com maior processamento.
São elas que decidem se produzem o óleo de soja no Brasil, para exporta-lo na forma líquida ou se exportam o grão de soja e fazem o esmagamento no exterior, gerando também o farelo. Indo mais adiante: se refinam o óleo e envasam ou vão refinar mais próximo ao mercado consumidor.
A decisão de exportar grãos ou óleo de soja/ farelo não é do país, mas das multinacionais, que tem instalações em todo o mundo. O primeiro importador é ela mesma, que avalia as condições dos mercados externos.
Para a multinacional a comparação poderá ser a saida do produto industrializado na sua unidade em qualquer país.
Isso porque essas multinacionais se ocupam também das fases subsequente da cadeia produtiva dos grãos, sendo também produtores de oleo de soja ou de milho refinados. São pois, produtores de alimentos com maior processamento.
São elas que decidem se produzem o óleo de soja no Brasil, para exporta-lo na forma líquida ou se exportam o grão de soja e fazem o esmagamento no exterior, gerando também o farelo. Indo mais adiante: se refinam o óleo e envasam ou vão refinar mais próximo ao mercado consumidor.
sábado, 17 de março de 2018
Marielle, Globo e sociedade
O assassinato de Marielle Franco seria apenas mais uma morte violenta para aumentar as estatísticas da violência urbana no Rio de Janeiro.
Seria uma notícia policial como várias outras, relevante, porém não com mais de uma e única chamada no Jornal Nacional e outros noticiários de menor audiência.
Porém a Rede Globo, um conglomerado acusado de direita, anti-esquerda, combatida ferozmente pela mesma esquerda radical, da qual Marielle fazia parte, resolveu pautar o assassinato da vereadora como um fato diferenciado, notório e excepcional.
O que seria apenas mais um crime violento no Rio de Janeiro, com promessas de investigações rápidas, foi tornado pela Rede Globo num evento político, com alguma repercussão internacional, amplificada pela própria rede.
Seria uma notícia policial como várias outras, relevante, porém não com mais de uma e única chamada no Jornal Nacional e outros noticiários de menor audiência.
Porém a Rede Globo, um conglomerado acusado de direita, anti-esquerda, combatida ferozmente pela mesma esquerda radical, da qual Marielle fazia parte, resolveu pautar o assassinato da vereadora como um fato diferenciado, notório e excepcional.
O que seria apenas mais um crime violento no Rio de Janeiro, com promessas de investigações rápidas, foi tornado pela Rede Globo num evento político, com alguma repercussão internacional, amplificada pela própria rede.
sexta-feira, 16 de março de 2018
Marielle presente: comoção momentânea ou prenúncio de grandes mudanças
O assassinato de Marielle Franco, uma jovem política, com uma vida autêntica, fiel à sua trajetória pessoal e esperança de renovação dos quadros desejados pela sociedade, causou e vem causando grande e devida comoção social, que alcança repercussão internacional.
A mobilização poderá se esvair em pouco tempo, como ocorreu com outros episódios semelhantes. Ou poderá alimentar uma grande mobilização nas ruas, provocando grande mudança na vida dos moradores do Rio de Janeiro, com repercussões maiores.
O que aconteceu com o Rio de Janeiro, foi um retrocesso do processo civilizatório, com a reemergência da barbárie.
Grupos mais fortes, baseados nas armas, assumiram o controle de comunidades, submetendo a população às suas normas e cobranças.
O Estado se omitiu nas suas funções de segurança pública, suprimento de serviços de utilidades públicas ou da sua regulação, assim como de serviços de saúde e assistência social.
Sem a presença do Estado, com o seu poder institucional e com o monopólio de atividades públicas, grupos privados passaram a disputar a governança das comunidades, submetidas ao grupo mais forte, pelo medo.
Ao contrário do Estado que tem uma justiça institucionalizada (apesar de defeitos) com regras e penas definidas e limitadas, as penas aplicadas por esses grupos privados são próprias. A pena de morte é aplicada, por julgamentos sumários ou até sem julgamento.
Governam pelo medo, a população submetida paga pela "proteção" e não fala, não denuncia por medo.
A mobilização "Marielle presente" só terá efeitos positivos se as comunidades submetidas às forças espúrias deixarem de se intimidar, e deixarem de dar cobertura àquelas. O principal instrumento será a denúncia.
Vencer a barbárie envolverá guerra. Não adianta clamar paz, para quem não a quer. A barbárie só será vencida quando derrotada (parafraseando Vicente Matheus).
E não será derrotada sem a participação direta da população submetida à ela.
Mobilizações na Avenida Atlântica dão repercussão na televisão e só. Elas precisam ser feita na Avenida Brasil e em outras localidades, onde as populações das comunidades submetidas percebem visualmente e presencialmente o apoio da sociedade organizada.
A mobilização poderá se esvair em pouco tempo, como ocorreu com outros episódios semelhantes. Ou poderá alimentar uma grande mobilização nas ruas, provocando grande mudança na vida dos moradores do Rio de Janeiro, com repercussões maiores.
O que aconteceu com o Rio de Janeiro, foi um retrocesso do processo civilizatório, com a reemergência da barbárie.
Grupos mais fortes, baseados nas armas, assumiram o controle de comunidades, submetendo a população às suas normas e cobranças.
O Estado se omitiu nas suas funções de segurança pública, suprimento de serviços de utilidades públicas ou da sua regulação, assim como de serviços de saúde e assistência social.
Sem a presença do Estado, com o seu poder institucional e com o monopólio de atividades públicas, grupos privados passaram a disputar a governança das comunidades, submetidas ao grupo mais forte, pelo medo.
Ao contrário do Estado que tem uma justiça institucionalizada (apesar de defeitos) com regras e penas definidas e limitadas, as penas aplicadas por esses grupos privados são próprias. A pena de morte é aplicada, por julgamentos sumários ou até sem julgamento.
Governam pelo medo, a população submetida paga pela "proteção" e não fala, não denuncia por medo.
A mobilização "Marielle presente" só terá efeitos positivos se as comunidades submetidas às forças espúrias deixarem de se intimidar, e deixarem de dar cobertura àquelas. O principal instrumento será a denúncia.
Vencer a barbárie envolverá guerra. Não adianta clamar paz, para quem não a quer. A barbárie só será vencida quando derrotada (parafraseando Vicente Matheus).
E não será derrotada sem a participação direta da população submetida à ela.
Mobilizações na Avenida Atlântica dão repercussão na televisão e só. Elas precisam ser feita na Avenida Brasil e em outras localidades, onde as populações das comunidades submetidas percebem visualmente e presencialmente o apoio da sociedade organizada.
quinta-feira, 15 de março de 2018
Brasil alimentador do muindo - cervejas
O Brasil como mercado tem grande importância mundial no setor de bebidas, sendo o terceiro maior mercado produtor e consumidor de cervejas.
O mercado brasileiro de cervejas foi estruturado - ao longo do tempo - por duas características principais: a concentração numa única categoria de cervejas: a pilsen e a forte oligopolização, quase chegando ao monopolio.
O domínio de mercado, baseado em logística e marketing, constituiu-se durante muitos anos em barreira de entrada de outros grupos, inclusive as grandes cervejarias mundiais. Algumas tentaram mas acabaram sendo absorvidas por uma das duas grandes..
Um novo mercado foi aberto com a produção artesanal e aceitação por um mercado de renda média alta e alta, de cervejas premium. Com preços mais elevados que as cervejas comuns. Na maior parte dos casos são de distribuição local ou regional, sem grandes redes de distribuição.
O surgimento e evolução desse mercado de cervejas "premium" de margem à importação de um grande volume de cervejas importadas, concorrendo com as nacionais.
O mercado brasileiro de cervejas foi estruturado - ao longo do tempo - por duas características principais: a concentração numa única categoria de cervejas: a pilsen e a forte oligopolização, quase chegando ao monopolio.
O domínio de mercado, baseado em logística e marketing, constituiu-se durante muitos anos em barreira de entrada de outros grupos, inclusive as grandes cervejarias mundiais. Algumas tentaram mas acabaram sendo absorvidas por uma das duas grandes..
Um novo mercado foi aberto com a produção artesanal e aceitação por um mercado de renda média alta e alta, de cervejas premium. Com preços mais elevados que as cervejas comuns. Na maior parte dos casos são de distribuição local ou regional, sem grandes redes de distribuição.
O surgimento e evolução desse mercado de cervejas "premium" de margem à importação de um grande volume de cervejas importadas, concorrendo com as nacionais.
quarta-feira, 14 de março de 2018
As origens da violência no Rio de Janeiro
A violência urbana no Rio de Janeiro verificada recentemente e que justificaria a intervenção militar federal é a eclosão de um processo de muitos anos que tem uma primeira e fundamental origem.
O amplo e disseminado crescimento do mercado de drogas consumido pela classe média e rica do Rio de Janeiro.
Essa demanda crescente não foi contida nem com a recessão econômica. Ao contrário, a recessão deu margem ao seu maior crescimento.
Como em qualquer processo econômico, com uma demanda em expansão, a oferta se organiza para atender a essa demanda, e os diversos interessados passam a disputar os mercados.
É um processo econômico natural, usual, mas com uma diferença fundamental: a disputa pelo mercado é feita, a bala. Não por um processo, supostamente civilizado, mas ainda da barbárie.
O que escandaliza a sociedade civilizada que sustenta esse processo.
Essa sociedade se divide: uma parte segue como consumidora de drogas e racionaliza com diversos argumentos e lógica para justificar o seu comportamento. E não aceita que seja sustentadora da barbárie. Não aceita e não reconhece que é parte fundamental da cadeia produtiva (ou de valor) da droga.
Outra parte não é consumidora, mas é leniente com a parte consumidora. Percebe o comprometimento, mas como esses consumidores são seus pares, são da mesma classe social, são seus vizinhos, amigos ou familiares, aceitam o comportamento como "fatos da vida".
E preferem atribuir a culpa aos demais: aos traficantes violentos, à polícia despreparada, aos políticos corruptos e todos os demais: menos os seus.
O amplo e disseminado crescimento do mercado de drogas consumido pela classe média e rica do Rio de Janeiro.
Essa demanda crescente não foi contida nem com a recessão econômica. Ao contrário, a recessão deu margem ao seu maior crescimento.
Como em qualquer processo econômico, com uma demanda em expansão, a oferta se organiza para atender a essa demanda, e os diversos interessados passam a disputar os mercados.
É um processo econômico natural, usual, mas com uma diferença fundamental: a disputa pelo mercado é feita, a bala. Não por um processo, supostamente civilizado, mas ainda da barbárie.
O que escandaliza a sociedade civilizada que sustenta esse processo.
Essa sociedade se divide: uma parte segue como consumidora de drogas e racionaliza com diversos argumentos e lógica para justificar o seu comportamento. E não aceita que seja sustentadora da barbárie. Não aceita e não reconhece que é parte fundamental da cadeia produtiva (ou de valor) da droga.
Outra parte não é consumidora, mas é leniente com a parte consumidora. Percebe o comprometimento, mas como esses consumidores são seus pares, são da mesma classe social, são seus vizinhos, amigos ou familiares, aceitam o comportamento como "fatos da vida".
E preferem atribuir a culpa aos demais: aos traficantes violentos, à polícia despreparada, aos políticos corruptos e todos os demais: menos os seus.
terça-feira, 13 de março de 2018
Cadeia Produtiva do Biscoito
A cadeia produtiva do trigo é dividida tradicionalmente em três segmentos: o da moagem, de massas e biscoitos
É no setor de alimentos processados, com base no trigo, onde emergiram e se consolidaram grupos brasileiros com musculatura suficiente para ousar a enfrentar o mercado internacional.
O segmento de biscoitos é um dos principais demandantes do óleo de soja, como um ingrediente para melhorar a crocância dos produtos.
Estarão os grupos interessados numa "aventura mundial", para enfrentar os "big ten"? E precisariam de apoio governamental?
A partir da abertura do mercado, houve uma ampliação das importações de masas de macarrão, baseados em grãos duros.
O país passou a consumir mais biscoitos de marca estrangeira, ainda que restrito ao mercado A e B.
O mercado internacionanl de derivados de trigo, é relativamente restrito pelas estratégias das empresas industriais em processar a produção mais próxima ao mercado consumidor, importando os insumos.
É no setor de alimentos processados, com base no trigo, onde emergiram e se consolidaram grupos brasileiros com musculatura suficiente para ousar a enfrentar o mercado internacional.
O segmento de biscoitos é um dos principais demandantes do óleo de soja, como um ingrediente para melhorar a crocância dos produtos.
Estarão os grupos interessados numa "aventura mundial", para enfrentar os "big ten"? E precisariam de apoio governamental?
A partir da abertura do mercado, houve uma ampliação das importações de masas de macarrão, baseados em grãos duros.
O país passou a consumir mais biscoitos de marca estrangeira, ainda que restrito ao mercado A e B.
O mercado internacionanl de derivados de trigo, é relativamente restrito pelas estratégias das empresas industriais em processar a produção mais próxima ao mercado consumidor, importando os insumos.
segunda-feira, 12 de março de 2018
A guerra do aço de Trump e o impacto sobre o Brasil
Com a sobre taxação do aço, a indústria automoblística instalada nos EUA irá perder grande parte do mercado latino-americano e do Caribe. Se a indústria instalada no Brasil, correr, ocupará o espaço aberto. Se bobear os asiáticos tomarão conta.
Se sair na frente, a indústria siderurgica brasileira conseguirá compensar as perdas de exportação ao mercado norte-americano. Se perder a oportunidade, essa indústria estará condenada à extinção.
A sobretaxação norte-americana sobre o aço impactará negativamente toda a cadeia produtiva metalúrgica, afetando o mercado internacional de minério de ferro. As cotações tenderão a permanecer em baixa, mantendo a inviabilidade econômica dos novos empreendimentos mineradores de menor porte.
Se sair na frente, a indústria siderurgica brasileira conseguirá compensar as perdas de exportação ao mercado norte-americano. Se perder a oportunidade, essa indústria estará condenada à extinção.
A sobretaxação norte-americana sobre o aço impactará negativamente toda a cadeia produtiva metalúrgica, afetando o mercado internacional de minério de ferro. As cotações tenderão a permanecer em baixa, mantendo a inviabilidade econômica dos novos empreendimentos mineradores de menor porte.
sábado, 10 de março de 2018
A cadeia produtiva do trigo - biscoitos
No segmento de biscoitos, cujo principal insumo é o trigo, na sua maior parte importado em grão, o processamento alimentar é dominado por grandes multinacionais que fazem parte do grupo de poucas empresas que dominam o mercado mundial de alimentos industrializados.
As importações, durante muito tempo, controladas mediante cotas licenciadas pelo Estado, deram origem a moageiras regionais, sob controle de capital nacional entre as. quais alguns se expandiram para se tornarem grandes grupos de produtores de derivados de trigo. Outras não sobreviveram e acabaram sendo absorvidos por outros grupos.
Em São Paulo, o grupo mais importante, com essa trajetória, é a Selmi que é o principal supridor da farinha de trigo, no varejo, sob a marca Renata.
O grupo J Macedo, com origem no Nordeste, ampliou a sua área de atuação para o território nacional, mediante sucessivas aquisições.
Com duas marcas fortes no mercado doméstico de farinhas de trigo (Dona Benta e Sol), ampliou a sua atuação para o segmento de massas, com as marcas Adria e Petybom) assim como de biscoitos.
Outro grupo de origem nordestina, com agressivas estratégias de expansão é Dias Branco, que recentemente comprou a Piraquê, para reforçar a sua atuação em biscoitos na região sudeste.
As empresas estrangeiras já tiveram participação mais ampla, mas muitas deixaram o mercado.
O Brasil não tem exportações significativas de farinha de trigo, limitando-se a alguma remessas para paises vizinhos, mais ao norte.
A Argentina é uma grande produtora de trigo, sendo o principal supridor do trigo em grão importado pelo Brasil. Tem uma cadeia produtiva mais desenvolvida, cobrindo os mercados vizinhos com produtos mais processados, reduzindo os espaços para as eventuais exportações brasileiras.
As importações, durante muito tempo, controladas mediante cotas licenciadas pelo Estado, deram origem a moageiras regionais, sob controle de capital nacional entre as. quais alguns se expandiram para se tornarem grandes grupos de produtores de derivados de trigo. Outras não sobreviveram e acabaram sendo absorvidos por outros grupos.
Em São Paulo, o grupo mais importante, com essa trajetória, é a Selmi que é o principal supridor da farinha de trigo, no varejo, sob a marca Renata.
O grupo J Macedo, com origem no Nordeste, ampliou a sua área de atuação para o território nacional, mediante sucessivas aquisições.
Com duas marcas fortes no mercado doméstico de farinhas de trigo (Dona Benta e Sol), ampliou a sua atuação para o segmento de massas, com as marcas Adria e Petybom) assim como de biscoitos.
Outro grupo de origem nordestina, com agressivas estratégias de expansão é Dias Branco, que recentemente comprou a Piraquê, para reforçar a sua atuação em biscoitos na região sudeste.
As empresas estrangeiras já tiveram participação mais ampla, mas muitas deixaram o mercado.
O Brasil não tem exportações significativas de farinha de trigo, limitando-se a alguma remessas para paises vizinhos, mais ao norte.
A Argentina é uma grande produtora de trigo, sendo o principal supridor do trigo em grão importado pelo Brasil. Tem uma cadeia produtiva mais desenvolvida, cobrindo os mercados vizinhos com produtos mais processados, reduzindo os espaços para as eventuais exportações brasileiras.
sexta-feira, 9 de março de 2018
Agricultura familiar x empresarial (1)
Tentando confirmar a "verdade" de que a agricultura familiar abastece 70% do consumo alimentar brasileiro, não encontrei nenhuma estatística a respeito.
Mas acabei encontrando um trabalho de Rodolfo Hoffmann, - Professor Sênior da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) - que contesta aquela verdade, chegando, pela compatibilização entre a produção da agricultura familiar e a Pesquisa de Orçamento Familiar, a 23%.
Na realidade, existem três dimensões básica da unidade produtiva rural: a grande, a média e a pequena/micro. Todas elas são predominantemente familiares. Isto é são de propriedade e gerenciamento familiar.
A visão ideológica quer descaracterizar que a propriedade e produção de família rica não é uma unidade familiar.
A grande propriedade rural é também agricultura familiar.
Mas acabei encontrando um trabalho de Rodolfo Hoffmann, - Professor Sênior da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) - que contesta aquela verdade, chegando, pela compatibilização entre a produção da agricultura familiar e a Pesquisa de Orçamento Familiar, a 23%.
Na realidade, existem três dimensões básica da unidade produtiva rural: a grande, a média e a pequena/micro. Todas elas são predominantemente familiares. Isto é são de propriedade e gerenciamento familiar.
A visão ideológica quer descaracterizar que a propriedade e produção de família rica não é uma unidade familiar.
A grande propriedade rural é também agricultura familiar.
quinta-feira, 8 de março de 2018
Brasil Tem Norte (5)
A proposição "Brasil, alimentador do mundo" pressupõe que Brasil seja uma entidade, com capacidade de decisão. Mas país é figura retórica que abrange a totalidade dos seus recursos e as decisões de diversos protagonistas no seu ou sob o seu território, que geram os produtos coletivos que para efeito estatístico definem os resultados do país.
É comum se confundir o país com o Estado. A interferência estatal, além da regulação, se resume ao crédito rural. Não tem nenhuma produção direta ou associada, a menos daquela para pesquisa.
A produção agropecuária é dominada por fazendeiros e empresas rurais privadas e nacionais. A participação de empresas multinacionais é pequena, por conta das restrições à propriedade de terras agrícolas a estrangeiros. Algumas atuam como arrendatárias.
Já na fase subsequente, isto é, a comercialização, há uma grande participação de empresas multinacionais.
A cadeia produtiva da soja, o principal produto da agropecuária de exportação, é relativamente curta, porque a maior parte vai integrar outras cadeias produtivas.
A soja é transformada em gordura, utilizada como ingrediente de uma grande diversidade de alimentos.
Um dos mais importantes é de derivados de trigo.
É comum se confundir o país com o Estado. A interferência estatal, além da regulação, se resume ao crédito rural. Não tem nenhuma produção direta ou associada, a menos daquela para pesquisa.
A produção agropecuária é dominada por fazendeiros e empresas rurais privadas e nacionais. A participação de empresas multinacionais é pequena, por conta das restrições à propriedade de terras agrícolas a estrangeiros. Algumas atuam como arrendatárias.
Já na fase subsequente, isto é, a comercialização, há uma grande participação de empresas multinacionais.
A cadeia produtiva da soja, o principal produto da agropecuária de exportação, é relativamente curta, porque a maior parte vai integrar outras cadeias produtivas.
A soja é transformada em gordura, utilizada como ingrediente de uma grande diversidade de alimentos.
Um dos mais importantes é de derivados de trigo.
quarta-feira, 7 de março de 2018
4ª Revolução Industrial e o Trabalho Humano (5)
As tecnologias só se efetivam como inovação, quando aceitas pelo mercado. E isso ocorre porque atendem a uma necessidade, desejo ou aspiração do comprador ou usuário.
A necessidade/desejo do consumidor pode corresponder a uma demanda reprimida - quantitativa ou qualitativa - ou uma demanda não percebida.
A partir dessa visão, com foco na necessidade/desejo do consumidor final, o setor produtivo inova. Algumas dessas inovações levam à substituição do trabalho humano pela máquina ou aplicativo puro.
Mas para que isso ocorra é preciso que o consumidor adote a inovação, o que fará se atender a uma necessidade / desejo e estiver ao seu alcance econômico.
Isso significa que não basta existir a tecnologia que atenda a uma necessidade/desejo. É preciso que tenha custo compatível com o benefício esperado pelo consumidor. E ainda dentro da sua capacidade econômica de compra.
A necessidade/desejo do consumidor pode corresponder a uma demanda reprimida - quantitativa ou qualitativa - ou uma demanda não percebida.
A partir dessa visão, com foco na necessidade/desejo do consumidor final, o setor produtivo inova. Algumas dessas inovações levam à substituição do trabalho humano pela máquina ou aplicativo puro.
Mas para que isso ocorra é preciso que o consumidor adote a inovação, o que fará se atender a uma necessidade / desejo e estiver ao seu alcance econômico.
Isso significa que não basta existir a tecnologia que atenda a uma necessidade/desejo. É preciso que tenha custo compatível com o benefício esperado pelo consumidor. E ainda dentro da sua capacidade econômica de compra.
terça-feira, 6 de março de 2018
4ª Revolução Industrial e Trabalho Humano (4)
As inovações são avaliadas predominantemente pela ótica da sua criação e da sua produção. Mas elas só se efetivam como inovação, quando absorvidas pelo mercado. E isso ocorre porque atendem a uma necessidade, desejo ou aspiração do comprador ou usuário. Antes de ser aceito pelo mercado são pesquisas e não inovação.
A necessidade/desejo do consumidor pode corresponder a uma demanda reprimida - quantitativa ou qualitativa - ou uma demanda não percebida. Que se torna efetiva diante de um produto que a atenda. Foi o que fez Steve Job.
As compras pela internet - tanto de bens físicos como de serviços - não só vão continuar como aumentar. O que gera três atividades subsequentes, todas pela internet: a venda prévia, a cobrança e o atendimento das reclamações.
As compras/vendas pela internet podem dispensar um vendedor específico para cada operação. Tudo pode ser automatizado, a partir de "cliques" no computador ou smartphone.
Dará margem para outras profissões. Algumas novas como o webdesign, o produtor do sítio (ou responsável pelo conteúdo), curador de imagens, analista de inteligência competititva, outras tradicionais como fotógrafos, desenhistas, marketólogo ou selecionador de produtos, precificadores e outros.
A necessidade/desejo do consumidor pode corresponder a uma demanda reprimida - quantitativa ou qualitativa - ou uma demanda não percebida. Que se torna efetiva diante de um produto que a atenda. Foi o que fez Steve Job.
As compras pela internet - tanto de bens físicos como de serviços - não só vão continuar como aumentar. O que gera três atividades subsequentes, todas pela internet: a venda prévia, a cobrança e o atendimento das reclamações.
As compras/vendas pela internet podem dispensar um vendedor específico para cada operação. Tudo pode ser automatizado, a partir de "cliques" no computador ou smartphone.
Dará margem para outras profissões. Algumas novas como o webdesign, o produtor do sítio (ou responsável pelo conteúdo), curador de imagens, analista de inteligência competititva, outras tradicionais como fotógrafos, desenhistas, marketólogo ou selecionador de produtos, precificadores e outros.
segunda-feira, 5 de março de 2018
O Brasil tem Norte (4)
A quase totalidade da produção da agricultura familiar é destinada ao mercado interno, com pouca participação dela nas exportações. A menos quando está inserida num sistema produtivo mais amplo, como o caso de frangos e suinos.
Essa produção chega ao consumidor brasileiro sob forma beneficiada ou processada industrialmente, o que leva à percepção da existência de uma indústria brasileira de alimentos.
A marca, objeto de amplo programa de marketing, busca caracterizar o seu produto como diferenciado e, através dela conquistar o cliente.
Esse processo reduz a participação dos intermediários atacadistas, mas acaba atrelando o pequeno e médio produtor a grandes empresas. Alguma são multinacionais.
A industrialização inicial de caráter local ou regional, pelo aumento de escala, foi migrando mais próximo dos principais centros consumidores. Dessa forma o produto agrícola vai gerar empregos industriais em outras regiões que não a da sua produção.
A evolução tecnológica, agora com as tecnologias trazidas pela Revolução 4.0, permitirá a produção regionalizada, com escalas de produção menores, sem perder a competitividade.
Mas se mantém a barreria de entrada que são os investimentos maiores para adoção das tecnologias.
Essa produção chega ao consumidor brasileiro sob forma beneficiada ou processada industrialmente, o que leva à percepção da existência de uma indústria brasileira de alimentos.
A marca, objeto de amplo programa de marketing, busca caracterizar o seu produto como diferenciado e, através dela conquistar o cliente.
Esse processo reduz a participação dos intermediários atacadistas, mas acaba atrelando o pequeno e médio produtor a grandes empresas. Alguma são multinacionais.
A industrialização inicial de caráter local ou regional, pelo aumento de escala, foi migrando mais próximo dos principais centros consumidores. Dessa forma o produto agrícola vai gerar empregos industriais em outras regiões que não a da sua produção.
A evolução tecnológica, agora com as tecnologias trazidas pela Revolução 4.0, permitirá a produção regionalizada, com escalas de produção menores, sem perder a competitividade.
Mas se mantém a barreria de entrada que são os investimentos maiores para adoção das tecnologias.
sábado, 3 de março de 2018
O Brasil tem Norte (3) - agricultura familiar
O principal mecanismo para gerar mais renda na região subdesenvolvida do Brasil está na inserção dos pequenos e médios produtores agropecuários na economia de mercado
A agricultura familiar não pode ser confundida com produção de subsistência.
A agropecuária de menor porte, incluindo a familiar, é a responsavel pela maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros, seja "in natura", como processados.
Qualquer que seja o produto da agricultura familiar ela precisa ser produtiva e competitiva. Não deve continuar sendo tratada como uma questão social, mas uma questão econômica, com forte impacto social.
A manutenção das políticas públicas de caráter social, tem objetivos políticos e não econômicos.
Essa é a razão pela qual a agropecuária nordestina, onde há o maior volume de unidades de agricultura familiar, se desenvolve lentamente, permanecendo sempre na dependência dos benefícios promovidos pelo Estado, intermediado pelos políticos.
Da mesma forma que a grande agropecuária exportadora a agropecuária de menor porte, tem os benefícios do clima (embora intermitentes), das condições da terra e tem à disposição muitas das tecnologias desenvolvidas para a grande agropecuária (indevidamente caracterizada como agronegócio).
A promoção do desenvolvimento da região subdesenvolvida do Brasil - caracterizada aqui como acima do paralelo 16 - deverá ter por base a produção agropecuária por unidades de menor porte, sejam familiares ou patronais.
Uma primeira condição será a de descaracterizar a visão de uma agricultura de subsistência, para dar maior ênfase à capacidade empreendedora do produtor.
A agropecuária de menor porte deve ser vista como um empreendimento de menor porte, que pode (e deve) incorporar todas as evoluções tecnológicas e promover a geração de emprego e renda.
A agricultura familiar não pode ser confundida com produção de subsistência.
A agropecuária de menor porte, incluindo a familiar, é a responsavel pela maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros, seja "in natura", como processados.
Qualquer que seja o produto da agricultura familiar ela precisa ser produtiva e competitiva. Não deve continuar sendo tratada como uma questão social, mas uma questão econômica, com forte impacto social.
A manutenção das políticas públicas de caráter social, tem objetivos políticos e não econômicos.
Essa é a razão pela qual a agropecuária nordestina, onde há o maior volume de unidades de agricultura familiar, se desenvolve lentamente, permanecendo sempre na dependência dos benefícios promovidos pelo Estado, intermediado pelos políticos.
Da mesma forma que a grande agropecuária exportadora a agropecuária de menor porte, tem os benefícios do clima (embora intermitentes), das condições da terra e tem à disposição muitas das tecnologias desenvolvidas para a grande agropecuária (indevidamente caracterizada como agronegócio).
A promoção do desenvolvimento da região subdesenvolvida do Brasil - caracterizada aqui como acima do paralelo 16 - deverá ter por base a produção agropecuária por unidades de menor porte, sejam familiares ou patronais.
Uma primeira condição será a de descaracterizar a visão de uma agricultura de subsistência, para dar maior ênfase à capacidade empreendedora do produtor.
A agropecuária de menor porte deve ser vista como um empreendimento de menor porte, que pode (e deve) incorporar todas as evoluções tecnológicas e promover a geração de emprego e renda.
sexta-feira, 2 de março de 2018
Aceleração e frenagem do desenvolvimento
O resultado do PIB de 2017 indica que o desenvolvimento da economia brasileira foi acelerada pela agropecuária e freada pela construção civil. No conjunto é uma velocidade lenta.
A principal demora está na recuperação dos gastos familiares, tanto do consumo imediato, como dos investimentos.
O consumo de bens correntes já se recuperou, mas ainda não se forma sustentável. Mantém-se instável.
Já as aquisições de bens duráveis, incluindo os imóveis ainda estão em compasso de espera. Os gastos iniciais serão na reposição dos equipamentos domésticos e nos automóveis, cuja renovação foi adiada com a crise.
A principal diferença da recuperação atual com as anteriores é que os motivos da crise 2014-2016 foi a saturação do mercado interno, com a perda de eficácia dos mecanismos artificiais praticados pelos Governos para tentar sustentar a sua vitalidade. Gastaram mais do que podiam, mas apenas conseguiram fazê-lo sobreviver,
O mercado interno brasileiro, como está conformado atualmente, em fase de recuperação, mas ainda na UTI ou CTI, mantido por aparelhos, não terá condições de puxar o desenvolvimento econômico.
Isso só ocorrerá com a eventual incorporação de uma imensa população brasileira, estimada em cerca de 50 milhões de pessoas, com baixissimo poder aquisitivo, ao mercado de consumo.
Foi com a incorporação de uma imensa população fora do mercado, ao mercado que a economia chinesa apresentou taxas de crescimento do seu PIB, perto de 10% ao ano. É dessa forma que a India vem crescendo a taxas em torno de 7% ao ano.
A receita está ai. A questão é como fazer, na prática.
A principal demora está na recuperação dos gastos familiares, tanto do consumo imediato, como dos investimentos.
O consumo de bens correntes já se recuperou, mas ainda não se forma sustentável. Mantém-se instável.
Já as aquisições de bens duráveis, incluindo os imóveis ainda estão em compasso de espera. Os gastos iniciais serão na reposição dos equipamentos domésticos e nos automóveis, cuja renovação foi adiada com a crise.
A principal diferença da recuperação atual com as anteriores é que os motivos da crise 2014-2016 foi a saturação do mercado interno, com a perda de eficácia dos mecanismos artificiais praticados pelos Governos para tentar sustentar a sua vitalidade. Gastaram mais do que podiam, mas apenas conseguiram fazê-lo sobreviver,
O mercado interno brasileiro, como está conformado atualmente, em fase de recuperação, mas ainda na UTI ou CTI, mantido por aparelhos, não terá condições de puxar o desenvolvimento econômico.
Isso só ocorrerá com a eventual incorporação de uma imensa população brasileira, estimada em cerca de 50 milhões de pessoas, com baixissimo poder aquisitivo, ao mercado de consumo.
Foi com a incorporação de uma imensa população fora do mercado, ao mercado que a economia chinesa apresentou taxas de crescimento do seu PIB, perto de 10% ao ano. É dessa forma que a India vem crescendo a taxas em torno de 7% ao ano.
A receita está ai. A questão é como fazer, na prática.
quinta-feira, 1 de março de 2018
A Quarta Revolução Industrial e o Trabalho Humano (3)
Substituição do trabalho humano nos serviços bancários
Os caixas de banco são apontados como uma das profissões mais sujeitas à extinção com as novas tecnologias.
Na realidade as tecnologias já disponíveis poderiam eliminar grande parte dos caixas, mas a atividade persiste, em função da resistências dos clientes em deixar de ir às agências.
As tecnologias já estão plenamente disponíveis. Mas ainda não são inteiramente seguras. O que gera insegurança aos usuários.
Os procedimentos bancários não tiveram alterações substanciais. A tecnologia da informação, desenvolve uma capacidade elevada de processamento de operações e documentos com grande velocidade. Mas não são muito diferentes dos tradicionais.
Como são os mesmos procedimentos tradicionais os "informatizados", os trabalhadores dispensados, como os caixas, não teriam outras atividades de nível equivalente para realizar. A menos daqueles promovidos a cargos de gerentes. Com o risco de que esses venham a ser substituidos por análises matemáticas e inteligência artificial. Eventualmente por robôs humanoides.
O mesmo ocorre com o analista de crédito, cuja atividade pode ser substituida por algorítimos e o big data. O risco de crédito de cada cliente seria determinado matematicamente.
A princípio as tecnologias atuais já dispensariam os caixas humanos. As tecnologias mais avançadas - integrantes da 4ª Revolução Industrial - não ampliam, tampouco aceleram a substituição. Essas dependem mais dos clientes do que da tecnologia.
Os caixas de banco são apontados como uma das profissões mais sujeitas à extinção com as novas tecnologias.
Na realidade as tecnologias já disponíveis poderiam eliminar grande parte dos caixas, mas a atividade persiste, em função da resistências dos clientes em deixar de ir às agências.
As tecnologias já estão plenamente disponíveis. Mas ainda não são inteiramente seguras. O que gera insegurança aos usuários.
Os procedimentos bancários não tiveram alterações substanciais. A tecnologia da informação, desenvolve uma capacidade elevada de processamento de operações e documentos com grande velocidade. Mas não são muito diferentes dos tradicionais.
Como são os mesmos procedimentos tradicionais os "informatizados", os trabalhadores dispensados, como os caixas, não teriam outras atividades de nível equivalente para realizar. A menos daqueles promovidos a cargos de gerentes. Com o risco de que esses venham a ser substituidos por análises matemáticas e inteligência artificial. Eventualmente por robôs humanoides.
O mesmo ocorre com o analista de crédito, cuja atividade pode ser substituida por algorítimos e o big data. O risco de crédito de cada cliente seria determinado matematicamente.
A princípio as tecnologias atuais já dispensariam os caixas humanos. As tecnologias mais avançadas - integrantes da 4ª Revolução Industrial - não ampliam, tampouco aceleram a substituição. Essas dependem mais dos clientes do que da tecnologia.
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