Abalado pela revelação da sua suprema estupidez em receber clandestinamente o bandido-mor Joesley Batista, Michel Temer tem que enfrentar diversas frentes.
A primeira de ordem pessoal, para exorcizar a sua estupidez.
A segunda perante o STF em função da aprovação da abertura de um pedido de investigação do Procurador Geral da República. As falhas processuais e a falta de configuração objetiva dos crimes a ele imputados, poderão levar à suspensão da investigação ou, mesmo que continuada, a resultado nenhum.
A batalha no TSE para evitar ou postergar a cassação da diplomação da chapa Dilma-Temer deverá ser perdida. Deverá ocorrer ainda no mês de junho, o mais tardar em julho.
A frente mais complexa que Temer deverá enfrentar é no Congresso Nacional. Não bastará a ele evitar os processos de impeachment. O que ele precisa é fazer aprovar duas reformas por ele propostas e consideradas essenciais pelo mercado: a trabalhista e a previdenciária.
A outra ameaça ou dilema que se coloca perante os parlamentares é a retomada da economia e o risco de reversão. A versão do Presidente Temer é que a economia está retomando o crescimento, mas se a reforma previdenciária não for aprovada, haverá uma reversão e os deputados e senadores que votaram contra serão acusados de comprometer o crescimento e, principalmente, a retomada dos empregos.
A frente mais importante a enfrentar é o "mercado". Como os consumidores e as empresas brasileiras irão reagir diante de mais uma crise política? Continuarão consumindo e produzindo, ou voltarão a conter as compras como a produção?
Se diante da crise política o mercado se retrair e a inflação voltar a subir, Temer terá que sair para não comprometer as "suas" conquistas de recuperar o crescimento da economia. As manifestações crescente dos empresários serão de que com a instabilidade política a economia "voltará ao fundo do poço". E apontarão como solução, a renúncia de Temer, com a expectativa de eleição indireta de Henrique Meirelles.
O mercado já está formando a sua solução e se associará aos movimentos "Fora Temer", com o seu candidato preferido. Para dar continuidade ao "Temerconomic", que na realidade é de Meirelles. Chega de intermediários "Meirelles no poder". O obstáculo é que Meirelles presidiu o Conselho da J&F a holding do grupo Friboi.
A frente da opinião pública está perdida e irrecuperável.
Diante da elevada probabilidade de ter que sair, por derrotas judiciais, no âmbito da Justiça Eleitoral, e pressão do mercado para a sua saída, como solução para manter a retomada do crescimento. Isolado e cada vez mais abandonado, sem condições de governabilidade, Temer deverá renunciar.
Diante de tantas áreas a enfrentar e elevação progressiva das pressões para a sua renúncia, o que lhe resta é escolher o melhor ou menos pior momento para a renúncia.
Nesse sentido a data azada é o começo de junho, preferentemente o dia 1 de junho. A razão é que nesse dia, o IBGE irá anunciar oficialmente os resultados do PIB do 1º trimestre de 2017.
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Temer deve renunciar pelo bem do país. O quanto antes, melhor. É verdade que foi vítima de um complô, mas também é verdade que caiu na armadilha. A montagem não é somente de Joesley: a história é muito mais complicada. O Ministério Público, Janot e a Imprensa de alguma forma participaram, no mínimo por açodamento, por falta de equilíbrio e com isso comprometeram as reformas em andamento. A solução é constitucional: eleição indireta. Mas o Presidente tampão deve se comprometer a envidar esforços máximos para aprovar estas reformas ainda neste ano de 2.017. A pressão dos órgãos da sociedade civil, das redes sociais e da própria Imprensa responsável deve se dar sobre o Congresso forçando os políticos a assumirem responsabilidade pelas reformas, como única solução para evitar a recessão do país e o aumento exponencial do desemprego.
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